Até que falar com Sarah não seria uma má ideia, até porque, eu nunca havia falado direito com ela faz tempo, e eu estava em um lugar novo. Devia esquecer as coisas do passado, e ir descobrir mais sobre os segredos daquela maluca.
Encontrei-a no banheiro, depois de passar mais de uma hora procurando ela, foi só sentir vontade de fazer xixi que a encontrei.
— Então, o que está fazendo aqui?
— Já lhe respondi, o mesmo que você, estudando. O que mais seria?
Que eu me segurasse pra não deixar meu ódio passar da cabeça para meus punhos, aquela cara toda maquiada, tenho aversão.
— Como sabe sobre meu diário? E o que é aquilo que você falou no banheiro, sobre o número “7” e o caractere especial “$”?
— Eu sabia que ia me perguntar isso, e antes que avance pra cima de mim, saiba que eu tenho isso aqui.
Ela me mostrou a arma elétrica que toda menina devia ter, uma arma de choque. E eu fui ameaçada. Mas como ela sabia que eu ia querer dar na cara dela? Será que meu ódio era evidente?
— Eu não vou pular em cima de você, eu só quero saber, o que você quer?
— Não sou eu quem veio procurar você no banheiro.
— Mas você já fez isso, e ainda disse coisas estranhas.
— Eu digo coisas estranhas pra todos, você não é especial. E já tivemos essa conversa antes, você vai saber o que eu quero dizer sobre os dígitos.
— O que? Você é maluca, não vim perder meu tempo com isso, esqueça.
Eu estava me retirando do banheiro quando ela segurou meu braço, me forçando a olhar no espelho junto com ela.
— Me solta, doida.
— Olha para o espelho, você não se reconhece mais?
— Vou gritar se você não me soltar...
Ela forçava meu rosto ao espelho, e fitei meu reflexo com o dela, e vi a mim mesma no lugar do reflexo da Sarah, e eu sendo forçada a me ver, era uma coisa fora do comum. Ela me soltou, e eu olhei para o lado e via Sarah, mas olhando para o espelho eu continuava me vendo.
— Que porcaria é essa?
— Não tá entendendo ainda? Eu sou você, meu anjo.
— Não, você é alguma hipnologa ou uma bruxa, eu sei lá. Do jeito que mexe com satanás deve ter adquirido alguma coisa dele. Tira isso.
— Dizem que reflexos são os espelhos da alma, e alma é única, posso mudar de corpo quantas vezes eu quiser, mas meu reflexo a mim mesmo não muda.
— Você é uma louca, uma bruxa.
— E você acha que ter um livro mágico te torna uma pessoa normal?
— Meu diário não é mágico, ele só é diferente.
— NÃO, eu também disse isso, que loucura. Achei que quando isso fosse acontecer comigo, seria bem mais natural.
Eu estava enlouquecendo, apavorada com o que estava acontecendo, e ela rindo.
— Não estou interessada em mais conversar com você.
— Não, agora você vai ficar, ou você não quer entender o que esta acontecendo?
— Se você puder ser breve.
— É muito simples, você escolheu, e a propósito eu escolhi. Ser o que sou ser a Sarah. Ter que nascer em um local totalmente diferente, e ver eu mesma falando comigo, aprontar todas para mim mesma. E no final, virar essa gótica.
Então era gótica... OK.
— E dai? Por que tudo isso?
— Porque muita besteira vai acontecer se você não souber das às corretas escolhas ao seu diário.
— Até agora, ninguém morreu.
— Nesta versão de mundo.
— Como?
— Eu venho de várias versões do mundo, versões a qual tivemos a mesma conversa ou as quais você fez a mesma coisa, apesar de ser tão diferente sua vida.
Era muita loucura pra um só banheiro.
— Se isso é verdade, então prove.
Ela pegou a mochila, abriu e pegou um jogo de baralho.
— Isso se chama tarô. Ele funciona como um mapa para guiar o destino de todos, ele funciona como se fosse o universo, consegue ver várias versões da sua vida, e uma delas vai se concretizar com suas atitudes. O seu diário funciona da mesma forma, como se fosse um tarô em escritas, a escolha que ele fizer vai alterar sua vida. Porém, assim como o tarô, tem certas que coisas que não podem ser mudadas, apenas adiadas. E diferente do tarô, seu diário é mais poderoso, seu diário pode não somente decidir, mas também escrever coisas que nunca aconteceram e que vão se concretizar sem quaisquer problemas, e ninguém, a não ser quem tiver outro diário irá perceber. Um diário não pode interferir na vida do outro, apenas no universo, e o universo sempre recomeça.
— Tudo o que escrever no diário pode se tornar verdade?
— Tenha cuidado com o que você pode escrever, as coisas podem se complicar.
— Se você sou eu, como foi que me tornei Sarah?
— A Sarah sempre foi você, e agora se pergunte quem é você?
E ela saiu do banheiro, me deixando sozinha, cheia de dúvidas.
Eu teria que recomeçar novamente?
Mas como?~ FIM ~
PARABÉNS, VOCÊ CHEGOU A UM DOS FINAIS DA NOSSA HISTÓRIA, A CONTINUAÇÃO DESDE FINAL AINDA NÃO É CERTA, POIS ESTÁ HISTÓRIA É APENAS UM TESTE, SE VOCÊ CHEGOU A ESTE FINAL, POR FAVOR, COMENT
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Bolinha de Lã - Livro Interativo
Teen FictionJá contou quantas vezes você teve que escolher hoje? Já se perguntou sobre o que aconteceria se você tivesse escolhido outra coisa? Imagine se pra cada escolha que você faz, cria portas para um destino promissor ou um destino fracassado. A nossa v...