29 - Canela city

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Tu és a minha tempestade, o meu caos particular, a ventania que arrasta todas as minhas inseguranças.

Enlaço-me em teu peito e ouço os trovões do teu coração, a consequência sonora entre o contato das cargas negativas da minha boca e as cargas positivas da sua.

O choque perfeito, a descarga necessária para aquecer não só meu corpo, mas a minha alma. (B.L)

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By: Natalie Smith

O natal estava próximo e se tinha uma coisa que não me deixava em paz era o fato de que eu queria de toda forma libertar meu cliente, o Lucas, antes desse dia. Ele está preso injustamente e quero tirá-lo de lá o quanto antes, quero ele com sua família, apesar de me preocupar muito com outra coisa, a família da jovem que foi assassinada, eles irão passar o natal em luto ao invés de celebrar a vida. Eu sei muito bem que eles querem achar o culpado e tenho a total compreensão de que querem no mínimo que a justiça seja feita, mas enquanto isso tem um garoto sendo injustiçado.

Estava na minha sala escrevendo um relatório e preparando tudo antes de pegar uns dias sem trabalho nesse final de ano, o calor estava me matando, mesmo com o ar ligado, mais uma vez preciso fazer manutenção ou trocar logo essa bosta de ar condicionado. Amarrei meu cabelo em um coque desleixado e abrindo dois botões da minha blusa social, voltando a escrever no notebook em minha mesa e fazer anotações em minha agenda de capa cor preta.

Hoje eu iria atrás de mais uma tentativa de prova que libertasse Lucas e eu sinceramente estou sentindo que vai dar tudo certo ou pelo menos estou jogando boas energias pelo ar.

Passei mais de uma hora e meia sentada escrevendo, minha bunda já estava quadrada, modelada pela minha cadeira que era bastante acolchoada de "couro" preto, mas depois de um bom tempo sentada nela parecia que estava em cima de um banco de madeira.

Organizei minha mesa, deixando o notebook fechado no centro, alguns papéis organizados ao lado direito, todas as canetas em seu devido lugar em seu suporte, ajeitei o quadro, que estava torto, com uma foto minha e de Priscila sorrindo, muito felizes, estávamos no Le coffe nesse dia. Peguei a caneca que estava tomando meu café e fui andando em direção a porta.

Natalie: eu vou ter que sair Amanda, se alguém a partir de agora quiser algum trabalho feito por mim diga que não será mais possível, não estarei a trabalho. Amanhã eu vou dar uma passada aqui para organizar umas coisas, mas não precisa vir mais, está liberada depois do seu expediente de hoje e nos veremos no próximo ano ou se cruzando por aí.

Amanda: certo, senhora.

Natalie: vou arrumar minhas coisas para sair - ela fez um único gesto com a cabeça em confirmação e sorriu. Eu virei e voltei a entrar na minha sala. Peguei meu celular sobre a mesa, minha bolsa que estava sobre o sofá que tinha li, desliguei o ar e as luzes. - bom! Hoje não volto mais aqui, então... te desejo um feliz natal e ano novo para você, minha querida - fui até ela a abraçando apertado e dei um beijo em sua bochecha - eu sou muito grata mesmo pelo que você fez esse ano por mim, nenhuma outra secretária arcaria com tanta reponsabilidade como você fez no período... você sabe, que fiquei em coma. Não sei nem como agradecê-la da forma com que merece, mas saiba que nunca vou esquecer do que fez. Então, desejo tudo de bom para você do fundo do meu coração.

Amanda: aí... senhora, não me faz chorar.

Natalie: por favor, já falei não sou tão velha para me chamar de senhora. - nós rimos.

Amanda: tudo bem, Natalie. Eu nunca deixaria você na mão em um momento tão preciso para você, eu gosto muito de trabalhar com a senhora, quer dizer com você... você é uma ótima patroa, sempre foi... e também é um belo colírio diário para os olhos. - sorriu tímida para mim, eu corei com a última frase que ela falou, ela é também uma mulher muito bonita, por isso Pri sempre teve ciúmes dela, mas nunca quis me envolver com ela, acho que seria muito chato de nos vermos todos os dias depois.

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