25 - Domingo

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By: Natalie Smith

Estava chegando diretamente do trabalho para a casa de Priscila, nem passei no meu apartamento não precisaria, tenho várias coisas minhas na casa da Pri que sempre são suficientes para vir direto para cá. A sensação que eu sinto quando penso na minha namorada, no amor da minha vida, é uma saudade que parece não cessar nunca, não existe um dia em que eu não deseje com todo meu ser abraçar ela e beijá-la por horas. Me sinto feliz ao seu lado e isso se fortalece conforme o tempo passa, a cada segundo depois que me tornei dela. Tenho vivido quase que exclusivamente para nós e nosso amor, meu tempo livre é todo dela e o dela meu. Não poderia ser mais perfeito.

Ao destrancar a porta e entrar dentro da casa dela a vi sentada no sofá com uma postura firme e diria autoritária, ao me aproximar me sentir um tanto intimidada com sua expressão de raiva me olhando com os olhos semicerrados como se me analisasse. Eu a conheço tão bem que só de olhá-la sei que tem algo de errado acontecendo. Engoli a saliva em seco e juntei minhas forças para cumprimentar ela com um beijo, mas eu já imaginava a hipótese de ela não retribuir. E foi exatamente isso que aconteceu, ela recusou meu beijo e é claro eu gelei. Eu odeio estar mal com ela e é muito pior quando você é pega de surpresa sem nem saber o que aconteceu para ela estar assim.

Natalie: aconteceu alguma coisa? – eu estava com um frio na barriga esperando por sua resposta, ela continuava me olhando séria de uma forma que nunca vi antes.

Priscila: aconteceu que você vai embora dessa casa e nunca mais vai pisar os pés aqui. Eu já arrumei suas coisas está do lado da porta – dei uma olhada na porta de entrada e não estava, olhei para a porta do quarto dela e estava uma pequena mala preta, meu corpo inteiro estremeceu e eu nem sabia o que houve.

Natalie: por que eu deveria ir embora?

Priscila: porque tudo está acabado entre a gente, eu não quero mais você na minha vida e nem adianta lutar por isso. – ela não exalava um mínimo de compaixão pelo que estava fazendo. Eu que estava em pé sentei ao seu lado, mas um pouco distante, sem tanta aproximação.

Natalie: eu posso saber o que aconteceu para você estar me tratando dessa forma? Você não me querer mais na sua vida eu posso respeitar mesmo que isso doa para mim, mas eu preciso saber o motivo para tanta desconsideração comigo.

Priscila: eu só estou me prevenindo... eu não quero sofrer por alguém que não dá confiança. Você, Natalie, nunca foi de confiança, nunca... depois que soube que você traia suas antigas namoradas eu não acredito que possa ter mudado tanto e fazer diferente comigo. Eu não quero mais você, eu não vou sustentar uma relação que eu sei que só vai me fazer sofrer, estou acabando tudo entre a gente, porque eu quero ser feliz e sei que não serei ao seu lado. Quantas vezes e com quantas mulheres você já me traiu enquanto eu viajava? Uma por noite? Ou mais? Eu só quero que você saia por aquela porta e não cruze mais meu caminho.

Natalie: o que eu preciso fazer mais para te provar que eu te amo e que eu não te trairia por nada nesse mundo? Eu já te provei diversas vezes e parece que você ainda não entendeu – meu rosto a essa altura já estava desmanchando em lágrimas – Priscila, não brinca com isso, não faz essa besteira com a gente, com nosso amor, entenda de uma vez que eu sou fiel a você. – ela se levantou do sofá e eu logo em seguida também.

Priscila: eu já disse, não adianta forçar, eu já estou perdendo a paciência. VAI EMBORA AGORA. – ela ia andado em direção a porta numa fúria que não reconheci nela.

Natalie: por favor, não – segurei em seu braço a impedindo de seguir e ela me olhou com um olhar irreconhecível de raiva que quase saia fogo por eles. A coisa mais terrível é ver quem você ama olhar dessa forma para você, de um jeito tão desprezível, como se você não valesse mais nada. Ela me pegou de surpresa e deu um tapa estalado no meu rosto que eu caí no chão com a força, ali eu sabia que não havia mais volta, me senti a pessoa mais desprezível do mundo, me senti humilhada de todas as formas e ela não mostrou um mínimo de preocupação, pegou minha mala e jogou do lado de fora como se jogasse um saco de lixo.

MINHA PEQUENAOnde histórias criam vida. Descubra agora