Capítulo 2 - Infame Brigadiça

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Ao sair daquele castelo sombrio, Aneline se impressionou com o que viu. O céu possuía um tom escuro, misturado a espectros luminosos semelhantes à auroras boreais, porém com um tom dourado e outros rosados.

Ane viu seres horrorosos e vis passando de um lado para o outro. Shad fez questão de apresentá-la ao lugar.

— Bem vinda à Infame Brigadiça! Reino do mal do Mundo das Bizarrices. Aqui é lar de esqueletos, fantasmas, bruxas, demônios, bestas, pestes, políticos, zumbis e tudo de mais horrível que existe.

— Uauu...

Todas as construções ali eram pequenas, feitas de madeira e metal. Artes rebuscadas nas estruturas de ferro negro despontavam dos umbrais das portas e dos telhados, dando uma aparência soturna ao lugar. Shad conduzia Aneline. Passando pela avenida comercial, chegaram ao supermercado.

Uma grande placa de madeira ornamentava a entrada, ostentando uma bela arte de frutas e legumes.

O interior era até bem moderno, Aneline se surpreendeu. Todo trabalhado em madeira; possuía refrigeradores, ar condicionado, carrinhos e até máquinas de chiclete.

— Por que viemos aqui primeiro? É importante? — perguntou Aneline. Só conseguia pensar no medo que toda aquela situação envolvia. Ainda não tinha certeza se  o que via era real.

— Só preciso comprar algo para comer, ainda não estou saciado — Shad demonstrou um sorriso de orelha a orelha bem estranho.

Eles foram até a seção de comidas vampíricas, e ele mostrou os seus lanches favoritos: Hemacitos, o salgadinho, e Sanguynho, o sangue de caixinha. Shad logo comprou o segundo, e começou a tomar pelo canudinho. Aneline ficou curiosa ao ver criaturas horrendas de cor azul, musculosas e com longos chifres, pegando potes de vidro na prateleira no fim do corredor.

— O que são eles? — perguntou Ane.

Shad se virou para onde ela olhava, e após dar uma golada de seu Sanguynho respondeu:

— Estes são os demônios azuis.

— Meu Deus, e o que eles comem?!

— Geralmente, almas em conserva.

Ane sentiu um calafrio tomar conta de seu corpo no mesmo instante.

— Não se preocupe, não são almas importantes.

Ane percebeu que isto deveria aliviar seu medo, mas não foi o que aconteceu. Isso só a deixou mais perturbada com tudo aquilo.

— Vamos, Ane, quero te mostrar uma coisa.

Saindo do supermercado, ela foi conduzida por Shad ao fim da avenida. Ali havia um bar. Ane identificou ao ver a porta vai-e-vem, como aquelas de velho oeste.

Ela tentou ler a placa que ali havia, mas o idioma era desconhecido.

— Este é o Bar Maldito. Você vai amar! — se gabou o vampiro.

Ao entrar, Ane avistou um zumbi tocando piano ao fundo, e vários monstros sentados às mesas. Shad levou Ane para o balcão, onde foram atendidos por um esqueleto, que estava secando alguns copos.

— Olá, Eucrânio, como vai amigo? — O vampiro o cumprimentou.

— Shad, meu amigo! Até que enfim você acordou do seu sono. Já fazem alguns meses, hein?

— Me diga, seu monte de ossos, como estão as coisas por aqui?

— Do mesmo modo de sempre. Aparentemente, a morte aparentemente é mais parada que a vida. — Então eles riram um bocado.

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