7. Porco assado

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NOTA DO AUTOR: Oi, gente! Nesta semana teremos essa saga na floresta. Uma semana com muitas surpresas, abrindo portas para tudo o que vem por aí!  Sigam no Instagram para mais conteúdo: @lorde_underworld.

— Sinto cheiro de carne tostada

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— Sinto cheiro de carne tostada. Parece que o porquinho passou do ponto enquanto estava na grelha. Mas é assim que gosto da minha carne, com uma crosta dura e fumegante.

O sorriso de Sebastian revelava o quanto ele se considerava superior aos demais. Dava para perceber isso em cada gesto dele, na forma como se posicionava e deixava sempre mais botões da blusa abertos que o necessário.

Seu rosto de 142 anos, que não aparentava ter mais que 20 ainda, sempre estava sujo e suado; porém a beleza dele era encantadora. Havia algo de selvagem que atraía tanto homens quanto mulheres (e ele se aproveitava disso, é claro).

Quanto a mim, com raiva e o braço ainda queimado, me levantei mantendo o peso do corpo sob um dos joelho e observei as chamas que se alastravam ao nosso redor — sendo lançadas pelo vento em direção às árvores.

— Você ficou descuidado, meu querido – disse Sebastian, cruzando os braços e me observando com atenção. – Pelo menos desta vez não perdeu as sobrancelhas.

— Tenho um novo demônio agora. – falei, um pouco entusiasmado por vê-lo. – Sou mais resistente ao fogo do que antes.

— Mesmo assim, fraco. Depois de tudo o que lhe ensinei, deveria saber quando é pego por um feitiço de atordoamento. Ficou andando em círculos por 2 horas.

Rangi os dentes, irritado. A culpa era de Jonathan, claro. Ele havia me distraído. Na verdade, ele ainda me distraía...

Afinal, Sebastian era do tipo que gostava de brincar com fogo e não hesitaria em testar as habilidades do meu primo também — mesmo que o jovem não tivesse nenhum poder.

— Não temos tempo para lutar – avisei, mesmo que com as mãos preparadas para lançar qualquer feitiço de defesa. – Trouxe Jonathan para vê-lo. Ele é meu primo, tem sangue de bruxo e...

— E é oco como uma bonequinha russa. Sei bem, está no cheiro dele.

Meu antigo tutor encarou meu primo de cima a baixo e percebi algum interesse por parte dele.

Havia uma sensação ruim no ar. Talvez eu estivesse com ciúmes ou, quem sabe, com a dor que eu sentia no braço, fosse vontade de vomitar.

— Não deveria trazer esse tipo de gente para a minha floresta.

— Sou forte o suficiente para proteger nós dois. – falei, encarando meu antigo tutor de perto. – Além disso, não encontramos nenhuma besta ou demônio no caminho. Pelo visto anda fazendo uma limpeza eficiente por essas bandas.

— Você coloca fé demais em mim – Sebastian riu, coçando a barba e parecendo menos ameaçador agora. – Ainda não percebeu o que está acontecendo, não é?

Não entendi aquela pergunta. Me incomodou mais do que o cheiro de carne queimada que vinha do meu ferimento. Agora que eu tinha mais demônios, eles se alimentavam da minha dor como se fossem feras sedentas. Aquela relação era boa para todos nós (eu sentia menos a ardência em meu braço e eles ficavam satisfeitos com o gosto da morte).

— Veja bem, Theodoro. – Sebatian fixou os olhos escuros nos meus. – Ouça o barulho da mata, das árvores e até do chão ao seu redor. Feche bem seus olhos e tente entender o que está acontecendo com o coração desta floresta.

Fechar os olhos naquele lugar não seria confortável. Além disso, a queimada estava aumentando e minha vontade era de sair dali.

Mesmo assim obedeci, fechei minhas pálpebras e analisei a situação ao redor somente com a minha audição.

Foram longos cinco segundos com os olhos fechados — ficando totalmente desprotegido para qualquer ataque. E, quando os abri novamente, fiquei assustado.

— Nada – falei, sem crer que aquilo era possível. – Nós... Estamos no seu feitiço de atordoamento ainda?

Ele balançou a cabeça, em negativa. Depois olhou para Jonathan e voltou a sorrir com aqueles dentes incrivelmente afiados — um detalhe que não me assustou quando nos conhecemos, mas que passou a ser cada vez mais ameaçador conforme cresci. Sebastian era metade demônio. Pois é, essa era a sua maior força.

— Meu corpo inteiro vibra para que eu fuja. – Explicou. – Meu instinto diz que devo ir para o mais longe possível daqui, me embrenhar na escuridão e nunca voltar... Tudo por conta dele.

E ali estava o seu interesse por Jonathan explícito para nós dois.

— Não deveria ter vindo para a floresta, garoto.

— P-por que não? – perguntou Jonathan, que até então havia ficado em silêncio durante nossa conversa.

Suspirei fundo, inconformado por ter deixado aquilo passar.

— É a floresta. – Resolvi falar de uma vez. – Não ouço nenhum pássaro, nenhum inseto e nenhum ser vivo ou mágico perto de nós. Pelo que o Sebastian disse, você é responsável por isso.

Ele é o mal (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora