𝗕𝗔𝗗 𝗚𝗜𝗥𝗟 ⁿᵒᵃʳᵗ [✓]

Capítulo 24

NOAH URREA

Minha mãe é um assunto muito delicado para mim, e ouvir meu pai falando aquelas merdas sobre ela me deixou com sangue nos olhos, acabamos brigando e a briga resultou em meu pai bêbado me batendo e eu apenas deixando, porque por mais que ele estivesse errado, ainda era meu pai.

Depois desse ocorrido, eu passei o dia todo em casa, porque meu pai não me deixou sair, só tive a oportunidade de sair por volta das uma da manhã que foi quando meu pai saiu de casa pra ir beber, de novo.

Fiquei andando sem rumo por um tempo, mas meu corpo todo doía, até porque meu pai não bateu só em meu rosto, mas também me deu socos na barriga e chutes, ele quase me matou, literalmente.

Depois de andar por mais ou menos uma hora só por andar e pensar na vida, eu estava congelando, e meu corpo estava ficando mais fraco do que já estava, sem contar os machucados em meu rosto que voltaram a sangrar.

Resolvi ir até a única pessoa que eu tinha certeza que me ajudaria: Sina.

Ela era um ponto fraco para mim, porque ela me fazia sentir coisas, coisas que eu tinha prometido a mim mesmo que nunca mais iria sentir, ela me fazia sentir como se eu estivesse apaixonado de novo, não começamos muito bem, mas confesso que faria tudo de novo se fosse preciso.

Já estava fraco demais, porém consegui chegar até minha casa de novo, mas não queria encontrar meu pai. Escalei a janela de Sina e já fraco bati na mesma.

A verdadeira Sina era a garota mais doce e incrível que já conheci, não estou falando daquela Sina do primeiro dia de aula, ou daquela Sina que não se importava, estou falando da Sina que cuidou de mim, me deu seu ombro para que eu pudesse chorar, a Sina que eu beijei naquela noite na roda gigante, essa é a verdadeira Sina.

Depois de cuidar dos meus machucados, ela me chamou pra dormir com ela, tê-la perto a noite toda, já foi mais que suficiente pra amenizar a dor que eu estava sentindo, não fisicamente, e sim em meu coração, tenho certeza que minha mãe adoraria conhecer Sina. Sinto falta dela, queria que ela estivesse aqui.

Acordei sentindo meu corpo mais dolorido do que no dia anterior. Olhei pro lado vendo Sina dormindo, ela é tão linda, por um momento imaginei como seria se ela fosse minha, como seria se eu pudesse ver ela assim todo os dias ao acordar e todas as noites antes de dormir.

Me levantei e coloquei meu tênis, dei a volta na cama e beijei a testa dela que ainda dormia.

- Bons sonhos, baby - falei em um sussurro, em meu bolso peguei um bilhete que tinha escrito logo após o ocorrido com meu pai, deixei sobre o criado ao lado de sua cama e saí cuidadosamente pela janela.

Olhei em meu celular vendo que ainda eram seis da manhã. Voltei para casa e fui direto pro quarto, tranquei a porta e deitei em minha cama. Voltei porque se meu pai descobrir que eu estava dormindo com ela, ela também vai correr perigo, mas juro que se ele encostasse um dedo nela eu não responderia por mim. Me embrulhei em minhas cobertas e dormi rapidamente.

SINA DEINERT

Acordei por voltas das dez da manhã, esperava encontrar Noah, mas ele não estava mais lá. Olhei no criado ao lado da minha cama e percebi que tinha mais um dos bilhetes de Noah ali, sorri e desdobrei o papel.

"Quando sentir minha falta, feche os olhos, posso
estar longe, mas nunca fui embora, quando você
cair no sono hoje à noite só se lembre que nos
deitamos sob as mesmas estrelas"
N.U

Never be alone é meu ponto fraco, Noah também estava se tornando meu ponto fraco e isso me assustava, ao mesmo tempo que eu queria me afastar pra não acabar me apaixonando, eu queria ele por perto porque ele era uma das únicas pessoas que me faziam realmente bem, ele conhecia uma Sina que eu não mostrava a ninguém além dele, mas que era a versão mais bonita de mim, a versão feliz.

Me levantei e fui ao banheiro, fiz tudo que precisava fazer lá e saí. Coloquei uma roupa mais fresquinha e saí do quarto. Fui até a cozinha encontrando Sr. Carmen na cozinha, ela não estava vindo por conta de meus pais estarem em casa, mas agora que foram embora ela voltou a vir, corri para a abraçar:

- Senti tanta saudade! - falo me jogando em seus braços.

- Eu também senti, minha querida! - ela diz retribuindo o abraço.

Dona Carmen é também uma das únicas pessoas que eu confio mais que tudo, ela me viu crescer, cuidou de mim quando meus pais me destruíram por dentro, ela me acalmava quando eu chorava, ela sempre esteve aqui por mim, coisa que meus pais nunca fizeram.

- Onde está Joalin? - pergunto me soltando do abraço e me sento na cadeira.

- Está dormindo ainda - ela diz - vou chamá-la.

Ela sobe as escadas e eu começo a comer. Recebo uma mensagem em meu celular e o pego, era Noah perguntando se eu estava livre hoje, respondo que sim e desligo o celular.

- Bom dia flor do dia - falo vendo Joalin descendo as escadas com Sr. Carmen. Joalin não responde, apenas me olha com os olhos inchados e começa a comer fazendo eu e Carmen rirmos.

O tempo passou e eu resolvi ir á praia, estava um pouco pensativa e lá era um bom lugar para pensar. Coloquei um biquíni, um short jeans e uma camisa por cima. Arrumei uma bolsa com protetor solar, meu livro favorito, óculos de sol, carteira, fones de ouvido, toalha e meu celular.

Desci as escadas e avisei Joalin que iria sair, dona Carmen já estava em sua casa já que ela só fica aqui pela manhã. Saí de casa e lembrei que Noah queria sair comigo hoje, então antes de ir á praia, fui até a sua casa, bati na porta e depois de uns minutos alguém abriu.

Era o pai de Noah.

- Pois não? - ele fala com uma voz firme.

- Noah está? - pergunto.

- Quem deseja? - ele diz com um olhar mortal, mas eu não senti medo algum, já sabia lidar com isso, já que esse é o tipo de olhar que eu mais recebo.

- Sina. Sina Deinert - falo.

- Tá - o homem mais velho diz e entra na casa.

Quem volta é Noah.

- Sininho! - ele diz e me abraça - fiquei surpreso quando meu - ele coça a garganta antes de continuar - pai disse que você estava aqui, moramos um ao lado do outro mas só eu que vou até sua casa!

- Não mentiu - falo e nós rimos - mas em fim, vamos á praia?

- Claro, mas vem comigo antes, preciso me trocar - ele diz pegando em minha mão e me puxa para dentro de sua casa.

Ela era linda por fora e ainda mais linda por dentro, nunca tinha entrado aqui até porque eu sempre odiei meus vizinhos. Subimos até seu quarto e ele trocou de roupa colocando uma mais fresca.

eles estão ficando muito apaixonadinhos

xoxo Lah <3