22

888 55 5
                                    


Desligo o celular e minha consciência começa a pesar, será que tô fazendo o certo? Assim que chegar em casa eu vou contar toda a verdade pra ele, melhor saber por mim do que descobrir sozinho.

-Ta tudo bem? - Guilherme pergunta me tirando dos meus pensamentos.

-Claro – Respondo com um sorriso forçado.

-Você parece meio distante.

-Só estava pensando o porquê você foi embora sem nenhuma explicação, ficou meses sem aparecer, nenhuma mensagem, nada, não sabia se você estava bem. Eai resolve aparecer no meu aniversário, fingindo que nada aconteceu.

-Desculpa Fê, mas eu prometo que eu vou te explicar tudo, sei que não mereço o seu perdão, mas eu vou fazer de tudo pra te ter de volta. - Ele fala colocando a mão em cima da minha.

-Epa, calma aí, eu já estou com o Gabriel e estou muito feliz com ele, eu só vim pra esclarecer as coisas, nós não vamos voltar, não existe mais eu e você. - Falo tirando a mão.

-Sério mesmo que você tá apaixonada pelo seu tio? Ele não gosta de você Fernanda, você não lembra que ele te fazia mal? Que vivias chorando falando que odiava ele. - Ele fala alterando a voz.

-Para Guilherme, nem tenta, eu não vou voltar com você. Se é para isso que você me chamou aqui, pode parando o carro que eu volto pra minha casa.

-Desculpa Fê, prometo que não vou mais falar sobre. Chegamos. - Ele fala parando o carro.

Desci do carro, fomos pro restaurante, chegando lá nos levaram pra uma mesa perto da janela, fizemos os pedidos.

-Então, vai me explicar ou não? - Pergunto impaciente.

-Eu tive que ir, meu pai foi transferido de última hora, e a minha mãe tinha câncer no pulmão, tava tudo muito conturbado e eu não queria te meter nessa confusão toda, por isso não te liguei. Voltamos porquê minha mãe faleceu e meu pai queria voltar pro lugar onde ela teve seus momentos felizes.

-Gui, por que você não me contou da sua mãe? -Falo colocando a minha mão na sua.

-Em momento algum eu parei de pensar em você, ou lembrar dos nossos momentos juntos, minha mãe sempre perguntava de você, e eu falava que assim era melhor - Ele fala e eu fico um tempo digerindo

-Sinto muito mesmo Gui, mas hoje em dia eu estou com o Gabriel e eu o amo.

-Fê, o Gabriel não te merece, você é incrível e ele vive com todas.

-Ele mudou, você não o conhece. - Falo tirando a mão.

-Você tem certeza? - Ele fala me mostrando uma foto, nela parecia que o Gabriel tava beijando uma menina.

-Isso é mentira, não é ele. - Falo chorando.

-Fê, o seu lugar é do meu lado – Ele fala enxugando as minhas lágrimas.

-Eu quero ir embora, não quero ficar aqui. - Eu falo levantando.

-Tudo bem, vamos embora então - Ele fala levantando.

Pagamos a conta, e fomos pro carro, ficamos em silêncio o tempo todo, só conseguia chorar, era mentira, não é possível, como que ele iria fazer isso comigo? Será que era o Gabriel na foto? Ele me ama de verdade? Muitas perguntas pra poucas respostas.

-Chegamos – Guilherme fala assim que para o carro. - Fica bem tá Fê, qualquer coisa me manda mensagem.

-Okay, tchau Gui – Falo e saio do carro.

Entro em casa e vou direto pro meu quarto, vou tomar um banho quente, deixo a água cair pelo meu corpo, fico assim por um tempo, apenas pensando e tentando juntar as peças, mas nada faz sentido. Até que alguém bate na porta do banheiro.

-Nanda você tá bem? Já faz um tempo que você tá nesse banho. -Laura fala

-Estou sim, desculpa, já estou saindo. - Respondo e saio do banho me enrolando na toalha, assim que saio do banheiro vejo a Laura sentada na minha cama me esperando.

-Você tá bem mesmo? Vi o jeito que você chegou, parecia estar chorando.

-Estou sim, é só estresse da aula – Falo pegando um conjunto de moletom.

-Já está acabando querida, falta só mais uma semana e aí é adeus escola.

-Graças a Deus, não aguento mais.

-Enfim, só vim ver se estava tudo bem, qualquer coisa me chama. - Ela fala saindo do quarto.

Assim que ela sai eu deito na minha cama e fico lá, até que caio no sono. Melhor remédio para esquecer os problemas é dormindo, pelo menos era pra ser, a não ser que você sonhe com o problema. Acordo, e vou pra cozinha, faço um sanduíche pra comer, volto pro meu quarto e fico lá, até que o Gabriel aparece. E é nessas horas que eu odeio o fato de ele morar com a gente, nem sofrer em paz eu posso. 

O irmão da minha madrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora