18 - Esclarecendo os fatos

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By: Priscila Pugliese

Hoje eu acordei sem nenhum ânimo, meu corpo estava estranho, sem força para ficar em pé, resultado de uma noite mal dormida e repleta de pesadelos, fiquei com pena do Caio que por minha causa quase não dormiu também. E ainda teremos um dia puxado pela frente. Me acordei cedo tentando manter minha rotina normalmente, mas a única coisa que não havia de normal em meu dia era o fato de não acordar ao lado da mulher que amo. Ela não sai da minha cabeça um segundo e muito menos o que meu amigo me aconselhou a fazer, mas acho que escutá-la é o que eu devo fazer, mesmo estando muito decepcionada, e não há como não estar. Me levantei da cama e primeiramente fui fazer minha higiene matinal, me olhei no espelho e não gostei nada do que vi, olheiras enormes, olhos inchados mais do que o normal, sem contar o quanto estavam vermelhos, teria que dobrar a maquiagem em meu rosto. Despertei um pouco mais depois de sentir a água fria em meu rosto. Fiz um coque no cabelo e tomei um banho, ao terminar vesti meu roupão, passei pela cama e Caio ainda dormia e então segui para a cozinha. Preparei um café da manhã rápido colocando alguns alimentos sobre a mesa, feito isso faria meu momento que me relaxaria um pouco, cuidar do meu jardim. Peguei o regador e a tesoura de poda e me dirigi para o quintal.

Fiz primeiramente a poda para posteriormente regá-las, minhas rosas estavam tão lindas e só me lembravam ela... na verdade tudo me leva a ela. Como descrever a sensação de ser enganada por quem amamos? É como se um punhal invadisse seu peito, repetidas vezes. É como não sentir o chão que se pisa, mas não daquela forma boa que quando amamos parece que flutuamos só com um beijo, mas da forma que parece não se ter sustento na vida. Quando amamos, a pessoa amada se torna o nosso maior motivo de viver e quando não a temos o mesmo sentido se perde. Não dá para medir a dor, você acaba chateada com a outra pessoa e consigo mesma. Se você não se amar, você sucumbe à solidão, acha que está sozinha no mundo, mas quando você é sua melhor companhia isso não tem vez. Se ela e eu não termos mais volta eu tenho a mim como companhia e vou tratar o meu coração da melhor forma, sem torturas, nem cobranças.

Acabando o que fazia, tentei espantar meus pensamentos, meus olhos estavam cheios de lágrimas, mas segurei e ia voltar para dentro de casa, até que...

Priscila: o que você está fazendo aqui? – Natalie me olhava, desde quando ela estava ali? A lágrima desceu no rosto e eu enxuguei rapidamente.

Natalie: a gente precisa conversar – ela não se mexeu, eu apenas peguei meus equipamentos e andei para dentro de casa, ela me seguiu – por favor! – ela falou enquanto eu guardava o regador e a tesoura de poda em um lugar específico próximo a cozinha. Ela estava tão linda como sempre, com um buquê nas mãos, de um modo ou de outro vê-la me trouxe uma paz, não deveria ser assim. Quando eu iria passar por ela, ela me estendeu as rosas – é para você – eu iria ignorá-la, mas não consegui, peguei de suas mãos, sem olhar em seus olhos e segui para dentro da cozinha a procura de um jarro para pôr elas. Levei as rosas já dentro do jarro e coloquei sobre a mesa de centro na sala. Ela seguia todos os meus movimentos pela casa, enquanto eu ficava em silêncio. Ela andou até mim e se aproximou, meu corpo inteiro estremeceu quando ela tocou minha mão e levou até sua boca depositando um beijo ali – por.favor me dá uma única chance de explicar tudo. Pelo nosso amor – seus olhos marejavam e eu a senti tão frágil.

Priscila: agora eu não posso conversar, vou me atrasar – quando falei nossos olhos foram até um sonolento Caio que saiu do quarto.

Caio: desculpa, eu não sabia... – ele disse quando nos viu na sala, senti Natalie soltar minha mão – é a Natalie, não é? – ele perguntou diretamente para mim e eu assenti – finalmente consegui conhecer ela pessoalmente. Prazer Natalie, eu sou o Caio, amigo da Priscila.

MINHA PEQUENAOnde histórias criam vida. Descubra agora