6. O fim

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Os escravos começaram a se tornar algo comum nas residências das famílias mais ricas da Nova Elite

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Os escravos começaram a se tornar algo comum nas residências das famílias mais ricas da Nova Elite. O povo os chamava de "herdeiros de Merlin", porque, nos primórdios do mundo mágico, foi o mago Merlin quem ajudou um ser sem magia a retirar a espada da pedra e libertar o povo bruxo.

É claro que o nome só era uma forma de amenizar uma classe oprimida pela sociedade, sem direitos, que era obrigada a partilhar a sua magia com seus "senhores" e que sofria o tempo inteiro... Tudo graças a mim...

Acompanhar aquilo me destruía, então passei a ajudar dezenas de escravos da forma como podia.

Mesmo assim, após a minha visita ao gabinete do novo presidente, passei a receber ordens da Nova Elite para atuar no exército deles. Com isso, precisei obedecer e fazer coisas terríveis de que pouco me orgulho.

Sebastian viu de perto toda a minha mudança e não saiu do meu lado, ajudando da maneira que dava e me auxiliando na reconstrução da mansão para que pudéssemos fazer daquele local um abrigo para escravos fugitivos.

Permaneci assim durante alguns anos, ganhando fama na Nova Elite como "O Bruxo" do presidente. O lado bom foi que mudei de nome, então as pessoas não associavam meu parentesco com o Damon e meu apelido se popularizou mais.

Havia muitos bruxos por perto, mas eu era O BRUXO. O mais poderoso e perigoso entre os do alto escalão.

Odiava tudo isso. Detestava manter as aparências, fingir fazer parte daquilo e me associar a um governo podre — tão podre quanto o que lutei para matar.

Sempre que me sentia triste com isso, passava por um portal e caminhava pelas ruas de uma pequena cidade humana no interior do Kansas.

No início, usava um disfarce com outro rosto para me misturar entre a multidão, mas após alguns anos, passei a ir como eu mesmo. Sempre me vestia com roupas largas e pouco formais, seguia até um restaurante que servia o melhor frango frito da região e aguardava na mesma mesa de sempre.

Não demorava para o garoto de sorriso largo, roupas condizentes com as dos demais humanos e cabelo comprido chegasse. Ele sempre acenava para mim antes de entrar no restaurante, depois chegava perto e colocava a mochila vermelha em cima da mesa.

— Pediu o mesmo de sempre? – perguntou Jonathan, pegando o cardápio e observando se tinha alguma nova opção de frango. – Nossa, estou morrendo de fome! Tive que pegar uma carona com um colega da faculdade para chegar aqui e, na correria, não comi nada de manhã.

Estalei os dedos, materializando uma barrinha de cereal para ele.

A reação do Jonathan não foi das melhores.

— Er, não, obrigado. Consigo esperar...

Ele parecia não gostar muito de quando eu usava magia entre os humanos, sempre olhava em volta para ter certeza de que ninguém nos observava e escondia o olhar.

Ele é o mal (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora