Capítulo 31

336 35 15
                                    

Snape percebeu que cometera um grande erro ao ser estúpido com Hermione. Pegou sua varinha e se enxugou do chá que a bruxa jogou em seu rosto. Em seguida subiu para o quarto, mas, a porta estava trancada, não só pela chave, como também por magia.

- Hermione. Abra a porta. Me perdoe. Eu fui um idiota em falar aquelas grosserias. - Snape falou batendo forte na porta.

Hermione usou feitiço para silenciar o quarto. Não queria ouvir a voz do bruxo. Estava magoada. As palavras que ele lhe dissera doeram mais que um tapa na face. Não compreendeu o motivo do homem ter ficado irado com os questionamentos sobre Narcissa.

Snape continuava a esmurrar a porta até desistir do ato. Encostou sua testa na madeira e respirou fundo. Em seguida desceu para a sala, ficando um tempo sentado no sofá. Arrependido por ter sido um babaca com a mulher que espera um filho seu. Andou de um lado para o outro agoniado. Estava com as vestes do pai de Hermione, pois, desde que retornou, ainda não tinha ido para sua casa. Pensando nisso, teve a ideia de retornar para a rua da Afiação. Sabia que a namorada não iria perdoa-lo tão facilmente. Assim, decidiu que deixaria ela esfriar a cabeça para depois tentar conversar e pedir desculpas.

Ao sair, trancou a porta e aparatou próximo a sua residência. Ao entrar, sentiu-se sozinho. Estava tudo como havia deixado quando se entregou para o ministério. Foi para seu laboratório e se recordou que Hermione insistiu em ser sua assistente nas poções para o St. Mungus. Sorriu ao lembrar do primeiro beijo que ela lhe dera.

Um filme passou em sua mente. Hermione lhe salvara quando foi atacado por Nagini. Cuidou e o visitou no hospital. Insistiu em fazer poções com ele e depois confessou que estava apaixonada. A irritante-sabe-tudo entrou em sua vida e se dedicou a ele. Entregou seus sentimentos e o assumiu para todos, como ninguém nunca fez. Nem Lily, nem Narcissa. Essa última, sendo a causa dos ciúmes da castanha e por conta da loira, ele foi escroto com sua grifana. Se amaldiçoou e foi para o quarto deitar. Pois, no decorrer daquela semana teria que organizar sua vida, voltar a ativa e buscar o perdão da mulher que ama.

No dia seguinte. Hermione acordou, após, ter tido uma noite mal dormida. Ao perceber que Snape não se encontrava na casa, ficou pensando para onde ele teria ido. No entanto, não iria atrás dele.

Tomou café, se arrumou e saiu para ir ao médico.
Depois de se consultar e marcar exames sobre a gravidez, se dirigiu para Hogwarts. Já havia faltado muito e queria regularizar seus horários na escola. Minerva a atendeu e informou que arrumara um novo professor para substitui-la até o fim do ano letivo. Hermione não questionou e achou melhor assim, já havia falhado demais como professora.

De Hogwarts, a bruxa foi para o Ministério conversar com Harry e o Sr. Weasley. Queria verificar com eles se havia algum cargo para ela ocupar, já que fora dispensada da escola.

Arthur se alegrou e informou a jovem que tinha uma vaga no Departamento de Execuções de Leis da Magia e imediatamente acompanhou Hermione ao novo local de trabalho para lhe apresentar o ambiente. E informou a ela que na próxima semana já poderia começar.

Ao ser questionada sobre Snape, Hermione fingiu que estava tudo bem. Não queria os preocupar com seus problemas.

Retornou para casa e continuou esperando, nem sinal de Severo. Analisou o correio e pegou as correspondência, mas, nenhuma era dele. No entanto, havia uma carta de seus pais. Abriu rapidamente e leu.

Ficou nervosa, pois, seus pais iriam retornar para casa, estavam cansados da Austrália e voltariam a morar na Inglaterra com ela. A jovem engoliu seco, porquê ainda não havia falando nada para eles e de repente eles iriam chegar e saber que ela está grávida do ex professor, que passara maus bocados para derrotar o Lord das trevas novamente e não sabia se Snape estaria com ela para lhe dar apoio. Levou as mãos ao rosto em desespero.

- Meu Deus. - Falou buscando forças. Estava cansada demais. Passara por uma grande provação nos últimos meses. Começou a se questionar se Snape se apaixonou por ela de verdade nesse período turbulento que tiveram que passar. Se culpou, pois, lembrou que ele a alertou que era um homem complicado e a rejeitou a princípio e que o mesmo cedeu após ela não desistir de ficar com ele.

Se entristeceu, mas, depois se recordou que ele foi carinhoso e lhe prometera corresponder seus sentimentos. Também se lembrou da carta que ele deixara ao pensar que fosse morrer. A qual dizia que amava e que era a melhor que coisa que lhe aconteceu.

Dois dias depois.

Hermione teve que comparecer ao médico para fazer a primeira ultrassom. Queria que Snape a acompanhasse, só que ele não apareceu e nem dera notícias. A bruxa já comecera a ficar agoniada. Como ele poderia a abandonar assim e sequer voltar para pedir perdão? Se perguntou.

Após os exames e o Dr. lhe informar que estava tudo bem com ela e o feto. A jovem passou em uma loja de artigos de bebês. Comprou algumas roupinhas, sapatinhos dentre outras coisas. Ao chegar em casa se deparou com Snape na entrada. Desviou o olhar dele e seguiu para dentro com os pacotes de compras nas mãos.

- Hermione. Não me evite. - O bruxo a seguiu para dentro da residência. A jovem espalhou as compras no sofá, ainda sem olhar para Snape e seguiu para cozinha beber água.

O homem analisou as coisas e pegou de dentro da sacola um macacão de leãozinho. Abriu um meio sorriso e foi atrás da mulher na cozinha.

- Me perdoa Hermione. Não tinha nada que te falar aquelas coisas. Entenda, eu nunca fui confrontado daquela forma...

- Sobre sua amante? Foi só citar o nome dela que você ficou agressivo. Me deixa a entender que você gosta dela e não permite que ninguém fale. - Disse sem o encarar.

- A mulher que amo é você, Hermione. Narcissa foi um caso que ficou no meu passado...

- Você me magoou muito com o que disse. Sei que entrei na sua vida e insisti em ficar. Sei que me alertou sobre seu jeito de ser. Mas, a forma que agiu quando eu falei daquela mulher, foi extremamente estúpido.

- Eu sei que fui escroto. E estou aqui para que me perdoe.

-Por que apareceu só hoje? Já tem três dias que você sumiu.

- Estava resolvendo algumas coisas e deixando você esfriar a cabeça.

- Foi atrás dela? - A bruxa falou acusadoramente. Snape suspirou. - Não precisa responder, desde que você retornou parece está procurando uma desculpa para se afastar de mim. Fica tranquilo, se você não quer ficar comigo. Está livre para voltar para sua "Cissa" ou para qualquer outra mulher que aparecer. E quanto ao meu bebê, não se preocupe, eu posso muito bem criar ele sozinha.

As palavras de Hermione atingiram Snape como navalha.

- Não fui atrás de ninguém. A última vez que a vi foi quando ela foi na minha casa. Dia esse em que eu a maltratei. Se serve de consolo Hermione, eu não estava completamente dominando pelo Voldemort nesse dia. As coisas que eu falei para ela foram de sã consciência. Sabe o que eu disse? Disse que não queria mais manter um caso com ela e que não me procurasse mais. - Snape ficou em silêncio por alguns segundos, ponderando o que continuaria a dizer. - Hermione. Não estava me afastando de você. E não quero ficar sem você. Se eu voltei, foi por você e por essa criança. Para que eu iria querer me afastar? Se fosse para ficar sem você eu não voltaria. Que minha alma fosse para o inferno se não pudesse te ter novamente. - Snape se aproximou da bruxa e a mesma se afastou ate encostar na parede. Severo tentou a beijar, mas, ela abaixou a cabeça, o impossibilitando.

- Eu amo você, Hermione. - Ele desabotoou a camisa, deixando exposto as cicatrizes de seu peito. Pegou firme a mão da castanha e colocou sobre o corte já sarado. - Meu coração voltou a pulsar por você. Pelo seu sangue, seu amor e sacrifício daquela velha.

Hermione fechou os olhos segurando as lágrimas enquanto tocava o peito do homem. Snape ergueu o rosto dela e roçou seus lábios sobre a boca da mulher.

- Deixa eu te beijar. Não seja marrenta minha leoa.

- Você é um idiota Severo. - Falou antes de se entregar ao beijo dele.

A Oitava HorcruxOnde histórias criam vida. Descubra agora