MPP. 31

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Escrito com SraSandoval9

Refúgio: Você também me prometeu... priorizou seu trabalho... eu vivi um verdadeiro inferno durante esses meses... eu não suporto mais isso... eu quero paz... quero sossego - segurei seu braço - deixe isso Maria... vamos mudar de vida... podemos cuidar dos escritórios que meu pai me deixou... podemos fazer nossos horários... cuidar dos nossos filhos... seremos uma família como eu sempre desejei... abra mão de tudo isso... fique com sua família... eu sei que eu não tenho o direito de te pedir isso... se o faço é em nome do amor que sinto por você... por mim... pelos nossos filhos... fique comigo... vamos recomeçar.

Me senti presa entre a cruz e a espada. Amava meu trabalho e sei que não seria feliz sem ele. Mas também não seria feliz sem ela. Fiquei de frente para ela, passei a minha mão em seu rosto.

Maria: Esta bem... farei o que quer - abracei ela me sentindo um pouco vazia, tinha lutado tanto para chegar onde cheguei.

Refúgio: Tem certeza disso? - a olhei - eu não quero que se sinta mau... mas eu também quero um recomeço... passamos por muitas coisas até chegarmos aqui... não estamos vivendo... estamos apenas levando nossos dias... me sinto muito sozinha... me sinto mau com tudo isso - sequei meu rosto - eu não sei mais o que fazer Maria... eu perdi meu pai... tudo que eu tenho são vocês... mas não posso te obrigar a abrir mão da sua felicidade, para sofrer ao meu lado... eu não quero te ver sofrendo.

Baixei minha cabeça.

Maria: Amo você, amo mais do que a mim mesma... quero poder conciliar minha vida... meu trabalho é parte da minha essência, faz parte de quem eu sou... lutei muito para chegar onde cheguei, mas se ele está me afastando de você - me virei de costas - se acha que não pode ficar comigo assim... eu... desisto dele.

Refúgio: Esqueça o que falei - suspirei - é sua conquista... o que te faz feliz... se você diz que vai conciliar... eu vou me deitar... estou cansada - falei e voltei entrando no quarto.

Mordi meu lábio vendo ela sair. Estava sendo egoísta por não querer desistir de nenhum dos dois. Sem Refúgio eu seria dor e solidão. Sem meu trabalho eu seria um barco a deriva. Tomei um banho, vesti uma camilosa e deitei ao lado dela.

Maria: Gostaria de viajar? - perguntei me virando para ficar de frente - eu gostaria de que passassemos um tempo juntas.

Refúgio: Eu não posso... a médica me proibiu... ela falou que no meu estado e com essa pressão instável é arriscado acontecer algo comigo ou com os bebês  - suspirei - eu também gostaria... na realidade gostaria que tudo ficassem bem... queria ter a certeza de um futuro ao seu lado... de que os nossos filhos tivessem - falei triste - mas tudo bem... tenho que aprender à viver um dia de cada vez e deixar o futuro para depois.

Maria: Não entendo porque fala assim... eu estou aqui, ao seu lado... já lhe explique o porque de tudo isso, eu queria que aquela mulher pagasse por cada minuto de aflição que passou... acha que eu não tenho medo do futuro? Estou ao seu lado Refúgio mas é o mesmo que não estar... a muito tempo que não me ver mais como sua mulher... todas as noites durmo agarrada as suas costas, muitas vezes tocando os nosso filhos, mas você... não vê ou se faz de cega...- levantei e fui até a janela - só exige de mim... Mas e você? O que tem me dado ultimamente? Olha essa discursão não nos levará a nada... estou de férias e de licença por um ano... e não vou passar esse ano brigando com você... me recuso a isso.

Refúgio: Está por um tempo Maria - suspirei - acha que não te sinto?... que não vejo?... só não quis brigar mais... estou cansada... estou à meses com a pressão alta e não baixa por causa do estresse... sabe disso não sabe? Mas tem razão em falar... eu não tenho te dado nada... assim como você não tem - ri sem vontade - temos apenas levado um casamento de aparências... além de discussões nada mais sai... eu não vou discutir... não tenho mais condições para isso - falei me levantando da cama - eu preciso sair um pouco... se me permitir sairei com um dos seguranças... só quero esfriar minha cabeça... não consigo ficar nessa faixa de gaza que somos.

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