8- Tragédia

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By: Natalie Smith

Noite passada mal consegui dormir. Pelo que? Hoje é o dia da audiência de Montenegro. Tudo precisa dar certo, isso, tudo vai dar certo. Preparei tudo por semanas, estudei o caso, articulei, planejei cada detalhe e hoje é a etapa principal. Quero acabar logo com isso, ganhar dinheiro não é tudo, preciso viver bem, podendo sair quando quiser sem ter medo o tempo todo que eu esteja sendo seguida ou sendo uma mira para alguém.

Levantei da cama pela qual rolei a noite inteira sem sono. Segui para o banheiro, fiz minha higiene matinal, tomei meu banho e me arrumei devidamente para esse dia. A roupa perfeitamente alinhada ao meu corpo, feito sobre medida, uma calça social preta de corte reto, uma blusa branca de botões que acompanhava minhas curvas e o blazer preto sofisticado. Nos pés uma salto não muito alto e o cabelo amarrado em um coque.

Arrumada sai do meu quarto encontrando com Rodrigo na sala.

Rodrigo: Nossa Natalie, está linda hein? Precisa de tudo isso mesmo? - me analisou dos pés à cabeça.

Natalie: Preciso triunfar maravilhosa, não? - sorriu e andou em minha direção ficando de frente para mim.

Rodrigo: sei o quanto seu trabalho é importante em sua vida, como é com todo mundo, torço para que dê tudo certo. Você é a melhor advogada que eu conheço. - ele me dá um beijo na testa.

Natalie: obrigada pela apoio, eu realmente preciso disso. - sorri fraco - estou muito ansiosa, mal dormi essa noite.

Rodrigo: vai dar tudo certo. Vem vamos tomar café.

Natalie: estou sem fome, não quero.

Rodrigo: Nada disso... pode vim tomar um café, um suco, alguma coisa você tem um dia longo hoje. - saiu me arrastando até a cozinha.

Natalie: você é o melhor amigo que tenho nessa vida.

Rodrigo: eu sei!

Natalie: convencido! - dei um tapa em seu ombro e nós rimos.

Depois de ter tomado meu café da manhã a força peguei minha bolsa e seguiria para o Tribunal de Justiça. Desci para o térreo do prédio, entrei no meu carro e sentada no banco me olhei pelo retrovisor atenta, encorajando - me sobre qualquer coisa, tirando qualquer negatividade. Dei a partida e segui caminho.

Hoje também era um dia especial, Priscila voltaria de viagem e eu já estou morrendo de saudades dela, de se sua companhia e dos carinhos... E vou me aproximar mais dela, vou tentar algo muito mais do que pequenos envolvimentos e saídas isoladas. Quero mais a presença dela para mim. Ela é uma mulher muito especial, não é todo dia que encontramos pessoas capazes de fazer uma conexão tão gostosa como a gente. Não vou perder tamanha raridade.

Ao longo do caminho comecei a notar algo muito estranho.

Sabe quando você sente uma sensação estranha de que está sendo seguida? Ou eu estou muito paranóica ou realmente estou sendo seguida, o que não é tão difícil de estar acontecendo.
Olhei pelo retrovisor e percebi um carro atrás de mim, sem muita aproximação. Tentei desviar para algumas ruas mais alternativas e não deu outra, o carro veio logo atrás. Me remexi inquieta no banco, minhas mãos começaram a suar frio sobre o volante.

"Pensa Natalie! Pensa!" Tentava me encorajar e pensar rápido, o que eu faria?

Levei um susto ao entrar em uma esquina e ouvir um som estridente de pneus derrapando. Freei meu carro rapidamente achando que eu havia causado um assidente pela minha desatenção. Na minha frente havia um carro parado e na traseira do meu carro estava o que antes me seguia. Minha primeira reação foi travar as portas e pegar o celular.

MINHA PEQUENAOnde histórias criam vida. Descubra agora