31- Sampa

673 24 6
                                    


Sinto a poesia nas pontas de seus dedos. (B.L)

---------------------------------------

By: Natalie Smith

Depois da minha volta com Priscila pela cidade de Canela, conhecendo alguns dos principais locais turísticos voltamos para a casa dos meus pais já bem próximo do almoço. Meu pai estava na frente de uma churrasqueira assando algumas carnes, minha mãe e minha tia estavam arrumando a mesa e preparando o restante do almoço, minhas primas estavam em algum canto da casa. E Priscila e eu resolvemos ajudar no restante dos preparativos, mesmo que minha mãe relutasse para que ficássemos só a espera da comida ficar pronta.

O almoço passou a ser uma espécie de comemoração entre família pelo meu noivado com o amor da minha vida. Meus pais estavam muito felizes com isso e não viam a hora de já terem netos, pois é, nem casamos e meus pais estão falando em netos. Um casamento já é uma baita responsabilidade, imagina ter filhos.

No final da tarde, fomos participar da programação do Sonho de Natal da cidade. Toda família, dos meus pais, minha avó a todos os tios e primos que estavam por aqui. Sabe aquela sensação de que parece que você está dentro de um filme de conto de fadas? É muito o que a gente sente ao participar do natal em Canela. Priscila e eu ficávamos olhando tudo como duas crianças abobalhadas, simplesmente encantada com cada coisa que víamos. Cada ano é mais lindo que o outro, quando eu era criança ficava enlouquecida e agora vejo que é a mesma coisa, não mudou nada.

Estávamos encantados com o desfile de natal, com canções natalinas, as pessoas que não paravam de sorrir, cada tema do desfile com suas respectivas fantasias, como se fosse diversas alas como acontece no carnaval. Alguns bailarinos de circo faziam malabares e dançavam, duendes, pessoas vestidas com fantasias como se fossem biscoitos de natal, era praticamente um circo a céu aberto em tema de natal e o mais esperado: o carro alegórico cheio de luzes com o papai Noel que cumprimentava e sorria para todos.

As nove da noite chegou a hora que eu mais me emociono e não tem como não se emocionar, sério! Priscila segurava minha mão e fazia carinho, tentando também aquecê-las do frio, enquanto nossos olhos se mantinham focados no início daquele magnífico espetáculo em frente a catedral de pedras. Todos os anos um palco é montado em frente à catedral, além de várias cadeiras postas para que as pessoas se acomodassem.

Havia luzes coloridas por todo lado e o espetáculo iniciou com bailarinos dançando alegremente e um concerto musical com lindas vozes que cantavam canções de natal com letras que glorificavam o nascimento do menino Jesus. Era inevitável não me arrepiar com a voz que cantava na mais perfeita sintonia. Aquecia-me o coração ao ouvir falar sobre o nascimento de Jesus nas canções, a fé e a espiritualidade aqui na cidade é muito forte e é por esse motivo, principalmente, que temos o Sonho de natal desde 1988.

Eu chorei e chorei muito quando o musical cantou Era uma vez de Kell Smith. Crianças dançavam ao som da música, outras cantavam em um coral e as vozes principais eram um casal de adultos. Essa música atinge principalmente quem já "cresceu", pois mostra o quanto desejávamos crescer para ter uma liberdade que nunca existiu e quando adultos desejamos voltar a ser criança e não ter tantos problemas. Olhei para Priscila com um sorriso no rosto que também chorava, assim como eu. Passei meus dedos delicadamente sobre suas lágrimas que molhavam seu rosto e dei um beijo rápido e carinhoso em seus lábios. Com certeza nunca esqueceria nosso primeiro natal juntas.

Uma história passou a ser contada em uma encenação feita por crianças, um pequeno teatro, que se alternava com danças e músicas. Músicas essas que lembravam muito minha infância, como Trem da Alegria.

MINHA PEQUENAOnde histórias criam vida. Descubra agora