Vinte e três; complô.

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se o forninho 'tava por um fio, agora ele despenca mesmo

. . .

Três pessoas, sendo dois heróis e eu, uma mera humana sem sal, não foram suficientes para impedir Rena Rouge acertar – no mínimo – cinco vezes a bendita flauta em Chat Noir.

Eu parei de contar após a terceira, por ser humanamente impossível tentar segurá-la e contar quantas vezes ela movia aquela bendita arma.

Alya não é lá uma pessoa tão equilibrada, e o desequilíbrio toma conta quando se mexe com alguém que ela goste ou sinta uma profunda afeição.

Demorou minutos para contermos ela. Chat prometeu – de pé junto – explicar toda a situação caso ela se acalmasse e não criasse cento e nove copias para fazê-lo de saco de pancadas humano. Ela não acreditou, mas Carapace convenceu-a a dar um pequeno voto de confiança.

— Se ele estiver mentindo... eu vou mostrar que aquele cinto é muito útil e não apenas para segurar aquela porra de uniforme.

Acabo rindo com sua piada. Olho de relance para sala, onde Carapace está dando seu máximo para fazer algum curativo no queixo de Chat. É, aquela flauta não é uma coisa muito sensata de se ter.

Volto a minha atenção para a chaleira, que apita.

— Dupain-Cheng, você precisa de uma roupinha para essa gata! — Queen Bee contornou o balcão, segurando Valentina como se a gata fosse um urso de pelúcia. A bendita mal se movia, deixando-se levar pelas caricias da mulher. — Ela é uma graça!

— Diz isso somente porque ela não está arranhando sua cara ou mordendo sua bunda. — Reclamo, enquanto pego minhas xicaras especiais. Eu havia ganhado há tempos de alguma tia, e sempre soube que as usaria, porém, nunca imaginei que seria em tais circunstância. Giro o corpo, me aproximando da sala. — Aceitam chá? Para acalmar os ânimos, ha.

Chat me oferece um sorriso amigo quando coloco a chaleira sobre a mesa, junto as delicadas xicaras. Rena mante sua cara fechada e Queen Bee se senta no sofá, ainda com a gata nos braços. Me sento ao lado de Chat. Rena me olha com uma careta.

Carapace pigarreia, indo ao lado da heroína que prefere ficar em pé ao lado do braço esquerdo do sofá. Sorrio, um pouco nervosa.

É, me sinto nos filmes quando os pais tiranos pegam suas doces garotinhas de berço de ouro com o imprestável que eles odeiam.

— Tem como termos uma conversa civilizada, certo? Sem que alguém tente matar o outro ou... sem... acertos.

— Difícil porque eu tenho muitas contas a acertar com esse ai. — A ironia de Rena faz Chat sorrir com presunção.

— Você está brigando sem nem saber da verdade.

— Ah seu filho da puta, eu sei muito bem a verdade! Você até pode fazer a Marinette de trouxa, mas eu não! — Ela tenta se aproximar, Chat se levanta, assim como eu e Carapace que intervirmos.

— Ow, ow! Vamos... acalmar? — Ele murmura, um tanto sério.

— Eu acho que devemos tomar um gole de chá, é de camomila...

Rena me encara com um bico, cruza os braços e da meia volta. Acabo suspirando, e olho para Chat.

Você que se vire 'pra explicar e espero que faça isso logo antes que você saia daqui sem a cabeça ou sem as bolas.

Chat ri, e eu também, mesmo que aquilo tenha sido sério. Alya não brinca, eu conheço a melhor amiga que eu tenho.

E então, voltamos a nos sentar. Ele suspira.

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