16. Complexo de salvador

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Peguei uma cadeira e coloquei ao lado da cama de Jonathan

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Peguei uma cadeira e coloquei ao lado da cama de Jonathan. Queria estar lá para quando ele acordasse: primeiro porque estava morrendo de saudade e, em lugar segundo, porque tinha medo do que ele seria capaz de falar para o restante da família.

Querendo ou não, Jonathan ainda tinha uma maldição perigosíssima dentro dele. Meu medo era o que nossos parentes poderiam fazer com ele se descobrissem seu segredo.

— Sabia que você estaria aqui. – falou Jéssica, entrando no quarto com cautela para não ser logo expulsa dali. – Andei estudando o necronomicon, fiz algumas anotações e adaptei alguns feiticeiros para que você possa capturar mais de um demônio de uma vez.

— Prefiro pensar nisso mais tarde. Tenho preocupações suficientes no momento.

Ela estava prestes a falar algo, quando mudou a direção do olhar rumo à janela do quarto. O vidro, mesmo embaçada e sujo, dava uma visão ampla da floresta e havia um galho de árvore próximo o suficiente para que pudéssemos ver um pássaro preto empoleirado nele — parecendo observar atentamente o que acontecia dentro do cômodo.

— Não acredito que esse corvo está rondando a nossa casa durante todos esses dias. Você anda vendo isso, Theo?

— Deixe o corvo em paz. Se isso faz ele sentir-se melhor, que seja.

— Detesto isso. É melhor dar um jeito de afastá-lo antes que alguma criança da mansão decida brincar de atirar pedras. Corvos são péssimos presságios.

Aquela ladainha começava a me incomodar.

Se eu me preocupava com aquele corvo me seguindo? É claro, mas eu não queria ter que lidar com tantos problemas ao mesmo tempo. Jonathan acordaria a qualquer momento e precisava me concentrar nele.

— Mais tarde resolvo isso – resolvi cortar a fala dela de uma vez. – Pode deixar as suas anotações em cima da mesa, irei ler e preparar o ritual do jeito que você quer.

— Na verdade, estudei diversas novas formas de rituais. A mais poderosa seria o sacrifício de um bebê puro de coração, mas como ninguém nessa família nasce puro, acho que o segundo ritual deve te agradar mais. É um sacrifício simples, com...

— Jéssica! – urrei, querendo que ela saísse logo dali. – Por favor, saia agora daqui.

Ela assentiu, enfim se dando por vencida. Deixou o livro onde pedi e deixou o quarto após um longo e sonoro suspiro.

Enfim livre dela e do restante da família, me aproximei mais de Jonathan e segurei a sua mão.

Chegar tão perto de perdê-lo me deu um aperto no coração.

Em breve ele acordaria. E teríamos uma conversa séria — afinal, eu precisava arranjar uma forma de tirar aquela maldição dele. Não importavam as consequências. 

Ele é o mal (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora