Veemências

12 3 0
                                    

14 de janeiro de 2006, Sábado.
   
A casa de Megan não era somente grande, como não era uma casa, era uma mansão. Você estava neste momento em minha bolsa, sim, eu tenho que andar preparada.
— Como é possível alguém tão rica, estudar numa escola tão pobre quanto a nossa?
Foi a minha primeira pergunta a Mía quando eu cheguei com ela de carro.
— A família de Megan prefere a educação pública, e o pai dela estudou na nossa escola, eles são pessoas adoráveis. Aposto que vão adorar conhecer você.
Eu ri, acompanhando Mía, ela conhecia bem o local.
— Se eles souberem o quanto a filha deles me odeia.
— Megan não te odeia, ela apenas tem um jeito tímido.
Um jeito tímido que dá uma festa em uma mansão, eu queria ser uma tímida assim.

Surpreendente o quanto pessoas ricas me fazem parecer que o meu mundo é diferente. Megan tem um salão enorme só para fazer festas. E adivinhem quantas meninas apareceram? O suficiente pra encher o salão.
Algumas eram rostos familiares, outras eram de diferentes escolas ou universitárias, Megan conhecia muita gente. Talentosa como é, logico que conhece.

— Vai querer dançar? Está música é muito boa, já penso em mexer o quadril.
Eu estava sentada faz tempo, comendo doces e bebendo alguma bebida ruim, não perguntei o que era. Eu estava em uma festa, então eu merecia dançar.
— Vamos nessa.
Mas e quando não se sabe dançar? Apenas se deixa levar. Numa festa, você nunca passa vergonha sozinha, já olhou pra tudo como se fosse superior? Olhe para pessoas dançando se sentindo o superior, e de repente vai passar na sua cabeça, “humanos se mexendo de forma sincronizada, mexendo o corpo como se fossem as batidas da música”. Então vá uma pista de dança, se movimente com as batidas, estique os braços, e movimente os quadris, olhe em volta, você vai vê pessoas estranhas fazendo o mesmo e quando vê seus amigos fazendo caretas a você, e passando vergonha junto com você, o que tem demais? É bom.
Quando você vê, está pulando, colocando as mãos pra cima, contando 1,2 e 3.
Sim diário, eu me sinto viva. Sinto-me bem com todas me olhando e fazendo o mesmo que eu, não estou deslocada e pela primeira vez, estou prestes a soltar um palavrão rsrs.

Aos poucos, Mía foi me apresentando às meninas que estavam conosco, eram tão diferente umas das outras, todas com um toque de diferença impactante.
— Então meninas, eu espero que vocês estejam gostando da nossa festinha, mas todas sabem o porquê estamos aqui.
Foi neste momento que as coisas complicaram.
E Mía gritou o que seria.
— Estamos aqui pra dar um presente que Kevin nunca vai esquece.
Eu nunca me atualizo no assunto dessas meninas.
— Exata Mía, vamos abalar na festa de Kevin, todas para fora, vamos para o carro com palco que eu aluguei. Vamos todas cantar pra mostrar que somos melhores, telefones celulares na mão, vamos gravar tudo.

E agora? Você deve estar se perguntando.
E agora, muito obrigada, nunca se sabe o que podia estar acontecendo se eu estivesse na festa de Kevin.
Todas nós subimos no palco acima do carro, era um carro bem grande, mas não coube todas, e isso a prejudicou? NÃO.
Megan havia alugado mais quatro carros.
Todos os telefones celulares ligados criavam luzes que podiam parecer vagalumes de longe.
— Mía, envia para todas elas a letra da música por mensagem. — Megan gritou.
E em menos de 2 minutos já estávamos lendo o que cantaríamos, eu devia estar me divertindo, mas de tanta coisa que podia dar errado naquele momento, tudo estava bem até demais, acho que eu que sou azarada demais mesmo.

Essa sensação de nervosismo encerrou, quando chegarmos à casa de Kevin.  Megan ligou as caixas de som, e pegou os microfones. As meninas que estavam dirigindo os carros também subiram no palco. E todos da festa de Kevin foram saindo conforme, Megan falava.
— Nós, garotas da escola do bairro, e convidadas. Temos a consideração de dar as devidas felicitações ao queridinho Kevin, o príncipe que se acha o rei das festas. E que debochou de mim e de todas as garotas das escolas, dizendo que garotas não sabem dar uma festa? Vamos mostrar o que é dar uma festa.

(COMO EU SOU UM ESCRITOR E NÃO COMPOSITOR, EU NÃO FIZ A MÚSICA, DESCULPA EU NÃO SEI COMPOR MÚSICAS KKKK, MAS VOU DEIXAR UMA MÚSICA QUE EU DEFINO COMO PARECIDA: COISA BOA – GLORIA GROOVE).

Aquilo foi apenas uma distração, enquanto outras meninas jogavam papel higiênico cor de rosa pela casa toda. Era uma mensagem feminina contra Kevin, e eu, a que iria pra festa de Kevin, fiz parte disso. Mas como sempre, azarenta do jeito que sou, nesta de jogar papel higiênico, eu quase caio do palco, por um segundo, achei que não viria lhe escrever, e advinha quem me salvou? ACERTOU.
Sarah.
ELA ME SALVOU.
No momento, eu não consegui dizer nada, apenas fiquei assustada demais, ela riu e de repente sumiu.

Mas depois de fazermos o Kevin ficar constrangido na frente de todo mundo, todas voltamos a nossa festa, e como boas meninas, todas nós terminamos dormindo no salão de festa, não foi desconfortável, pois Megan tinha muitos e muitos colchonetes.

Eu fui umas das primeiras a acordar, Mía tinha dormido ao meu lado, ou em cima de mim. Folgada.
A cozinha de Megan era enorme, e tinha algumas meninas oferecendo café, eu aceitei e fui pra varanda que dava acesso ao nascer do sol. E neste momento, eu vi Sarah e Megan. Uma na ponta esquerda, e a outra na ponta direita. As duas estavam pensativas, mas não se juntaram para conversar, o que achei muito estranho.
E por isso, acho que já estava na hora de conversar com uma das duas. Megan havia sido incrível está noite, não só pela festa, e como Mía mesmo me afirmou, ela não me odeia. Porém, Sarah salvou a minha vida, eu poderia ter quebrado o pescoço, e ela poderia ter deixado, mas ela foi legal comigo, e tem coisas do passado que preciso esquecer, ela parece ter esquecido, já que não tem mais o estilo de Cley.
Então, com que devo conversar?

CONVERSAR COM MEGAN – SIGA O CAPITULO ABANTESMAS

CONVERSAR COM SARAH – SIGA O CAPITULO CONCUPISCENTES

Bolinha de Lã - Livro InterativoOnde histórias criam vida. Descubra agora