Capítulo 2

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Hermione havia visto as lembranças de Snape e se compadeceu da história de seu professor.

 A bruxa visitou ele todos os dias no hospital mesmo a contra gosto dele, que por fim já estava gostando da presença dela ali, talvez por tédio de ficar naquele lugar sem poder sair ou fazer algo...

Em um dos últimos dias dele no hospital ela chegou com uma caixinha.

- Posso saber o que é isso Granger?

Ela abriu e tirou tesouras e lâminas. O que fez ele fingir medo dela.

- Vai me estripar Granger? Vender meus órgãos? E depois me empalhar?

- Ahh para de ser bobo professor. Vou cortar seus cabelos, estão muito grandes e vou fazer sua barba.

-Desde quando a senhorita é barbeira?

-Não sou! Na verdade cortei o cabelo do Harry uma vez quando estávamos a procura das horcrux.

- Que? Não! Não vou deixar, você vai me cortar. Não confio em você, você quer cortar minha garganta.

- Se eu quisesse isso tinha deixado você morrer. Anda senta nessa cadeira e fica calado.

- Muita ousadia de sua parte Granger me mandar calar.- Snape a olhou com o semblante fechado, o que não a intimidou.

Hermione cortou os cabelos dele e fez a barba do bruxo. A cada toque dos sensível dedos da moça o deixava encantado pelo cuidado que ela tinha com ele, era algo que ninguém nunca tinha feito a ele.

Após receber alta Snape retornou para sua casa na Rua da Afiação.

Recebia várias corujas informando sobre prêmios e homenagens que recebia por ser um dos heróis de guerra, convites para cerimônias de honra e afins, sem falar dos repórteres que queriam uma entrevista exclusivas com ele, mas, Snape recusava tudo e não comparecia em nada, não conseguindo recusar o prêmio em dinheiro que cada herói de guerra recebeu pelos atos de bravura, pois, os valores já eram depositados na conta de cada bruxo em Gringotes. Snape que já tinha uma pequena fortuna depositada, pois, sempre guardava o salário que recebia em Hogwsrts, gastava pouco, sempre com livros ou ingredientes de poções. Estava planejando de abrir um loja de poções com as economias que tinha.

Hermione sempre mandava cestas com doces e chocolates para Snape o que o fazia achar graça por ela sempre lembrar dele e não entendia o porque do carinho dela para com ele.

Dois meses depois recebeu uma coruja de Harry o convidado para um jantar na Toca, para que pudessem reunir os membros sobreviventes da Ordem. Snape decidiu que não iria, mas, depois de receber outra carta escritas por Hermione reforçando o convite, ele ponderou e decidiu ir, mesmo que fosse por alguns minutos em consideração a irritante sabe tudo que de certa forma havia o salvado.

No dia do jantar, Hermione ajudava a preparar as coisas juntamente com Gina e Molly.

Rony estava namorando Parvart Patil o que para Hermione foi alívio, fazendo com que Rony deixasse de tentar algo com ela.

Na hora marcada para o jantar quase todos já estavam sentados a mesa, Snape foi o último a chegar. Foi bem recepcionado por Arthur que sempre puxava assunto com ele. Depois do jantar todos emendaram em conversas aleatórias e relembravam dos entes que haviam morrido.

Snape ficou reservado sentado num canto reparando em todos, principalmente na sua ex aluna Hermione que conversava alegremente com Luna e Gina. Snape sorriu e decidiu sair de fininho. Levantou e foi para a porta sem ser percebido por ninguém, exceto por Hermione que o notou.

Snape já estava no quintal pronto para aparatar quando ouviu alguém o chamar.

- Professor! - Hermione vinha correndo.

- Granger.

-O senhor já vai embora?

-Pretendia.

- Mas, nem se despediu de todos ou sequer falou comigo.

- A senhorita estava bem acompanhada de suas amigas, acredito que não faria diferença lhe incomodar.

- Ora Snape...

Os dois caminharam mais adiante até ficarem embaixo de uma árvore do quintal dos Weasley.

- Está tudo bem com o senhor? Se recuperou completamente?

- Estou bem Granger, obrigado, vez ou outra sinto dor, mas, é normal, o veneno daquela cobra era coberto por magia negra e como não deu tempo de drenarem meu sangue e retirar o veneno antes que se espalhasse por todo meu organismo, ainda sinto alguns sintomas, mas nada que não seja suportável. E você está bem?

- Sim, estou ótima. Vou trabalhar em Hogwarts, Minerva me convidou para ser professora. O senhor não pensa em voltar?

- Não. Talvez eu monte uma botica para vender poções, mas, não decidi ainda...

Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes, mas, logo Snape voltou a falar.

- Volte para dentro. Vão sentir a sua falta. Eu só vim mesmo em consideração a você. - Hermione se alegrou pela declaração. - A propósito, obrigado pelos doces e chocolates que me manda. Não precisa se incomodar em ficar me mandando agrados.

- Não há de que, só saibas que é lembrado... Senhor podia me falar onde mora assim posso lhe visitar.

- Me visitar Granger?

-Sim, somos todos amigos não é?

-Não. Não somos. Só estou sendo cordial hoje por educação. Não quero visitas de cabeças ocas na minha casa. - Snape fez sua carranca habitual.

- Você é mesmo um mestiço chato professor.

Snape sorriu sarcástico.

- Neste caso, vou embora. Fique bem Granger.

Hermione o abraçou causando-lhe surpresa, pois, nunca ninguém o havia abraçado, ele retribuiu o abraço de forma desconcertada.

Continua...

A Oitava HorcruxOnde histórias criam vida. Descubra agora