13- sensações

788 34 2
                                    

O percurso até minha casa foi agradável, Natalie é muito boa, boa de conversa, tem um papo super "cabeça", sabe da maioria dos assuntos que você desejar falar sobre, afinal ela me disse odiar estar perto de alguém e não saber falar do assunto na conversa, por isso sempre fica ligada. Ela não poderia ser mais incrível.

Natalie: por isso Pri, que eu sou simpatizante à proteção nos casos de violência contra mulher. Quando chega um caso assim eu luto com minha maior vontade para a vítima ter no mínimo algo bom em sua vida: a condenação do seu "companheiro". Não tem como não olhar injustiças desse núcleo e não trabalhar contra.

Priscila: eu já trabalhei com esse tema numa matéria. Eu entrevistei algumas mulheres e seus relatos são no mínimo chocantes. Mas, nada se compara viver isso. Eu fiquei pensando se por acaso eu tivesse tido algo mais sério com Rafael, é fácil entrar nesse tipo de cilada e difícil sair dele.

Natalie: conhecendo você eu nunca deixaria isso acontecer. Você e todas as mulheres do mundo são incríveis e no mínimo merecem ser tratadas com respeito.

Priscila: muito obrigada por tudo, por ter me protegido, todo mundo deveria ter alguém como você do lado.

Natalie: sempre vou estar do seu lado. - ela olhou para mim sorrindo e voltou a olhar para frente- Mas, nem todo mundo reconhece que uma briga entre desrespeito, empurrões, e batendo, entre um casal é violência, usam a típica frase "em briga de marido e mulher não se mete a colher" e nisso muitas saem mortas.

Priscila: tudo isso é uma droga e a gente só pode lutar contra diariamente com as coisas que acontecem ao nosso redor.

Natalie: eu conheço uma unidade de acolhimento aqui no Rio, posso falar com a coordenadora e se você quiser podemos visitar um dia.

Priscila: seria muito gratificante conhecer ainda mais sobre. Podemos marcar um dia.

Natalie: eu irei marcar e logo te falo. - ela pegou minha mão e depositou um beijo.

A conversa estava se tornando pesada, apesar de muito necessária. Esse debates devem ser cada vez mais esclarecidos. Não tenho dúvida que lutar contra deve ser sempre através da educação que são dadas as crianças, se elas crescem sendo machistas é pela cultura, pelo que aprendem ao seu redor, suas atitudes são reflexos do que aprendem e isso deve ser rompido paulatinamente. E em quanto adultos já formados podem transformar o que se tem como conceito formado, porque isso é flexível, podem passar a pensar e agir de forma diferente do que a maioria da sociedade impõe.

Em meio a nossa conversa, indignações, chateações, mas também olhares e sorrisos chegamos em casa e sinceramente era o que eu mais desejava. Eu estacione o carro na garagem seguimos em direção a entrada de mãos dadas, que se tornou recorrente em nosso dia.

Eu abri a porta esperando que Natalie entrasse, entrando eu fechei a porta de chave. Eu estava incrivelmente nervosa, porque sabia muito bem o que aconteceria aquele fim de tarde e durante todo o resto da noite.

Quando ela entrou ficou bem ao meu lado e minha reação foi instantânea, não hesitei em empurrá-la na parede ao lado segurando firme em sua cintura e ela reagiu muito bem a isso, levou sua mão à minha nuca presionando os dedos entre os fios de meus cabelos e dava uns puxões gostosos que, minha nossa... aumentou minha vontade dela mais ainda. Olhei em seus olhos, tão clarinhos, chocolate, me fitavam tão profundamente, que eu desejei ter aquilo para sempre. São tão lindos.

Mudei a direção do meu olhar para sua boca, nossa respiração era ofegante, porque o desejo era forte demais para respirar calmamente, e eu beijei sua boca, beijei porque não queria esperar nenhum pouco mais para senti-la, para viver essa paixão que pulsava constantemente meu peito, eu não tinha mais dúvida de que uma louca paixão habitava em mim, nunca senti tanta intensidade em um simples toque e eu sei que ela também sente algo por mim, pelo seu olhar, pela forma que me toca, por tudo que nos envolve.

MINHA PEQUENAOnde histórias criam vida. Descubra agora