Capítulo VI - Casa

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 22 anos atrás...

Irïn estava sentada no chão da cabana junto de Baėk; o pequeno menino "lobo" havia acabado de completar seus cinco anos de idade, sentia-se o adulto; ela ensinava ao menor, usando uma lousa feita de madeira, todos os nomes homo da alcatéia.

— O da mamãe é Joohyun e o papai, Junmyeon, ok? Yëllūs é Chanyeol e Kaiüs é JongIn. Nunca se esqueça desses nomes. É muito importante que você se lembre deles quando algum estranho lhe perguntar, principalmente o seu, que é...?

— Baekhyun! — o pequeno ergueu os bracinhos, animado.

— Isso mesmo, degā — beijou-lhe a bochecha.

— Mas, mamãe, por quê? Eu gosto de fazer novos amiguinhos e não quero mentir — fez um biquinho fofo. Joohyun sorriu doce para seu filho, pegando-o em seu colo.

— Porque o mundo é muito cruel, meu lobinho. Ele é cheio de criaturas terríveis que querem fazer mal não importa a quem seja. Por isso é muito importante que você fale os nomes humanos dos seus amigos, pais e o seu, ok? Jamais diga o verdadeiro. Ele é valioso e prezado. Proibido ser revelado para uma pessoa qualquer.

— 'Tendi, mamãe. E gosto mais dos nomes humanos do que dos verdadeiros — comentou, se levantando e andando até a lousa.

Joohyun riu.

— Não diga isso ao seu pai, ele vai ficar chateado.

— Posso chamar o Chanyeol assim? — perguntou, encarando sua mãe.

— Claro, querido. Se ele não se incomodar, pode sim — sorriu.

Depois daquele dia, era difícil ver Baėk chamando seus amigos por seus nomes verdadeiros, o que Joohyun até achou bom, pois seria terrível se os nomes verdadeiros chegassem aos ouvidos errados. 

Já era tarde da noite quando Junmyeon voltou para casa com uma dor terrível nas pernas. Passou o dia correndo pelo perímetro para checar se não havia nenhuma ameaça. Jongdae estava junto, aprendendo como ser um bom guarda para quando completasse trinta anos, pudesse servir ao príncipe, futuro líder da alcatéia.

Não acharam nada que fosse perigoso, mas sim preocupante. Perderam as contas de quantos animais encontraram mortos e deixados para trás, inteiros, como se fossem nada. Com certeza era serviço da alcatéia rival, Kārpi. Eles não perdiam uma, sempre querendo aparecer e se mostrar "superiores".

Tirou as vestimentas de couro, ficando apenas de calção, e se lavou na banheira que tinha atrás da cabana. Viu que Joohyun havia preparado sua janta, então não demorou a comer com vontade, apreciando o sabor magnífico da carne que somente sua esposa sabia temperar.

— Já chegou, querido? — ouviu em tom baixo a voz de Joohyun, vindo do corredor.

— Sim, estou aqui na cozinha — respondeu, soltando um suspiro pesado.

— E como foi hoje? — questionou assim que adentrou o cômodo e sentou de frente à Junmyeon.

— Foi... Preocupante... Encontramos animais mortos no campo, sem sinal de caçadores e predadores. Apenas... Mortos, mortos e largados — disse, olhando para o prato vazio sobre a mesinha em que comia. — Vidas foram tiradas em vão, eu detesto isso.

— Oh, querido... Sinto muito que tenha presenciado tal atrocidade — mirou seu marido com pesar, sentindo toda sua angústia através da marca —, se lhe serve como distração, hoje eu ensinei ao Baek nossos nomes humanos e depois fomos na pedreira junto com as crianças.

— Jura? E como ele está se saindo... Sabe, com os outros filhotes? — indagou, interessado no assunto e querendo esquecer o que viu mais cedo.

— Sim, está. O Príncipe e o futuro guardião estão ajudando em sua adaptação, e Baėkki parece amar estar junto deles. Foi muita generosidade chamarem nosso pequeno para brincar — sorriu contente.

Flor da Lua [ChanBaek - ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora