Eu me importo

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No fim do dia, Sina ajudou Ernâni a fechar o quiosque.

- Casa?

- Não- Sina colocou as mãos no bolso do short.

- Como não?

- Vou ficar aqui.

- Quer que eu chame a Sabi?

- Quero ficar sozinha Papi, se não se importa- ela sorriu forçado e Ernâni a abraçou.

- Eu te amo- ele disse e os separou- por favor, presta atenção nesse telefone.

- Prometo que juro- ela disse rindo fraco.

- Olha... prometo que juro é...

- Tenso- Sina completou e Ernâni beijou a testa dela, foi embora deixando a garota sozinha.

Ainda tinha um quiosque aberto, Sina caminhou até lá e se escorou no balcão.

- Sina do Ernâni!- senhor Joe a cumprimentou.

- Faz tempo que eu não venho aqui...

- Verdade, faz tempo que você não precisa de cachaça pra aliviar as coisas.

- Voltamos ao tempo de quando eu precisava- a garota disse e o homem colocou uma garrafa de vodka na frente dela- o senhor é o melhor.

- Por favor não beba tudo de uma vez.

- Não vou- ela abriu a garrafa e bebeu um pouco do líquido.

- Por que as minhas bebidas mais fortes nunca te afetam?- o homem riu.

- Porque a dor que eu estou sentindo afeta mais- Sina respondeu e saiu caminhando.

[...]

Já faziam várias horas que ela estava sentada na areia, com as pernas cruzadas e uma garrafa quase vazia na mão. As ondas batendo no chão pareciam estar batendo na garota, que não parava de chorar desde que acordara.

Ernâni mandava mensagem de hora em hora, e Sina sempre dava um jeito de responder que estava bem, mesmo estando bêbada.

Sabina foi ao quarto da irmã e viu que ela não estava lá, já sabia bem onde ela estava.

- Mas que merda é essa?- Noah resmungou ao escutar seu telefone tocando- que é?

- Acorda- Sabina disse do outro lado da linha.

- Uma hora da manhã.

- O que?

- Logo hoje que eu consegui dormir cedo você me liga essa hora?

- Você precisa salvar minha irmã- Noah deu um pulo da cama.

- Pelo amor de Deus...

- Calma, ela tá bem, eu acho- Noah suspirou- ela provavelmente está na praia enchendo a cara.

- Ela bebe??- Noah perguntou surpreso.

- Ela bebia quando chegou aqui, ficou muito mal quando nossa mãe morreu mas enfim! Vai atrás dela.

- Sabina...- ele suspirou- eu já estou indo.

[...]

Aquela praia era um breu de noite, e era muito, muito fria. Se Sina estivesse perto do mar provavelmente estaria congelada. Noah entrou na praia e caminhou até a única sombra que viu ali.

- Hey!- ele exclamou mas Sina não mudou de posição, então Noah correu até ela se ajoelhando do seu lado- tá muito frio aqui!

- Acha que eu não sei?- ela olhou para ele sorrindo forçado.

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