Vinte e oito; não desmaie!

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se pá hoje sai outro IJAOISJAIOSJOI
espero que gostem! <3

. . .

Me acostumar a voltar a rotina como Ladybug havia sido difícil, mais difícil do que eu esperava. Minha sorte era ter um bom grupo de pessoas que me ajudavam com carinho.

Não vou mentir e dizer que os dias seguintes foram fáceis, porque não foram. Enquanto Félix estava a solta, as coisas ficaram difíceis. Eu temia por meus pais, por meus amigos, por todos ao meu redor, mas como Ladybug eu me sentia um pouco mais capaz de protegê-los. Talvez essa fosse a maior magia dos Miraculous.

O apoio de Adrien também era algo bom de se ter.

Com o passar dos dias, tudo foi se ajeitando e se acalmando. As coisas entraram nos eixos, principalmente quando Félix foi – finalmente – vencido quando tentou nos abordar de modo falho, sendo um contra cinco. Não posso dizer que fiquei totalmente feliz, porque tudo o que sentia era um alivio tremendo, ao mesmo tempo que sentia uma certa pena de Félix. Ele havia sido manipulado, mesmo sendo um manipulador nato.

Finalmente, os Miraculous estão a salvo com Nino, e eu decidi não me desfazer de Tikki. Adrien pareceu – surpreendentemente – apegado a Plagg e vice-versa. Agora oficialmente somos pais de quatro: dois kwamis e dois gatos.

— Acho que estou grávido de todas as pizzas que comemos nos últimos quinze dias

Franzo o cenho enquanto giro o corpo. Adrien entra no quarto sem a camiseta, tocando a barriga que não parecia ter gordura a mais do que o necessário. Fazia uma careta, o que me fez rir.

— Ficou muito mal acostumado desde que começou a me visitar com regularidade. — Encarei-o quando se aproximou, e sorri quando ele me roubou um selinho. Seu olhar logo fugiu dos meus olhos para o monte de papel espalhado na escrivaninha. — O que foi?

— Por que nunca me disse que fazia designs?

Acabo dando de ombros.

— Você nunca quis saber.

Adrien faz uma careta óbvia e eu me levanto.

— Como você está gravido de pizza, acha que seria traição se pedíssemos lanche essa noite?

Ele me parece pensar.

— Acho que a pizza não vai se incomodar.

Acabo rindo e saindo na frente, usando meu celular para encomendar as comidas. Quase sou derrubada ao pisar na sala, Enzo e Valentina passam como duas fúrias pelas minhas pernas, Plagg grunhia, voando frente a eles.

— Um era bom, dois é demais!

— Você os provoca e depois reclama! Inacreditável! — Tikki ri, sentada no sofá. — Pelo menos eles gostam de você.

— Impossível não gostar! Eu sou a personificação da salvação do mundo! — O gatuno dramatiza, o que logo faz Tikki ir atrás dele e começar uma possível discussão. Me jogo no sofá, com um suspiro pesado. Adrien logo está largado ao meu lado, com a cabeça encostada a minha.

Toco-o os fios loiros e acabo sorrindo.

— Você vai descer na portaria. Estou cansada.

— Eu estou grávido!

— Vai fazer bem ao bebê pizza. — Pisco e ele rola os olhos. Esgueira o corpo para depositar um selar em meus lábios e quando percebo já estamos aos amassos no sofá. Não me importo.

Porém, somos atrapalhados pelo estalar de língua de Plagg, que – felizmente – não tem tempo de nos repreender. Valentina quase agarra seu rabinho flutuante e ele é obrigado a fugir. Rio.

— Ahhh, tenho uma coisa 'pra te dizer. — Olho para Adrien e ele parece curioso. Sorrio. — Meus pais querem te conhecer.

Repentinamente, Adrien muda a expressão.

— O-O que? — Certo, ele está a beira de um tremelique. — S-Seus pais?!

— Sim, meus pais. — Dou de ombros. — Por que?

Ele se acanha.

— Eu nunca visitei os pais das minhas namoradas, eu nunca fiz isso! Eu não sei como me portar! — Ele salta do sofá. — Você acha que estou bem? Meu cabelo está bom? Precisa de um novo corte? O que eu devo usar? Um terno?

Me levanto e o puxo novamente para o sofá. Suspiro, tocando o rosto de feições ansiosas. Meneio a cabeça.

— Você está ótimo, e não precisa se preocupar. Seja você mesmo, meus pais vão te amar. Eles não são um bicho de sete cabeças, tudo bem? São só.... meus pais.

Isso não parece acalmá-lo. Ele puxa uma almofada, colocando o rosto sobre ela.

— Eles vão me odiar!

— Não vão...

— E se eles quiserem que a gente termine?

— Eles não vão querer...

Adrien continuou a balbuciar choramingos contra a almofada, o que só me fazia rir em certos momentos.

[...]

Tirei um dos meus vestidos novos do fundo do armário, e uni com minhas sapatilhas novas. Mantive o cabelo em um rabo de cavalo alto e as onze eu já esperava Adrien no térreo com minha bolsinha de mão. Ele não demora a chegar, e assumo me sentir aliviada por ele não usar mais do que uma simples calça jeans e uma blusa polo junto a um par de tênis escuros. Confesso que temia vê-lo com um terno na manhã seguinte.

Meu coração salta repentinamente quando ele se aproxima ainda mais. Seu perfume pode ser sentido a quilômetros e me é aprazível. Sorrio quando ele me beija com extrema delicadeza.

— Nervoso?

Adrien suspira.

— Como nunca. — Ele sorri amarelo, envolvendo a mão junto a minha. Saímos andando em direção a rua. — Nunca conheci pais de quem já sai, isso me deixa... no mínimo ansioso.

— Meus pais vão te amar, eu tenho certeza.

— E se não amarem?

— Bem, vão ter que aceitar minha escolha. — Pisco para o loiro e entro no carro quando ele abre a porta. Adrien não tarda em contornar o carro e entrar pelo lado do motorista enquanto coloco meu cinto. Olho-o. — Você sabe que é ótimo, não é? Apenas respire fundo e não surte.

Adrien sorriu, e me deu um beijo antes de colocar o cinto e dar partida no carro. Meu sorriso é aberto e gritante, me sinto feliz. Sim, feliz. Levar Adrien para conhecer meus pais me parece uma boa, mesmo que uma parte minha esteja com um pequeno receio que Adrien possa ter algum tipo de piripaque repentino. Expulso tais pensamentos para o fundo de minha mente, e continuo com um papo fluido e leve enquanto ele dirige.

Em poucos minutos, estamos na frente da padaria. Adrien parece surpreso.

— Nunca me disse que seus pais tinham uma padaria.

— Eles também têm uma língua grande e vão te encher com história, prepare os ouvidos.

Ele ri, e então dou um passo a frente, puxando-o para os fundos da padaria que permanecia fechada. Mamãe resolveu não abrir para que o almoço pudesse acontecer de modo calmo. Subimos as escadas, e quando bato na porta, seguro a mão de Adrien. Papai abre, e um sorriso cresce em meu rosto.

Mas quando encaro o loiro, ele está branco como leite.

Céus, eu só espero que ele não desmaie!

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