16 de janeiro de 2006, Segunda Feira.
A pior coisa da vida é que você nunca sabe quando realmente vai se ferrar, fique registrado aqui que eu tentei acertar sempre. Minha mãe me dizia que não importava quantas vezes erramos, o importante é contar quanta vezes tentamos de fato acertar. E eu tentei acertar em todas às vezes.
Sei lá, às vezes, a forma em que decidimos algo afeta nossa vida como um todo, mas não significa que tudo esteja ferrado.
Na vida, não podemos voltar ao passado e mudar tudo o que fazemos, apenas continuamos e escolhemos mais, tem gente que acerta, tem gente que erra, e tem gente que nem tenta mais.
Eu devia parar de tentar, mas eu não consigo.
Desde aquela semana, eu fui expulsa, recebi o sermão maior que eu poderia ouvir de minha mãe, e mudei de escola. Kelly foi a pior, se mudou de cidade. Não tem aqueles velhos que falam “só damos valor às coisas quando as perdemos?”, sinto muito dizer, mas ele está errado. Não damos mais valor às coisas quando as perdermos, damos lembranças a ela. Isso não significa que lembranças não valem algo, mas também não descartam que a vida continua e que nem tudo foi tão ruim. Imagine se soubéssemos de tudo que fosse acontecer na nossa vida?
As coisas não acontecem por acaso.
Mas eu percebi uma coisa nova entre nós duas, Kelly Belly de Suellyn não era só minha melhor amiga, ela era minha conexão, eu conseguia me conectar com ela em poucos minutos, mesmo com as diferenças, parecia que pensávamos a mesma coisa.
Vai além de uma amizade boba de uma escola. Kelly é minha amiga desde quando ela chegou à cidade, fizemos praticamente tudo juntas. Aprendemos coisas juntas, crescemos e presenciamos as coisas mais loucas juntas. E agora ela está em outra cidade.
As lembranças boas nos matam por dentro lentamente, enquanto as lembranças ruins nos fortalecem e nos fazem esquecer. Mas a diferença das boas e das ruins, é que as boas duram pra sempre, e as ruins somem com o tempo.
Agora estou numa escola nova, com pessoas me olhando de canto, curiosos pela garota que escreve num diário. Desculpa por demorar tanto a escrever, mas aquele dia em que a diretora perguntou se eu fazia parte ou não, me lembro de que a minha resposta foi sim, definitivamente sim. Contei sobre as calcinhas fio dental e o shampoo Johnson & Johnson.Depois que tudo acabou aqui estou eu no pátio da escola, com um broche roubado na mão, lembrando e escrevendo.
E do outro lado, sentada com um sorriso no rosto, vejo a Sarah.
Não tinha mais nada a perder, não teria problemas se eu fosse falar com ela, certo?— O que está fazendo aqui?
— O mesmo que você, gracinha.
Aquele tom de deboche que apenas aquela garota sabia fazerNome: Sarah Quintell
Idade: 18 anos
Profissão: Talarica gótica
Hobbies: desconhecido (antes era colecionar barbies, agora não sei).
Coisas que odeia: desconhecido (antes era aranhas, agora ela anda com anéis em formato de aranhas).E agora deve perguntar o porquê eu pedi para você odiar essa garota.
É muito fácil de explicar, Sarah simplesmente é uma falsa. Ela beijou Cley sabendo que eu gostava dela, e dizia ser minha amiga. E não foi somente isso, Sarah estragou várias vezes meus planos de me aproximar de Cley, ela sempre roubava meus planos e se fingia de sonsa. É exatamente por isso que eu a odeio, mas ela de uns tempos pra cá mudou muito, digo, o estilo dela, agora tá mais pra uma emo ou gótica. Resumindo, eu e ela estávamos prestes a brigar.— Então foi expulsa? Deixa-me adivinhar... O seu caderninho não te deu as decisões sensatas?
— Como você sabe sobre meu diário?
— Uma patética como você nunca vai saber falar com pessoas reais, é claro que o seu diário é como um amigo imaginário, que infantil.Eu podia calar a boca dela a qualquer momento, mas não sabia se devia. Era lógico que ela sabia sobre algo de você, e temos que descobrir, mas é claro, podemos dar uma surra na cara dela e arriscar nossa força, ou podemos interroga-la, você decide, mas saiba que meu sonho de princesa é dar na cara dela...
FALAR COM SARAH – SIGA O CAPITULO CONSTERNAÇÕES
BRIGAR COM SARAH- SIGA O CAPITULO CIRCUNSPECÇÕES
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Bolinha de Lã - Livro Interativo
Teen FictionJá contou quantas vezes você teve que escolher hoje? Já se perguntou sobre o que aconteceria se você tivesse escolhido outra coisa? Imagine se pra cada escolha que você faz, cria portas para um destino promissor ou um destino fracassado. A nossa v...