1. Caçador de maldições

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NOTA DO AUTOR: Enfim voltei! E estarei com vocês durante esse restinho de quarentena, sempre de segunda a sexta. Ah, e tenho um aviso: tentem não ler essa história a noite, porque (segundo meu namorado, pelo menos kkk) ela é de arrepiar.

 Ah, e tenho um aviso: tentem não ler essa história a noite, porque (segundo meu namorado, pelo menos kkk) ela é de arrepiar

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O ódio é capaz de alimentar mil demônios. Ele é como se fosse um vírus, que infecta os humanos e lhes entrega o puro e completo mal disfarçado de poder.

Quando alguém se deixa levar por esse sentimento animalesco, uma maldição é criada no local e qualquer um que se aproxime acaba sendo tomado pela escuridão.

No início, poucos sabiam disso, os locais não eram nada mais do que casas abandonadas — acusadas de serem mal assombradas — ou regiões que aos poucos se tornavam inóspitas devido à energia negativa que emanava delas. As pessoas simplesmente se afastavam sem entenderem o porquê.

Os únicos que não foram embora foram os membros da minha família, os Abraham. Há 6 gerações, somos responsáveis por "limpar" esses locais e lutar contra as maldições que os assolam.

Muitos perderam a vida conforme os níveis de perigos se intensificaram, minha mãe chegou a ser decapitada por uma besta enquanto tentava retirar o feitiço de uma igreja. Também perdi minha avó, enquanto ela criava um círculo de sal para afastar os demônios da nossa casa.

Resumidamente, é uma profissão perigosa — uma herança que passamos de pai para filho na esperança de que possamos continuar o ciclo de "luta contra o mal". A magia do ódio, como chamávamos, era perigosa demais para pessoas comuns enfrentarem.

— E é por isso que não posso me casar com um homem – refletia, deitado de barriga para cima e observando o teto com intenso interesse. – O clã Abraham deve persistir, se não a humanidade morre. Preciso ter uma esposa, ter muitos filhos e ensiná-los a praticar magia; esse é o meu destino...

Suspirei profundamente, fechando os olhos e tentando afastar a dor de cabeça que começava a incomodar o interior dos meus olhos.

Passei as mãos pelos meus fios de cabelo branco. Era comum que os garotos do meu clã nascessem com essa característica — alguns, inclusive, vinham ao mundo com olhos amarelados ou a pele pálida como a de um fantasma.

— Assim que eu fizer 21 anos, tenho que escolher uma esposa. Se não, meu pai escolherá uma por mim e tenho certeza que a filha da puta da Jéssica vai ser a primeira da lista.

Me levantei da cama, procurando pela minha camisa e circulando pelo quarto em busca do meu celular.

Encontrei-o dentro de uma gaveta, mas me arrependi no mesmo instante por ter ido atrás dele ao ver as mensagens de Alef.

— Isso é muito injusto... – bufei, olhando para o celular e o apertando forte. – Essa vida é injusta demais!

Mais um aperto e o telefone se espatifou em minhas mãos, amassando a carcaça e reduzindo parte da tela em pó. Era raro eu conseguir usar a minha força daquela maneira, mas meus sentimentos estavam agitados demais para que conseguir controlar meu poder.

Alguém bateu à porta quase no mesmo instante, fazendo com que eu escondesse os restos do celular, vestisse minha camisa e tentasse esconder o desespero.

Felizmente, era o Jonathan.

O moleque era meu primo, tinha 16 anos e há algumas semanas havia se tornado meu aprendiz. Apesar da nossa diferença de idade ser pouca, somente alguns anos, eu era o que a família chamava de "prodígio" e por conta disso achavam que estava na hora de eu ensinar o ofício do clã.

— O que faz aqui? – perguntei, estressado.

— Eu... Eh... Achei que íamos treinar hoje.

— É o que me faltava! Não vou perder meu tempo com você. É mais seco de magia do que seu irmão retardado.

— Theo... Por favor, eu...

— Dá o fora, garoto.

— Mas eu preciso treinar...

— Mandei sair do meu quarto!

Ele baixou a cabeça, mas não se moveu de imediato.

Aquilo começou a me irritar. Meus sentimentos pareciam que iriam explodir, sentia raiva de toda a família e raiva por ter que ser a porra de um peão para todos eles.

Peguei o garoto pelo pulso e o puxei para dentro.

Quando o empurrei para a cama, Jonathan me olhou assustado. Pensei em parar naquela hora, mas os demônios dentro de mim gritaram alto. O ódio que eu sentia era o suficiente para criar infinitas maldições — mesmo os Abraham não sendo capazes de algo assim.

E foi com ódio que afastei a calça do meu primo e coloquei meu corpo por cima do dele...

Queria que tivesse sido de uma forma diferente, mas, infelizmente, meu mundo era obscuro demais para que eu soubesse de outra forma de agir. Quando um Abraham quer algo, ele consegue. 

Ele é o mal (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora