— Tem certeza de que é por aqui? – perguntei, seguindo Alef pela floresta escura e torcendo para que ele não estivesse me levando para alguma armadilha.
Nós, os Abraham, não costumávamos conversar com pessoas que não eram da nossa família, tão pouco segui-las pela floresta sabe-se-lá para onde.
— Acompanhei a batalha quando o fogo subiu. – ele me contou. – Theodoro atacou o próprio pai, mas o chão desabou, ele caiu e foram tantos raios cortando o céu depois disso que precisei me afastar.
— Raios? – aquilo não era um bom sinal. – E depois? O que houve com a minha família?
— Vi alguns soldados levando a sua família pelos portais. Parece que prenderam todos, mas não sei o porquê. Depois disso, virei humano e precisei me esconder para que ninguém me visse. Fiquei horas escondido até te encontrar.
— Mas, por que a Elite nos atacaria? Eles deveriam estar do nosso lado! A não ser que...
Parei de falar quando cheguei ao campo onde ocorreu a batalha.
Os estragos condiziam exatamente com o que ele me contou. As plantações estavam chamuscadas, as árvores destruídas e encontrei sangue por toda a parte — o suficiente para que eu entendesse que algum tipo de luta havia ocorrido ali.
— Não foi nada bonito – continuou Alef. – Acho que o Theodoro caiu naquela área ali.
Quando vi o monte de terra, que se destacava do restante do cenário, algo dentro de mim começou a se agitar. Sabia que não poderia deixar as minhas emoções tomarem conta ou a minha maldição poderia ser liberada, mas meu coração começou a acelerar conforme os pensamentos do Theodoro soterrado me alcançaram.
Se ele estava morto?
Se o pai dele havia feito aquilo?
Tentei respirar fundo, mas meu corpo inteiro começou a tremer. Provavelmente, teria perdido o controle se Alef não tivesse colocado a mão em meu ombro e tentado me acalmar.
— Ele não está aí. - explicou.
— Como sabe disso?
— Só sei. – ele continuou. – Quando a Jéssica lançou minha maldição, disse que ela duraria pela eternidade. Isso significa que, se o corpo dele estivesse aqui, eu já teria me transformado em pássaro.
— Não tem como ter certeza disso.
— É do Theodoro que estamos falando. Ele não morreria fácil assim.
— Então precisamos abrir esse buraco agora!
— Se você tivesse poderes, podíamos pensar nisso. Mas vamos levar horas pra cavar e ainda tem o seu tio na mansão.
Esvaziei os bolsos enquanto ele olhava ao redor e pensava em uma solução para os nossos problemas.
Entre as minhas poções, peguei a única que poderia ser útil naquele momento.
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Ele é o mal (Romance Gay)
General FictionGay | +18 | Em um mundo onde a magia é real, Theodoro está prestes a completar 21 anos e precisa lidar com a pressão familiar para casar-se e manter a linhagem pura da família. Apesar disso, ele se deixa apaixonar por Jonathan - um jovem com sede d...