Canções de um incendiário

EPÍLOGO I

CASA

A neve já havia começado a cair sobre a cordilheira havia alguns dias, fazendo as manhãs se prolongarem por várias horas além normal. Brianna se aconchegou contra o ombro de John, sentindo o conforto do calor dele contra a própria pele nua. Ela adorava esses momentos de contemplação logo depois de acordar, quando o dia já havia nascido há horas e eles, ainda assim, podiam empurrar as obrigações do diarias para mais tarde. No começo, ela se sentira um pouco culpada por deixar Marsali e Fergus começarem o dia sozinhos, mas, depois de um tempo, percebeu que eles ansiavam por aqueles momento de paz silenciosa tanto quanto ela. Com um pouco mais de um mês de experiência com a maternidade, ela havia aprendido que momentos assim deveriam ser aproveitados ao máximo antes que alguém mais exigisse atenção imediata.

— No que você está pensando? — perguntou John, baixinho, sua voz rouca de sono e o hálito quente próximo à orelha dela.

Brianna estremeceu, sentindo os pelos de todo o corpo ficarem arrepiados. John a puxou mais para perto, aconchegando-a com os braços enquanto seus corpos ficavam próximos o suficiente para que ela conseguisse movimentar a cintura contra a dele.

— Ah — murmurou ele, sorrindo. Uma das mão deles desceu pelas suas costas, percorrendo a curva da sua bunda antes de agarrar uma nádega com força, ditando o ritmo com que eles se movimentavam um contra o outro.

Ela rolou para cima dele, apoiou a mão em seu peito largo e prendeu sua cintura entre os joelhos enquanto movia o quadril para frente e para trás, sentindo-o crescer sob ela.

— Brianna — murmurou John, puxando o ar pelo nariz. — Você vai me fazer implorar?

Ela sorriu. A ideia lhe agradava imensamente, mas ela não achava ser capaz de controlar a vontade de ser preenchida por ele. Sua mão livre tomou posse dele, brincando com os primeiros indícios do seu prazer; seu polegar agiu quase que como se tivesse vontade própria, espalhando o fluído pré-ejaculatório pela extensão aveludada antes de guiá-lo até a entrada que ambos conheciam muito bem.

— Deus tenha misericórdia — grunhiu ele quando Brianna desceu o corpo contra o dele, engolindo-o como se estivesse faminta há semanas. Ela se levantou um pouco, repetindo o movimento que o fez agarrar sua cintura com força. — Meu Deus!

— Isso não é blasfêmia? — perguntou ela, sem conseguir conter um sorriso. As mãos grandes e macias de John forçaram seu quadril contra a pélvis dele, fazendo-o chegar ainda mais fundo. — Ah!

Ele se sentou, com as mãos firmes segurando a cintura dela enquanto ambos respiravam com dificuldade.

— Ah, não! — resmungou Brianna quando os gritos estridentes de Germain atravessaram as paredes de madeira, altos e desesperados. — Por favor, não.

Como se quisesse desafiá-la, Jemmy acordou com os berros do primo e decidiu acrescentar sua própria contribuição ao caos sonoro que tomou conta da cabana.

— Nós podemos fingir que não estamos ouvindo? — perguntou John, esperançoso.

— Não acho que isso seja muito paternal — comentou ela, sentindo-se extremamente vazia quando o retirou de dentro dela. — Não é possível que ele esteja com fome, eu acabei de alimentá-lo.

Ela começou a se levantar, mas John a segurou.

— Termine o que você começou, sim? — disse ele, deslizando casualmente o dedo pela fenda úmida entre as suas pernas.

Ele se levantou, passando os braços pela camisa de linho que Fergus lhe dera quando eles chegaram em Fraser's Ridge. Brianna o observou, maravilhada, enquanto John tirava Jemmy do cesto de vime, murmurando algo tranquilizador — que ela não conseguia ouvir direito em meio aos berros de ambos os bebês — enquanto sorria e brincava com a mãozinha rechonchuda do filho. Um pensamento cruzou sua mente, algo que ela já vinha pensando há um certo tempo. Naquele momento, ela teve certeza.