The Game of Life 2 - PT

Capítulo 30 "Por você eu faço tudo"

Samantha Collins Point of View

Ouvi um grito e alguém descendo as escadas mas eu não me conseguia mover, as lágrimas me consumiam, o desespero e o aperto no peito tiraram qualquer concentração, estava doendo vendo ali a pessoa que me criou morrendo aos poucos, uma pessoa que

 amo e confio

.

- Sam – vi Jon se baixando a minha frente.

Soltei um soluço alto soltando a arma no chão e o abraçando, agarrando como se ele me fosse tirar aquela dor do meu peito, aquele sufoco, aquela…

culpa.

Soluços rasgavam minha garganta sentia cada vez a apertar mais, o ar faltava e tudo estava turvo, era desesperante, era como se tudo a minha volta estivesse rodando menos aquele corpo se esvaindo em sangue.

- O que aconteceu princesa? – perguntou doce se afastando de mim envolvendo meu rosto nas suas mãos. Forcei meus olhos tentando focar seu rosto, ele estava serio e havia lágrimas prestes a brotar dos seus olhos.

- Eu…eu atirei nele – falei baixo como se eu própria não acreditasse nisso – Eu atirei Jonathan, eu matei meu tio, eu sou um monstro – voltei abraça-lo chorando compulsivamente.

- Merda – exclamou segurando meu corpo com seus braços me levantando

Minhas pernas fraquejaram e voltei a cair no chão de joelhos, olhei para a arma ali ao meu lado, voltei a olhar para o corpo que continuava jorrando sangue. Que tipo de pessoa me tornei? Matei meu próprio tio, meu quase pai, a pessoa que esteve sempre comigo quando não tinha ninguém, eu matei uma parte de mim para ele não matar a outra.

- Vem pequena – me pegou no colo – Tenho que te tirar daqui.

- NÃO – gritei entre lágrimas – Eu tenho que o levar para o hospital, ele…ele ainda deve estar vivo… - falei desesperada me atropelando nas palavras.

- Cala a boca Sam, você tem que sair daqui agora – falou firme me arrastando la para fora, segurei seus ombros afundando minha cabeça no seu peito.

- Eu…ah droga Jon – balbuciei sem ter capacidade de formular uma frase.

- Shiuu fica calma pirralha – sussurrou no meu ouvido.

Fechei os olhos sem conseguir controlar o choro, mil facadas cravadas no meu peito por mais cliché que isso soe é assim que me sinto, como se milhares de laminas me estivessem cortando. Comecei sentindo meu peito cada vez mais apertado…estava tendo novamente um daqueles ataques.

- J-Jon – sussurrei sentindo a falta de ar.

Jonathan me olhou visivelmente preocupado, os olhos arregalados e a respiração descompassada o denunciou, começou andando mais depressa e me colocou no carro, fechei os olhos novamente tentando puxar o ar com mais calma. Se baixou ficando na minha altura passando as mãos no meu cabelo, não me conseguia focar em nada, meu peito se apertava e minha garganta se fechava cada vez que tentava puxar o ar.

- Olha para mim linda – segurou meu rosto, abri os olhos me focando naqueles olhos azuis.

- Eu…eu…não…

- Calma, lembra de respirar com calma por favor pequena. – pediu, tentei fazer mas a imagem de meu tio morrendo, de eu atirando nele vinha na minha cabeça me fazendo sufocar no choro – Se lembra que o ar está sempre ai, isso é tudo da sua cabeça. Inspira e expira com calma. Se concentra só na minha voz – sua voz estava calma e seus olhos não largavam os meus.