9. O monstro

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NOTA DO AUTOR: Penúltimo capítulo da parte 2!!! Lembrando que semana que vem não teremos capítulos. Porém, voltamos dia 25 para os ÚLTIMOS capítulos da nossa história! 

***

— Jonathan, me espera!

Ignorei o pedido do Alef e continuei correndo até alcançar os portões da mansão.

Vi que havia um vão no meio da cerca-viva. Ela tinha sido destroçado por algum feitiço e parte do solo estava sendo consumido por uma espécie de gosma púrpura, que se espalhava pelo ambiente. Os mesmos sinais estavam na estrutura da mansão, que desabava conforme a gosma se expandia.

— Abaixa!

Alef se jogou contra mim quando me alcançou e um feitiço cortou o ar, quase nos atingindo, e batendo contra o portão.

Vi um soldado da Elite bem à nossa frente. Ele estava armado, mas havia tentado nos acertar com a mão livre.

Antes que o inimigo tivesse a oportunidade de tentar outro ataque — seja com magia ou com o fuzil que carregava — um animal selvagem foi para cima dele. O leão, de quase dois metros de altura, cravou as presas na perna do soldado e começou a arrastá-lo para algum canto.

Foi uma cena horrível de presenciar.

— A gente precisa sair daqui! – avisou Alef.

— Não viu que estão atacando a mansão?!

— É, eu percebi. É por isso que temos que dar o fora!

Ele tirou o revólver da cintura, engatilhou e ficando pronto para qualquer imprevisto que aparecesse. Alef me ajudou a levantar e viu, pela minha expressão, que não seria fácil me tirar dali.

— Preciso das minhas poções – falei.

— Esquece isso! Esse lugar já era.

Ele tinha razão, mas eu não conseguia me desgarrar da família. Eles estavam sendo atacados, ouvia os gritos dos meus primos e o som de mais feitiços sendo lançados.

A destruição continuava e tudo o que eu podia fazer era observar. Nunca me senti tão inútil, e aquela não era uma sensação que eu queria que perdurasse.

— Me espera aqui!

— Jonathan, não!

Comecei a correr novamente, em direção ao casebre onde ficavam as minhas poções e os ingredientes que usava para prepará-las.

Pensei na besteira que estava fazendo. Não podia abrir mão do único dom que eu tinha. Precisava dar um jeito de manter as minhas poções.

Quando cheguei perto dos jardins, encontrei um verdadeiro cenário de guerra. Meus primos estavam no meio de uma batalha, impedindo soldados de atravessarem o bloqueio na frente da mansão. Muitos haviam invocado animais para atacarem os membros da Elite, outros tentavam lançar fogo, jogar objetos com telecinese ou conjurar prisões. Mesmo assim, estávamos sendo massacrados. A maioria dos corpos no chão eram da minha família.

Quando os soldados jogaram uma bomba de gás na frente dos meus primos, muitos sentiram o efeito e começaram a gritar por socorro.

Foi quando, próximo à parte intacta do telhado, vi o meu tio erguer as mãos e conjurar uma rajada de raios na direção dos inimigos.

Precisei me encolher entre os escombros para que ninguém me visse e eu pudesse me proteger dos ataques dos dois lados.

Estava fora de forma para continuar correndo daquele jeito, meu peito ardia e minhas pernas quase não me obedeciam, mas continuei no caminho para o casebre.

Ele é o mal (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora