Amor, vamos ter uma namorada?

Descobrindo mais sobre a gravidez.

P.O.V Melanie

Eu sempre julgava garotas que se achavam adultas o suficiente para irem morar sozinhas e depois voltavam grávidas para a casa do pai ou da mãe com a cara de pau, mais lisa do mundo. Porém, infelizmente eu me tornei essa garota.

Agora entendo melhor o lado delas. A gente não pensa que vai dar errado, sempre quer que dê certo. Nos entregamos de corpo e alma, nos apaixonamos e às vezes somos deixadas de lado, abandonadas ou viramos um arrependimento na vida do homem.

Ao bater na porta da casa de minha mãe, me senti tão envergonhada. Eu não sabia nem por onde começar a contar essa história. Ela não sabia que eu estava namorando com dois homens, na verdade, não sabia muito sobre mim. Apenas que eu estava fazendo faculdade em NY.
Mas ao mesmo tempo que sentia vergonha, sentia que ela é a única pessoa que podia realmente me ajudar no momento, sem correr o risco de ser abandonada ou machucada depois. A relação entre minha mãe e eu, sempre foi muito saudável e forte.

Ouvi um resmugado que soava como: "Quem deve ser a essa hora?!" e logo após o chacoalhar do chaveiro. Minha mãe aparece abrindo a porta e juntamente como a porta, sua boca se abre em um formato de "o", ela está nitidamente surpresa com minha visita e talvez, fique ainda mais quando descobrir que eu não vim sozinha...

— Memel, meu amor! — a mamãe me abraça com força. — Menina, isso são horas de chegar sem avisar?

— Olá, mamãe. É uma longa história! — falei com uma voz cansada e trêmula, segurando o choro.

Mamãe que não era nada boba e me conhecia muito bem, segurou meu rosto com as duas palmas da mão, uma em cada bochecha e me olhou tão profundamente nos olhos, que achei que ela tinha lido toda minha mente.

— Já sei, você está com algum problema. — olhou para o que tinha atrás de mim e percebeu minhas duas malas. — Está de férias? Entre. Aqui fora está frio, você precisa de um cappuccino e de um bom ouvinte.

— Não deixa passar nada, não é?! Mas, tudo bem... eu não pretendia esconder. — falei puxando a mala de carrinho e minha mãe, pegou a de alça.

Mamãe me levou até o quarto onde eu ficaria, coloco as minhas malas lá e logo me dirijo a cozinha juntamente com ela. Eu sabia que ela não ia esperar para que eu falasse logo o que estava acontecendo, enquanto eu, procurava tentar não me desesperar e fingir que estava tudo ok comigo. Mas eu não sabia por onde começar.

— Vem, senta aqui. — falou apontando para a cadeira ao seu lado e colocou cappuccino na cafeteira para ser preparado. — Comece a falar, tudo!

— É muito complicado tudo isso que vou te contar agora, só espero que tente me entender... — falei receosa.

— Você sabe que poderá contar comigo para tudo.

— Mãe... é que... eu me envolvi em um relacionamento a três. — respondi apreensiva. — Tudo começou naquele restaurante chique que eu trabalhava, lembra? — ela apenas concordou com a cabeça, enquanto me olhava séria. — Ironicamente, fui atender a mesa de um dos rapazes que se tornou meu namorado, mas a mulher que estava com ele fez um barraco quando eu acidentalmente deixei cair vinho na mesa e escorreu pelo vestido dela. — contava nervosa, enquanto me lembrava bem do momento. — O escândalo dela foi tão grande que o dono do local me demitiu. Eu entrei em desespero, porque precisava pagar minha faculdade, a senhora sabe. Mas essa história é um pouco complicada...

— Eu estou ouvindo.  — ela falou em um tom ríspido, recuei meu corpo discretamente, sentindo medo. 

— Mãe... O rapaz que estava acompanhado tinha um marido, que estava sentado sozinho na mesa ao lado...  — ela me interrompeu.