Fadário

17 3 2
                                    

Já ouviu algo que doeu em você e depois ouviu novamente e doeu da mesma forma ou até pior?
Foi exatamente isso que aconteceu comigo quando ouvi novamente;

— Então, você fez parte integralmente disso, ou foi somente coincidência estar com Kelly?
Olhei para Kelly no mesmo momento, e ela assentiu, ela sabia o que eu ia fazer e logicamente entendia, talvez pelo fato de ela, estar reconhecendo o erro, e eu também deveria aprender com este erro, aliás, todos nós, né diário?
— Não, foi coincidência, eu não participei disso, estava com Kelly somente conversando, eu não sabia disso.
Você pode estar pensando que foi fácil pra eu fazer isso, mas na real? Difícil, eu sei que Kelly sentiu como um sacrifício, ela assentiu com minhas palavras e eu fui liberada.
A palavra liberada é muito forte pra descrever isso, diria que fui isentada, é mais bonito de se dizer e não pega com se fosse uma prisão, mas nestes curtos momentos que eu fui isentada, eu precisava me livrar de uma coisinha, não poderia continuar com isso se eu decidi a deixar levar a culpa sozinha, o broche que ela roubou.
O joguei no lixo e voltei ao meu caminho para fora da escola e encontrei nada menos e nada mais do que Maicon.

— Muito obrigada pela ajuda, Maicon. Sério, sem você eu acho que estava expulsa igual Kelly.
— Uma pena Kelly ser expulsa, a escola vai precisar uma nova jornalista.
— É... Talvez alguém que fique expiando garotas pulando de janelas.
— Ou alguém que pegou o caderno da professora, o famoso diário da professora.
Isso mesmo, Maicon de repente tinha em mãos o caderno da desgraça, o diário que fez eu e Kelly irmos à diretoria.
— Como conseguiu isso?
— Um mágico nunca revela seus truques.
Aquele riso bobo do Maicon me deixou bravíssima, não acredito que ele roubou o diário da professora.
— Você quis dizer ladrão, e aposto que se a professora te pegar com esse diário, seu destino não vai ser diferente do destino da Kelly.
Eu ia me retirando quando ele me puxou, e me entregou o caderno, eu o deixei cair, ele o pegou.
— Eu peguei pra você, boba. Eu sei que você merece saber o que tem aqui.
— Não, eu não mereço, não é de meu interesse.
— Pare de ser estúpida, você pulou a merda janela por alguma razão, e foi por esta razão.
— Não, eu não desci a janela por este caderno, desci por causa da minha amiga, eu a apoiei.
— Engraçado é que a apoiou tanto que nem teve coragem de assumir com ela a culpa por roubar o caderno.
— Quer saber de uma coisa? Kelly não era a garota que vocês queriam que ela fosse, mas ao menos ela não fingia, ela gostava das coisas de verdade, não era igual você que se pressiona a conseguir algo por pura conveniência. Agora me deixe em paz.
— Ok, ok. Se você quiser, aqui está.
Ele largou no chão, e se virou e foi embora, fiquei olhando esperando que ele desse uma espiada, ele foi sem espiar, e mais uma vez, estou aqui olhando pra o caderno da professora, e lhe perguntando.
O que faço?

PEGAR CADERNO – SIGA O CAPITULO CRAVELHAS

DEIXAR CADERNO NO CHÃO – SIGA O CAPITULO ALVEDRIO

Bolinha de Lã - Livro InterativoOnde histórias criam vida. Descubra agora