23 - Eu sou tua

736 26 3
                                    

By: Priscila Pugliese

Natalie insistiu que eu deveria ir nesse jantar com os amigos dela, ela é muito teimosa, minha nossa... mesmo eu falando que eu não deveria ir por ser uma reunião entre amigos ela insiste. Eu simplesmente não conheço ninguém lá, só ela e o Rodrigo que também participa, não sei com que cara eu vou ficar com tanta gente desconhecida, não parece, mas eu sou muito tímida.

Por causa da minha profissão eu tive que tentar mudar esse meu lado, é claro que quando eu entro em ação no meu trabalho eu pareço outra, mas quando é uma social parece que travo, daí como solução eu imagino que estou uma coletiva de imprensa em que sou obrigada a falar e eu viro uma tagarela no meio de todos. Parece estranho, mas sou assim.

Estou a caminho da casa dela para pegar ela e o Rodrigo, o apartamento deles fica no caminho do restaurante que vamos e é bem mais prático do que Natalie ir me buscar sem necessidade.

Parei o carro em frente ao prédio e mandei mensagem avisando que havia chegado, não precisaria subir. Fiquei esperando enquanto procurava alguma música boa para escutar, em poucos minutos vi a mulher da minha vida saindo do prédio e eu posso dizer que ela estava maravilhosa, nem precisa de muito para ficar assim. Vestia uma calça jeans clara de cós alto, uma camiseta branca estampada com algum desenho que não identifiquei em amarelo, os cabelos pretos soltos levemente ondulados nas pontas, aquela boca carnuda com tom em vermelha que me deixou louca para beijá-la. Mas, posso dizer que tudo se completou quando senti seu perfume ao entrar no carro e ela lançando-me aquele sorriso que me consome. Na verdade ela não estava só sorrindo para mim estava mesmo era rindo da minha cara de trouxa admirando ela tanto. O que posso fazer, né? Ela é maravilhosa mesmo. Tem que comer ela com os olhos, mas só eu posso fazer isso.

Ela entrou no lado do passageiro fechando a porta e eu só coloquei minha mão na sua nuca e puxei ela para mim cheirando seu pescoço.

Priscila: seu cheiro me mata sabia? – nessa altura já estava embriagada. Ela colocou seus dedos entre meus cabelos enquanto eu cheirava e beijava seu pescoço.

Natalie: e você me deixa louca fazendo isso comigo. – soltou bem próximo do meu ouvindo em um sussurro rouco, era ela quem deveria estar arrepiada, mas era eu que estava me arrepiando todinha.

Priscila: olha o que você faz comigo – falei ao me afastar um pouco dela apontando para meu braço arrepiado. Ela riu de mim e me puxou para um beijo.

Como sou apaixonada por essa mulher, céus, cada beijo que ela me dá é uma aventura, nunca vou enjoar de beijá-la não importa quanto tempo passaremos juntas. Ela apertou meu lábio em seus dentes com um pouco de força e o puxou, depois chupou lentamente me levando as nuvens. Entrelacei meus dedos em seus cabelos próximo da nuca dando uns puxões de leve. Ela parou de me beijar e afastou um pouco nossos rostos e ficou rindo e me olhando, ela só fez isso para eu ir atrás da boca dela, ela tem clareza de que eu já estava louca. Então, eu tomei novamente seus lábios passando minha língua por seus lábios, consegui segurar a língua dela e chupei lentamente, depois abri meus olhos soltado um sorriso para ela que logo retribuiu e voltou a me beijar.

Separamos nosso beijo já ofegante, o batom dela não existia mais e eu já estava com vergonha imaginando que deveria estar todo no meu rosto. Olhei meu rosto no espelho retrovisor e comecei a me limpar.

Priscila: cadê o Rodrigo?

Natalie: está se arrumando, aquele ali demora mais do que qualquer mulher para se arrumar. – falou revirando os olhos. E eu apenas ri.

Priscila: você está maravilhosa, sabia? – desviei o olhar para ela encostado rapidamente nossos lábios.

Natalie: você também, meu amor. Já estava morrendo de saudades.

MINHA PEQUENAOnde histórias criam vida. Descubra agora