Minhas ordens

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Hemilly on

Abri os olhos muito tonta, não me lembro de muita coisa, meu corpo estava pesado e um pouco dolorido. Olhei para os lados e vi o LV sentado em uma poltrona perto na minha cama bebendo.

Eu: Bebendo esse horário?- ele olha pra mim e sorri.

LV: É pra passar o estresse- pisca e vai até mim- você tá bem?

Eu: Sim, LV quem...

LV: Ph, longa história, seu pai te explica depois- sorri fofo enquanto passa a mão no meu cabelo.

Eu: Onde ele tá?

LV: Ele foi pegar alguma coisa pra comer- suspira- Hemilly a gente precisa conversar.

Eu: Antes, me fala, quando eu vou sair daqui? Não gosto de hospital.

LV: Eu não sei, Hemilly...

Eu: Ah me tira daqui, eu já tô melhor.

LV: Hemilly depois eu vejo isso ok?

Eu: Não senhor- me sento - eu preciso sair...- tento sair mais ele segura meu braço.

LV: Para de falar e me escuta...

Eu: Eu sei que perdi um filho que nem sabiá da existência LV e eu não quero conversa sobre isso.

LV: Hemilly a gente precisa.

Eu: Não! Quando as enfermeiras estavam me colocando na maca eu voltei a consciência e ouvi tudo- falo e ele me olha triste- sabe o quanto foi difícil saber isso daquele jeito?

LV: Eu faria de tudo que nada disso ter acontecido.

Eu: Mas aconteceu. Quando eu ouvi que estava grávida e que meu filho tinha morrido eu... Eu comecei a chorar e gritar o seu nome feito louca. LV eu fiquei tão assustada... Tava com tanta dor e tudo o que eu mais queria era você...eu precisava tanto de você mas...- seguro pra não chorar- mas você não estava lá.

LV: Eu sinto muito meu amor- me abraça.

Eu: Não- limpo as lágrimas- está tudo bem, que dizer, não tá nada bem, mas é que eu ainda tô meio anestesiada- solto um sorriso e tento beija-lo mais ele desvia- o que foi?

LV: Nada, só to um pouco cansado- volta a se sentar na poltrona com um suspiro. Ele tava estranhos, parecia muito incomodado e eu sentia que não era só pelo nosso filho.

Sei lá, as vezes é coisa da minha cabeça.

Eu: LV?

LV: Eu.

Eu: Você nunca sentiu vontade de ter uma família, filhos... De ter uma casa cheia...e...

LV: Ta querendo saber se eu ia querer o nosso filho?- falo e ela balança a cabeça.

Eu: Sim.

LV: Eu não sei, eu nunca pensei em ter um filho. Mas acho que iria aceitar.

Eu: Aceitar não é amar.

LV: Eu não tô pronto ainda Hemilly.

Eu: Então você ia me abandonar?

LV: Claro que não, eu ia tá lá na hora do aborto.

Eu: Oi?- me assusto.

LV: Hemilly eu não tô pronto.

Eu: Mas...você disse que me amava.

LV: E eu te amo Hemilly, essa criança que...

Eu: Essa criança faz parte de mim LV, de nós.

Lv: Não faz mais Hemilly, esqueci.

Eu: LV sai daqui.

LV: Madãme me entende por favor, eu quero curtir mais a vida...eu não quero ter um peso...

Eu: O Que? Nossa filha seria um peso pra você?

Lv: Não Hemilly me escuta, eu não quero ser pai ok? Eu não quero um filho agora eu quero curtir minha vida...

Eu: E só por isso eu iria matar outra?- falo e ele não responde- e se eu tivesse essa criança e não quisesse abortar?

LV: Eu ia te ajudar a cuidar, mas não aconteceu ok? E provavelmente nem vai acontecer.

Eu: O que?

Lv: A bala pegou uma parte de seu útero e só por um milagre você pode voltar a engravidar de novo.

Guilherme: LV cala a boca!

LV: Vai se fuder Guilherme- pega o celular e sai.

Eu: É verdade?- falei querendo muito ouvir um não, mas não foi essa a resposta que eu recebi.

Guilherme: Infelizmente sim princesa- vai até mim e me abraça.

Coração De Um TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora