27. O teste

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Assim que amanheceu, todos os Abraham saíram de seus quartos, escolheram as melhores roupas — junto das melhores armas, feitiços, livros e poções — e caminharam juntos em direção ao gramado central da mansão

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Assim que amanheceu, todos os Abraham saíram de seus quartos, escolheram as melhores roupas — junto das melhores armas, feitiços, livros e poções — e caminharam juntos em direção ao gramado central da mansão.

Dava para perceber o nervosismo estampado no rosto deles.

Idosos e crianças eram sempre excluídos do teste, mas eles arrumavam cadeiras e lanches em pequenas barracas construídas em lugares estratégicos para que não atrapalhassem as atividades do dia.

Geralmente, meu pai era o primeiro a chegar. Ele organizava a multidão e fazia um longo discurso, deixando claro as provas que aconteceriam e as consequências para os que ficassem no final do ranking. Mas ele não estava ali ainda, então as pessoas simplesmente começaram a conversar e tentar afastar o medo.

Apesar de me sentir mais poderoso do que jamais fui, o temor de perder aquela batalha deixava meu estômago embrulhado.

Muita coisa dependia que eu conquistar o primeiro lugar, e isso incluía a vida do Jonathan.

— Aí está você. – disse Jéssica, aproximando-se junto das irmãs. – Procurei por você quando acordei, mas pelo visto não dormiu na nossa cama de novo.

— Ui! Problemas no paraíso. – brincou Eunice, a irmã do meio de Jéssica, que morava na casa próxima ao casarão com os demais membros que atingiam as posições de 30 a 60 do ranking.

— Treinei até mais tarde com o Jonathan. – falei, com desdém. – Ainda sou o tutor dele, esqueceu?

De fato, tinha treinado com ele e ajudei o garoto a preparar algumas poções antes de irmos para a cama juntos. Quis passar aquela noite com ele, entre beijos e carícias. O mais difícil foi deixá-lo ir antes que amanhecesse e alguém pudesse nos flagrar.

— Boa sorte para ele, então – continuou Jéssica, com um sorriso mordaz. – Duvido muito que consiga uma posição melhor desta vez.

Não me permiti sentir raiva dela. Não quando tinha que olhar para o seu pescoço que, por baixo da gola rolê, ainda exibia o hematoma que causei quando a enforquei no meu ataque de fúria.

Estava arrependido pelo que fiz, mas não deixaria que ela continuasse interferindo na minha vida e destruindo as minhas esperanças de felicidade. Jéssica tinha noção do poder que adquiri quando desci ao inferno e, se fizesse qualquer coisa para prejudicar a mim ou quem eu amava, teria que lidar com as consequências.

— Olha só, o seu bichinho de estimação está mais perdido do que cego em tiroteio. Talvez seja melhor avisar ao seu pai para deixar a tampa do poço já levantada...

Me virei para onde ela olhava e avistei Jonathan correndo em minha direção, com uma caixa cheia de poções e um sorriso animado.

Era desconcertante vê-lo atrapalhado daquele jeito, mas, de certa forma, achei fofa a maneira como ele quase tropeçou e caiu quando me viu. O melhor, é claro, foi que Jéssica afastou-se, junto com as serpentes das suas irmãs, assim que Jonathan me alcançou.

Ele é o mal (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora