Capítulo XXII - Lobo Solitário

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O alfa acordara mais cedo na manhã seguinte, havia levantado pela madrugada também para pegar cobertores no quarto da casa, mas acabou achando apenas uma túnica, teve de ser ela mesma. Como seu corpo já era quente, então não se preocupou tanto, podia facilmente esquentar o corpo pequeno ao seu lado com o próprio calor que produzia em excesso, usando a túnica encontrada para cobrir a nudez do menor, este que, por sua vez, dormira agarrado a si com a cabeça deitada sobre seu peito.

Com um braço atrás da cabeça e o outro dobrado, a mão fazendo um carinho nas madeixas brancas de Baekhyun adormecido, encheu o pulmão de ar, soltando lentamente, pensando na noite maravilhosa que teve.

Pela primeira vez em tanto tempo se sentia vivo. Estava feliz e com o ego bem alimentado, por ser alfa, sentia a conquista em dobro e isso era extremamente gratificante, ainda mais por ser Baekhyun a pessoa o qual tinha. Amava aquele loirinho demais que nem sabia explicar, passou os últimos anos longe dele sofrendo por sua ausência e o que ela fazia consigo. Estar com Baekhyun era como ser invencível, inabalável.

Era como respirar...

Mantia-se vivo e coração batendo.

Em momentos ficou mal por ver que o loiro o evitava, ignorava ou até mesmo o respondia mal, mas esperava que agora, depois de terem se entregado um ao outro, fosse tudo diferente... Que Baekhyun ficasse para sempre ao seu lado sem hesitar, pois ele largaria tudo para ficar com o pequeno.

Porque sem ele, não existia vida, apenas existência.

Enquanto Chanyeol viajava em seus devaneios, assistindo o sol nascer e os pássaros voando livres cantando, Baekhyun sonhava.

E não era um sonho comum.

"Uma reunião estava prestes a acontecer naquela sala enorme e repleta de cadeiras gigantes, ocupadas por pessoas majestosas de vestimentas estranhas, porém belas, com detalhes folheados a ouro.

Todos eram tão desconhecidos para o loiro, ele não entendia o por que de estar sonhando com aquilo, nunca havia visto aquelas pessoas, mas sua mente insistia em lhe mostrar as lembranças jamais vividas. Ele não fazia parte do sonho, apenas o via, como um narrador observador, não podia interromper e nem mesmo opinar, somente observar de longe, escondido num pilar como se alguém pudesse vê-lo.

— Para mim já basta! — gritou um homem forte, com correntes penduradas por todo o corpo, acessórios dos mais variados nas mãos, dedos, pescoço e rosto. Sua barba era negra, assim como seu longo cabelo rastafari. Os olhos, azuis como o mar. A pele amorenada e marcante. Carregava um cajado de madeira escura com uma pedra azul na ponta. — Está mais do que na hora de enviar alguém!

— Concordo com Hakäri, os quinhentos anos já passaram e é nossa obrigação seguir as ordens do Rāin — pronunciou outro homem, loiro dessa vez, mesmo estilo que o moreno.

— Não podemos mais fazer isso, já chega — a sala, de repente, ficou muda após uma mulher se levantar da sua cadeira e gritar apavorada. — Não temos que fazer.

Ela chamara mais sua atenção dentre todos ali. A mulher usava um casaco de pele de urso branco, um colar marrom estava pendurado em seu pescoço, e como pingente tinha uma pedra lilás, mas não dava para vê-la claramente pois estava embrenhada nos fios marrons. O vestido que cobria seu corpo era branco também e curto, bem curto, um pouco colado, com algumas cordas grudadas em sua volta.

Tinha cabelos brancos como a neve e não os tinha totalmente presos em tranças como os outros, eles estavam soltos com apenas algumas tranças volumosas espalhadas. Seus lábios eram grossos e rosados. O rosto, amendoado. Contudo, sua pele não era inteiramente limpa, pois era repleta de tatuagens num tom prateado e roxo clarinho, como desenhos tribais, só que com um toque único. E em suas maçãs do rosto tinha alguma frase pequena tatuada, e em uma delas havia uma flor desenhada, ela brilhava mais que as outras.

Flor da Lua [ChanBaek - ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora