Amor, vamos ter uma namorada?

O Caso.

P.O.V Jungkook

Já havia chegado no trabalho e estava em meu escritório juntamente com minha secretária Helena. Estávamos aguardando minha nova cliente chegar e não demorou muito para que isso acontecesse. O telefone de Helena tocou e a mesma não tardou em atendê-lo, era a recepcionista da advocacia avisando a chegada da Srta. Addams, juntamente com seu namorado. Helena me passou a informação e eu permiti que os mesmos fossem acompanhados até a minha sala. Helena foi, buscando-os e trazendo os mesmos até o local onde eu estava, como havia sido ordenada.

– Bom dia, Sr. Jeon! – minha cliente exclamou em cumprimento, entrando em minha sala. Seu namorado estava em silêncio. –

– Bom dia. – Ele falou sem expressão. –

– Bom dia! – respondi, sorrindo minimamente de lado, apenas por educação. Indico para que os dois se sentem e os mesmos obedecem. –
Então, eu vi uma pequena descrição do caso de vocês, precisamos conversar melhor sobre o que aconteceu. Eu gosto de ser direto, portanto Srta. Addams, você sabe que corre o risco de cumprir prisão perpétua ou até mesmo, pena de morte. Sim?

– Mas... mas isso seria injusto comigo! Vocês não me entendem! – ela falou começando a ficar desesperada. –

– Tente manter a calma. – aconselhei, passando o olhar para o namorado da moça.  – Eu sugiro que você arrume outro advogado, não conseguirei cobrir os dois. – expliquei. – Além do mais, isso ficaria muito estranho. O juiz não é idiota. – concluí. – Peço que por favor, retire-se e busque os serviços de outro advogado no momento. Ou a chance de acordo estará nula. E consequentemente, eu vou falhar com minha profissão.

– Mas, você tem certeza que isso é mesmo necessário? Existem muitos casais ou famílias que tem um advogado apenas! – resmungou me encarando. –

– Veja bem, você e ela praticaram o crime juntos. Você acha mesmo que o juiz vai aceitar que eu defenda os dois? Outra coisa, vão ser julgados individualmente. Vocês foram investigados separadamente, também.

– Ora, já que você está se negando a me prestar serviços, tudo bem! Vou em busca de um advogado mais competente que não fique cheio de ladainha como você.  Amor, você vai ficar? – perguntou encarando a garota. –

– Eu preciso ficar, é ele quem vai fazer a minha defesa! – ela falou nervosa. –

– Então, está bem. Tenho quase certeza de que ele só vai comer seu dinheiro e não fará nada por você, esses caras de rostinho bonito são apenas isso: rostinho bonito e cabeça oca. – entoou agressivo, saindo da sala logo depois e bateu a porta com força. –

– Desculpe pelo transtorno, Sr. Jeon. – pediu enquanto me encarava com preocupação. – Ele está nervoso e apreensivo. Afinal, nós dois fizemos isso juntos e foi só para me salvar do inferno em que eu vivia. – suas lágrimas não tardaram a cair. –

– Fique tranquila. Lembre-se que nervosismo em momentos como esses não irão te ajudar em muita coisa. – respirei fundo, meu tom de voz era calmo, estava tentando passar a mesma sensação para a jovem em minha frente. – Conte-me em mais detalhes tudo que aconteceu.

– Bom, minha mãe... ela praticamente mentiu para mim a minha vida inteira! Sobre tudo. Até mesmo sobre minha idade. – ela falou pensativa. – Ela mentiu sobre meu pai, espalhava para todos que ele havia nos abandonado, que ele não ligava para mim. Que não pagava a pensão! Além de tudo, dizia que ele era um alcoólatra desgraçado, dependente químico.  – deu uma pausa me encarando. – Ela não me deixava sair, não me deixava andar, eu vivia indo em médicos, vivia usando cadeiras de rodas, sendo que eu consigo andar sozinha! Minha mãe era louca.  Ela costumava dizer aos meus amigos que eu tinha a mentalidade muito infantil e que não falassem sobre certos assuntos comigo, porque eu não entenderia! Ela só queria dinheiro, atenção e me manter presa.