Encontrei-a no banheiro, depois de passar mais de uma hora procurando ela, foi só sentir vontade de fazer xixi que a encontrei.
— Então, o que está fazendo aqui?
— Já lhe respondi, o mesmo que você, estudando. O que mais seria?
Que eu me segurasse pra não deixar meu ódio passar da cabeça para meus punhos, aquela cara toda maquiada, tenho aversão.
— Como sabe sobre meu diário? E o que é aquilo que você falou no banheiro, sobre o número “7” e o caractere especial “$”?
— Eu sabia que ia me perguntar isso, e antes que avance pra cima de mim, saiba que eu tenho isso aqui.
Ela me mostrou a arma elétrica que toda menina devia ter, uma arma de choque. E eu fui ameaçada. Mas como ela sabia que eu ia querer dar na cara dela? Será que meu ódio era evidente?
De qualquer forma, dá uma palmada na cara dela não seria tão difícil, e aquela arma não devia ser de verdade.
— Como sabe que eu iria te bater?
Ela sorriu, ligando a arma elétrica, mostrando que a arma era de verdade. Droga!
— É evidente que você o faria, e já tivemos essa conversa, só que você não me perguntou isso. E sei que você quer dá na minha cara, mas você não vai, por mais que seu livrinho infantil tenha escolhido isso. É contra uma das suas regras, te deixarem de olho roxo.
— Você leu meu diário? Nossa, eu sabia que você era tudo, menos uma atrevida que mexia nas coisas dos outros. Mas fazer o que? Esperar isso de você não é uma coisa que me surpreenda.
Ela foi afetada, ela não riu, apenas ficou boquiaberta. Mas em dois segundo recuperou a postura, lançando o sorriso diabólico.
— Não se precisa ler um diário para saber que você é uma idiota completa.
— Se sou uma idiota completa, o porquê faz questão de ficar sempre no pé? Sua vida deve ser tão desgostosa quanto a minha.
E ela apontou a arma de choque pra mim, ajustando os volts. Ameaçando-me.
— Pare de dizer bobagens, eu sei o que vai acontecer agora se você não calar essa boca. Sua vida se tornará uma droga se você não parar com essa sua mania de sempre achar que está correta.
A arma estava prestes acertando meu pescoço, eu estava tremendo, nunca havia acontecido algo parecido comigo.
— O que você quer de mim? Por que está sempre me perseguindo?
— Porque você fez decisões erradas para sua vida, aliás, deixou que outra pessoa fizesse. Estou aqui pra mudar isso. Virei Sarah pra evitar que você ficasse com Cley tão cedo.
— Virou Sarah?
Ela guardou a arma, e puxou meu corpo para frente, me prendendo, e forçando que eu olhasse para o espelho.
— Me solta, doida.
— Olha para o espelho, você não se reconhece mais?
— Vou gritar se você não me soltar...
Ela forçava meu rosto ao espelho, e fitei meu reflexo com o dela, e vi a mim mesma no lugar do reflexo da Sarah, e eu sendo forçada a me ver, era uma coisa fora do comum. Ela me soltou, e eu olhei para o lado e via Sarah, mas olhando para o espelho eu continuava me vendo.
— Que porcaria é essa?
— Não tá entendendo ainda? Eu sou você, meu anjo.
— Não, você é alguma hipnologa ou uma bruxa, eu sei lá. Do jeito que mexe com satanás deve ter adquirido alguma coisa dele. Tira isso.
— Dizem que reflexos são os espelhos da alma, e alma é única, posso mudar de corpo quantas vezes eu quiser, mas meu reflexo a mim mesmo não muda.
— Você é uma louca, uma bruxa.
— E você acha que ter um livro mágico te torna uma pessoa normal?
— Meu diário não é mágico, ele só é diferente.
— NÃO, eu também disse isso, que loucura. Achei que quando isso fosse acontecer comigo, seria bem mais natural.
Eu estava enlouquecendo, apavorada com o que estava acontecendo, e ela rindo.
— Não estou interessada em mais conversar com você.
— Não, agora você vai ficar, ou você não quer entender o que esta acontecendo?
— Se você puder ser breve.
— É muito simples, você escolheu, e a propósito eu escolhi. Ser o que sou ser a Sarah. Ter que nascer em um local totalmente diferente, e ver eu mesma falando comigo, aprontar todas para mim mesma. E no final, virar essa gótica.
Então era gótica... OK.
— E dai? Por que tudo isso?
— Porque muita besteira vai acontecer se você não souber das às corretas escolhas ao seu diário.
— Até agora, ninguém morreu.
— Nesta versão de mundo.
— Como?
— Eu venho de várias versões do mundo, versões a qual tivemos a mesma conversa ou as quais você fez a mesma coisa, apesar de ser tão diferente sua vida.
Era muita loucura pra um só banheiro.
— Se isso é verdade, então prove.
Ela pegou a mochila, abriu e pegou um jogo de baralho.
— Isso se chama tarô. Ele funciona como um mapa para guiar o destino de todos, ele funciona como se fosse o universo, consegue ver várias versões da sua vida, e uma delas vai se concretizar com suas atitudes. O seu diário funciona da mesma forma, como se fosse um tarô em escritas, a escolha que ele fizer vai alterar sua vida. Porém, assim como o tarô, tem certas que coisas que não podem ser mudadas, apenas adiadas. E diferente do tarô, seu diário é mais poderoso, seu diário pode não somente decidir, mas também escrever coisas que nunca aconteceram e que vão se concretizar sem quaisquer problemas, e ninguém, a não ser quem tiver outro diário irá perceber. Um diário não pode interferir na vida do outro, apenas no universo, e o universo sempre recomeça.
— Tudo o que escrever no diário pode se tornar verdade?
— Tenha cuidado com o que você pode escrever, as coisas podem se complicar.
— Se você sou eu, como foi que me tornei Sarah?
— A Sarah sempre foi você, e agora se pergunte quem é você? Ah, e antes que eu vá...
Ela pegou a arma de choque, me segurando, me deu choque em meu pescoço, me fazendo cair no chão.
Ela ria, mostrando o pescoço dela, uma cicatriz no mesmo lugar em que ela me deu choque. E ela saiu do banheiro, me deixando zonza, e sozinha, fechei meus olhos, e não vi mais nada.~ FIM ~
PARABÉNS, VOCÊ CHEGOU A UM DOS FINAIS DA NOSSA HISTÓRIA, A CONTINUAÇÃO DESDE FINAL AINDA NÃO É CERTA, POIS ESTÁ HISTÓRIA É APENAS UM TESTE, SE VOCÊ CHEGOU A ESTE FINAL, POR FAVOR, COMENTE.
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Bolinha de Lã - Livro Interativo
Teen FictionJá contou quantas vezes você teve que escolher hoje? Já se perguntou sobre o que aconteceria se você tivesse escolhido outra coisa? Imagine se pra cada escolha que você faz, cria portas para um destino promissor ou um destino fracassado. A nossa v...