Flor da Lua [ChanBaek - ABO]

Capítulo XVI - Seja Gentil

Kyungsoo empurrou o alfa assim que encontrou forças para fazê-lo.

— Por que fez isso?! — esbravejou, sentindo seu corpo queimar.

— Tive vontade — sorriu, alcançando seu calção e o vestindo.

— Meu Deus, é um cretino mesmo e de marca maior — colocou a mão na cabeça e começou a andar de um lado para o outro.

— Ah, qual é! Sei que gostou tanto quanto eu, só não quer admitir — revirou os olhos.

— Gostar? Gostar?! Como acha que vou gostar de ter sido agarrado daquele jeito?! Ainda mais por você— gritou.

— Sabe, você poderia muito bem ter pedido pra eu parar ou corrido para bem longe, mas por que não fez isso, hein? — aproximou o rosto do menor de novo, sentindo sua respiração bater e voltar para si. O outro ficara estático, sem palavras.

O alfa tinha razão.

Kyungsoo não saiu porque não quis.

— Ora, eu... E-eu — gaguejou, fazendo o sorriso do lobo aumentar. — Saia de perto de mim! — empurrou seu peito mais uma vez, mas diferente de antes, o alfa segurou seus pulsos e o puxou para si, deixando seus narizes bem próximos um do outro.

— Pode negar o quanto quiser, Kyungsoo... Mas o meu lobo chama pelo seu constantemente. E uma hora ou outra, você vai ceder à ele — sussurrou, indo de encontro aos lábios grossos, mas desviando no meio do caminho para depositar um selar sútil no canto deles, em seguida saindo dali, deixando o humano tonto para trás.

☽ ✼

24 anos lupinos atrás...

JongIn e Yixing estavam muito preocupados com Chanyeol. Ele não comia há dias e andava um tanto esquisito, dizendo coisas sem sentido e as repetindo várias e várias vezes. Eles sabiam que ele estava tendo um dos seus ataques mensais, mas ficavam assustados assim mesmo, pois não sabiam como ajudar. Não tinham como ajudar.

— O que faremos, Kai?! O que faremos com ele?! Os lobos querem respostas o quanto antes. Querem que Yëllūs vá lá dizer alguma coisa, qualquer coisa! Mas não podemos deixá-lo sair assim — apontou para um Chanyeol andando de um lado para o outro no quarto dizendo "não me deixe, não posso ficar sozinho".

— Acha que ele se refere ao... Baėkki? — murmurou para que o neurótico não escutasse.

— Eu não sei, não faço a mínima idéia. Mas precisamos fazer alguma coisa. Talvez... Talvez o Ve possa ajudá-lo! — exclamou contente, mas Kaiüs não ficara tão feliz quanto.

— Um cavalo, bō? Sério?

— Tem alguma idéia melhor? — arqueou as sobrancelhas. — Pois é, eu achei que não. Por alguma razão, aquele cavalo tem ajudado ele há anos, não? Sempre que ele ficava ruim, o encontrávamos conversando com Ventania. Espero que ele sirva dessa vez de novo.

Os amigos do líder logo foram pegar o cavalo no estábulo para levá-lo até o Alfa abatido e paranóico. Fazia um tempo desde o último surto, agora parecendo mais sério do que o outro. A alcatéia estava num momento delicado, Chanyeol não havia assumido a liderança ainda, mas precisava comparecer a todas as confraternizações feitas pelos lobos como sinal de boa fé. Seu pai já tinha confirmado sua presença naquela pequena festa, uma festa feita para Chanyeol assumir sua ômega e dizer que iria se casar em breve. Contudo, ele não queria saber de nada. Estava ficando maluco com toda aquela história de casamento.

Não queria se casar. Pelo menos não com Rüsė. Não era à ela que o seu coração pertencia. Eram amigos e nada mais que isso. Nem sequer trocaram carícias quando mais jovens, não se falavam direito.