Capítulo XII - Como Um Caranguejo

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Na cabana dos humanos, Minseok preparava um chá calmante para Jongdae que estava com os nervos a flor da pele. Melhor dizendo: estava entrando no cio. Já era para estar bem longe do vilarejo para poder passar aqueles dolorosos três dias sozinho como sempre fez desde que seu esposo morreu há três anos atrás. Mas como o alfa teimoso que era, não disse nada para Minseok sobre ter um período em que seus hormônios quase explodiam e uma vontade insaciável de fazer sexo tomava conta do seu corpo.

Não queria que ele saísse correndo.

— Meu Deus, você está ardendo em febre, Jongdae! É melhor eu chamar um curandeiro — disse assim que tocou na testa do moreno todo suado, mas fora impedido de sair por sua mão lhe agarrando o pulso. — Solta, Dae. Preciso chamar ajuda...

— N-não... Fique aqui comigo, por favor — suplicou, tremendo, deitando a cabeça no colo do humano, pedindo silenciosamente por um cafuné para tentar se acalmar.

Minseok franziu o cenho, mas entendeu o que ele queria dizer e logo se pôs a fazer um carinho nas madeixas um tanto molhadas do alfa. Talvez assim ele conseguisse melhorar logo.

JongIn que estava no andar de cima conversando com Kyungsoo, ou pelo menos tentando, pois o humano era impenetrável; muito chato e insuportável ao seu ver, sentiu aquele típico cheiro e se alarmou.

— Oh, meu Alfa! Chėn! — sussurrou para si mesmo, saindo igual um furacão do quarto e indo até o sofá da sala, onde encontrou Jongdae com a cabeça enterrada no pescoço de Minseok, que tinha uma expressão assustada. — Chėn, saia de perto dele agora!

Ao ouvir tal afronta, o lobo do alfa rosnou e soltou feromônios, aumentando sua presença naquele cômodo, deixando JongIn um pouco tonto e sujeito a respeitar o "território" do amigo, mas não podia deixá-lo perto de Minseok. Entendia que ele o tinha escolhido como companheiro, mas não podia. Era um humano, não aguentaria uma noite de cio do alfa.

— Jongdae, me escuta. Você não pode fazer isso com ele, ok? Ele não vai aguentar. Por favor, deixe-o ir embora.

— O que está acontecendo aqui? — murmurou horrorizado, tendo o alfa em cima de si ainda.

— Ele entrou no cio, Minseok.

— Cio? Mas que porra é essa?! Vocês têm cio também?! Só essa que me faltava — choramingou, tentando sair dos braços do lobo. — Me solta, por favor.

— Cara, me escuta só um pouquinho, tá? Você vai machucá-lo senão sair daqui agora, e garanto que não quer isso. Vai se arrepender depois — tentou se aproximar, mas parou assim que ouviu outro rosnado.

— O que é isso? — Kyungsoo sussurrou assustado.

— Dae, por favor, me solta — pediu mais uma vez, acariciando o braço úmido do alfa, sentindo a pele estremecer.

Ouviu o homem grunhir, parecendo mais com um gemido sofrido.

— N-não m-me deixe — sussurrou com o pescoço do menor, depositando vários selares na pele, fazendo-o arrepiar dos pés a cabeça.

— Eu não vou, mas, por favor, não faça nada comigo — pediu, com certo medo.

Jongdae ficou um tanto magoado com aquelas palavras. Jamais machucaria Minseok ou o abrigaria a fazer o que não queria, gostava demais do humano para traumatizá-lo.

— Eu jamais faria algo com você — disse num fio de voz, tirando o rosto da curvatura do pescoço alvo para encarar os olhos arregalados em sua direção. Levantou o canto dos lábios num sorriso, mostrando que o pequeno não precisava ter medo de si, que ele não faria nada consigo.

Flor da Lua [ChanBaek - ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora