30 - Vésperas de Natal

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Nós sempre fomos do tipo sonhadores, sabe?! Certo dia ele falou da sua vontade de voar e eu fiz ele se senti no céu. Falou do seu desejo de disputar um "racha" de moto e eu fiz ele sentir a mesma adrenalina que sentiria se corresse. Disse que queria conhecer Salvador e fiz ele sentir todo o calor como se estivesse lá.

Com a gente sempre foi assim, a vida não dá oportunidade, mas fazemos as nossas próprias possibilidades sem precisar de muito, só um do outro. Parece pequeno, mas é a nossa imensidão, o nosso mundo, talvez nosso universo.

Se o tempo não nos dá tempo a gente tira a pilha do relógio da parede e finge que as horas não contam mais, que tudo parou só para não nos separar, é que a nossa loucura é gostosa de viver, é do sabor da maça do amor que vende no parquinho da nossa imaginação.

Eu vivo como se osorriso dele fosse a passagem direta para o céu, se não for, então eu nãoentendo o que é esse paraíso todo que meus olhos veem, as estrelinhas e asensação de paz em mim. (B.L)

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By: Priscila Pugliese

Quando eu percebi que Natalie estava no quarto parecia que eu teria um infarto, havia pouco tempo que a prima dela havia saído daqui e a possibilidade de terem se cruzado era grande. Eu não sabia como reagir, mas tentei ao máximo me manter tranquila, apesar dela ter notado algo errado.

Quando Natalie saiu do quarto me senti aliviada, teria tempo para pensar. O fato era que eu não queria falar para ela o que houve, não agora, talvez quando estivéssemos de viagem. Isabela entrou aqui pouco tempo que minha noiva saiu, sem bater na porta e sem nenhum pudor. Ficou fazendo charme, claramente dando em cima de mim. Deitou na cama ao meu lado enquanto eu lia, puxava conversa desconexa só para se manter ali e eu completamente desesperada com medo de Natalie entrar e ver ela ali comigo. O que eu fiz para merecer isso? Eu estava ferrada.

Meu corpo tremeu de pavor no momento que a garota começou a fazer círculos na minha coxa e morder os próprios lábios. Eu pulei da cama implorando para que ela saísse do quarto, mas essa garota é sonsa, sabia muito bem o que estava fazendo, talvez quisesse iniciar uma tentativa de acabar com a felicidade de Natalie e mexeu no seu ponto fraco: eu.

Ela até tentou me beijar, mas óbvio que não deixei, a empurrei para longe. Ela falou um monte de bobeira de que eu queria tanto quanto ela, que me desejou desde o primeiro minuto que me viu e que ela me esperaria uma da manhã no fundo da casa da avó dela. Dito isso ela saiu do quarto sorrindo, como se tivesse ganhado um prémio.

Meu corpo queimava, nada que tivesse relação as coisas que ela falou, mas por medo, medo de isso acabar muito mal. Eu conheço Natalie e sei que ela ia fazer uma maior briga na casa dos pais dela e eu não queria que isso ocorresse. Eu preferia evitar, já que não houve nada demais e eu lógico não iria traí-la, nunca. Essa possibilidade não existe.

Na hora do almoço foi tudo muito estranho, eu tentava evitar olhar para Isabela, estava muito constrangida com o que aconteceu no quarto. Acabei não ficando na sala conversando com os outros depois do almoço, eles ficaram rindo, tomando vinho e jogando alguns jogos, mas decidi ficar no quarto longe daqueles olharem torturantes da garota enquanto Natalie estava ao meu lado.

Agora estávamos todos nos arrumando para nossa noite na casa da avó de Natalie, eu estava terminando de fazer uma maquiagem leve no rosto, enquanto Natalie já se vestia no quarto. Ela passou seu perfume e eu aspirei aquele cheiro que eu tanto amo, acalmou-me de toda a tenção que estava sentindo naquele dia.

Estava sentada na poltrona do quarto em frente à janela quando senti uns braços deslizarem sobre meus ombros e descerem sobre meus seios, abraçando-me por trás. Um beijo terno foi dado em meu rosto e eu me senti no melhor lugar do mundo. Natalie sorria para mim e eu admirava ela tão linda. Segurei suas mãos e dei um beijo calmo em cada uma delas, depois a puxei para que sentasse no meu colo. Ela estava muito mais que linda, ela era sinônimo de maravilhosa, uma perfeita rainha e eu era tudo aquilo que ela desejasse fazer, contando que não magoasse meu coração. Ela estava vestida de preto, calça justa, uma bota preta que ia até seu joelho, blusa de manga cumprida e uma linda boina vermelha, devidamente preparada para uma noite de frio.

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