Ao sair daquele castelo sombrio, Aneline se impressionou com o que viu. O céu possuía um tom escuro, misturado a espectros luminosos semelhantes à auroras boreais, porém com um tom dourado e outros rosados.
Ane viu seres horrorosos e vis passando de um lado para o outro. Shad fez questão de apresentá-la ao lugar.
— Bem vinda à Infame Brigadiça! Reino do mal do Mundo das Bizarrices. Aqui é lar de esqueletos, fantasmas, bruxas, demônios, bestas, pestes, políticos, zumbis e tudo de mais horrível que existe.
— Uauu...
Todas as construções ali eram pequenas, feitas de madeira e metal. Artes rebuscadas nas estruturas de ferro negro despontavam dos umbrais das portas e dos telhados, dando uma aparência soturna ao lugar. Shad conduzia Aneline. Passando pela avenida comercial, chegaram ao supermercado.
Uma grande placa de madeira ornamentava a entrada, ostentando uma bela arte de frutas e legumes.
O interior era até bem moderno, Aneline se surpreendeu. Todo trabalhado em madeira; possuía refrigeradores, ar condicionado, carrinhos e até máquinas de chiclete.
— Por que viemos aqui primeiro? É importante? — perguntou Aneline. Só conseguia pensar no medo que toda aquela situação envolvia. Ainda não tinha certeza se o que via era real.
— Só preciso comprar algo para comer, ainda não estou saciado — Shad demonstrou um sorriso de orelha a orelha bem estranho.
Eles foram até a seção de comidas vampíricas, e ele mostrou os seus lanches favoritos: Hemacitos, o salgadinho, e Sanguynho, o sangue de caixinha. Shad logo comprou o segundo, e começou a tomar pelo canudinho. Aneline ficou curiosa ao ver criaturas horrendas de cor azul, musculosas e com longos chifres, pegando potes de vidro na prateleira no fim do corredor.
— O que são eles? — perguntou Ane.
Shad se virou para onde ela olhava, e após dar uma golada de seu Sanguynho respondeu:
— Estes são os demônios azuis.
— Meu Deus, e o que eles comem?!
— Geralmente, almas em conserva.
Ane sentiu um calafrio tomar conta de seu corpo no mesmo instante.
— Não se preocupe, não são almas importantes.
Ane percebeu que isto deveria aliviar seu medo, mas não foi o que aconteceu. Isso só a deixou mais perturbada com tudo aquilo.
— Vamos, Ane, quero te mostrar uma coisa.
Saindo do supermercado, ela foi conduzida por Shad ao fim da avenida. Ali havia um bar. Ane identificou ao ver a porta vai-e-vem, como aquelas de velho oeste.
Ela tentou ler a placa que ali havia, mas o idioma era desconhecido.
— Este é o Bar Maldito. Você vai amar! — se gabou o vampiro.
Ao entrar, Ane avistou um zumbi tocando piano ao fundo, e vários monstros sentados às mesas. Shad levou Ane para o balcão, onde foram atendidos por um esqueleto, que estava secando alguns copos.
— Olá, Eucrânio, como vai amigo? — O vampiro o cumprimentou.
— Shad, meu amigo! Até que enfim você acordou do seu sono. Já fazem alguns meses, hein?
— Me diga, seu monte de ossos, como estão as coisas por aqui?
— Do mesmo modo de sempre. Aparentemente, a morte aparentemente é mais parada que a vida. — Então eles riram um bocado.
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Mundo das Bizarrices
FantasyAneline é uma garota que vive em uma região onde os jogos digitais são a febre do momento. Diante da triste situação financeira que ela vive juntamente com seu pai, e ainda de luto pela recente morte de sua mãe, ela acaba se envolvendo num "acidente...