Laços

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Primeiramente, perdão pela minha letra... Mas continuando...
A primeira coisa que fiz foi me levantar e ir atrás da louca da Kelly, ninguém merecia ouvir os segredos da professora. Retirei Kelly rapidamente da sala, antes de ela começar a falar as baboseiras de sempre.

— O que é isso, garota? Cê tá louca? Eu ia dizer o porquê aquela velha tá mudando nesse caramba.
— Kelly, eu não acho nada educado ficar revelando as coisas pessoais da professora, eu não ia gostar se você ficasse espalhando por ai que eu gosto de fazer xixi em pé.
Eu posso não ter pensado direito nas palavras...
— Que? CÊ FAZ XIXI EM PÉ?
— Claro que não, só foi um exemplo estranho, assim como esse diário. Por favor, Kelly. Não faz isso.
— Mas, todo mundo quer saber.
— Todo mundo quer saber sobre a mudança da professora, não se ela faz amor em pé na rede ou sentada.
Sim, novamente. Gente, eu não sei discutir, sinto muito.
— Mas isso é interessante.

Não adiantariam de nada minhas argumentações contra Kelly, mas acho que de fato, nós duas nos demos mal, pois quando Kelly virou, um par de olhos enfurecidos nos fitava, e lascou.

Se você me perguntasse qual é decisão da sua vida eu gostaria de decidir, com certeza eu escolheria algo parecido com “Não ir à sala da diretora”. Infelizmente, eu não pude fazer com que você decidisse algum plano mirabolante, justamente porque eu lhe deixei na minha carteira na sala de aula, talvez Maicon tivesse lido você e me ponderou como uma louca, mas tenho certeza que não leu, se fosse Kelly, talvez, mas Maicon, nunca, então vamos se acalmar e ficarmos calmos.
O que aconteceu depois dessa descoberta da professora não foi nada de surpreendente, é claro estávamos levando sermão da diretora sobre pegar um diário da casa de uma professora, mas não foi nada do que eu não esperava. Kelly já havia levado vários sermões deste e nunca aconteceu nada demais.
Contudo, entretanto, todavia, porém, e, mas... Eu já lhe disse que sou azarada?
Sim, eu sou.
Segundo as palavras da diretora:

— Eu sinto muito meninas, mas a contundência do que vocês fizeram me deixou petrificada e sem qualquer alternativa, a não ser, ligar a aos pais ou responsáveis de vocês e relatar a expulsão de vocês duas.
— O que? Como assim expulsão? Só foi uma brincadeira, queríamos...
— Poupe-nos do seu teatro, Kelly. Todos sabem o motivo, respeito existe, Kelly. Você deveria aprender que se uma pessoa muda, não cabe a nós querer saber se foi algo misterioso ou não. Apenas respeite e sofra as consequências dos seus atos infantis, você não se livra disso. E quanto a sua amiga aí, espero que ela assuma as responsabilidades do que realmente fez. Apenas a Kelly foi mencionada aqui, e não você. Então, você fez parte integralmente disso, ou foi somente coincidência estar com Kelly?

E foi por este exato motivo que eu me “caguei” toda na sala da diretora. Mas, eu já lhe contei sobre Maicon e a intuição maravilhosa dele? Ele chegou bem no exato momento com você e meu material escolar. E sim, eu pedi licença para ir ao banheiro para escrever isso bem rápido. E por isso a desculpa se minha letra estiver ilegível. E encontrei este bilhete do Maicon:

“Eu vi você e Kelly na casa da professora, se quiser posso falar com a diretora e testemunhar que só vi Kelly. ☺”

Sim, Maicon odeia Kelly, mas foi fofo.

Enfim, o que você acha que devo fazer?
Se eu assumir a culpa junto Kelly vou ser expulsa, o que não seria nenhum orgulho para minha mãe, e sair da escola com todas as minhas pendencias que queria fazer e nunca fiz, assim como todos os meus amigos que tenho. É humilhação demais, e outra, eu nunca conseguiria um emprego decente tão fácil com um registro de expulsão de escola.
Se eu não assumir a culpa, com certeza, eu vou desprezar o que fiz mais cedo com Kelly, aquele maldito broche lembrando a nossa amizade, aquela maldita invasão que aceitei fazer justamente para honrar nossa amizade. Ela nunca vai me perdoar por isso. O que eu faço? O que vale mais? Se ferrar com uma amiga e perder tudo o que eu sonhei nesta escola ou ficar aqui sem a garota que me faz sorrir e rir todos os dias?

— Garota? O que está fazendo ai?
Droga, é ela. Essa maldita, Sarah Quintell, ela tá gritando no banheiro, caraca. Como ela me descobriu aqui?
— Não tenho tempo pra você, me deixe em paz.
— Você sabe que foi responsável por isto acontecer né, você escolheu o número “7” e o caractere especial “$”.
— O que? Você tá louca? O que está falando?
E ela saiu aos risos.
Quando eu digo que a odeio, é por alguma razão nítida, agora, escolha.

RESPONSABILIZAR KELLY POR TUDO – SIGA O CAPITULO FADÁRIO

RESPONSABILIZAR-SE JUNTO COM KELLY – SIGA O CAPITULO APARECIMENTO

Bolinha de Lã - Livro InterativoOnde histórias criam vida. Descubra agora