Capítulo 4

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POV. Anahí 

Alguns dias já se tinham passado, quase um mês depois daquele dia,e o funeral do meu irmão já tinha acontecido. Depois disso a minha mãe mandou tirar as coisas dele de casa e agia como se nada tivesse acontecido, eu discuti com ela mas não adiantou, para ela o que as pessoas pensam é o mais importante e estando assim pensam que ela já superou, e talvez já tenha mesmo. 

Hoje vim ao hospital fazer exames para ver se posso doar sangue. Nunca doei mas depois da minha mãe não deixar doar os órgãos do meu irmão e ver o quanto ele poderia ter ajudado senti a necessidade de fazer algo. No fim dos exames vou à cafeteria do hospital beber alguma coisa. 

Ruth:Anahí —uma voz chama e eu olho —sou Ruth se lembra de mim? 

Anahí: Claro —levanto de onde estou e vou cumprimentar com dois beijos no rosto

Ruth: Não esperava te ver aqui— ela sorri simpática 

Anahí: Vim fazer uns exames —dou de ombros—mas e com a senhora está tudo bem? 

Ruth: Esta sim.. Eu estou com o meu filho. Se lembra dele

Anahí: Sim —confirmo sem entender como só agora percebi que o garoto do transplante é filho dela

Ruth: Estava a ir para o quarto dele mas gostaria de falar um pouco com você 

Anahí: Deixe estar.. Tudo bem—no fundo por alguma razão eu gostaria de falar 

Ruth: Não.. Ele deve estar acompanhado vem comigo só para avisar que cheguei e conversamos só um pouco —ia negar mas preciso falar sobre qualquer coisa só para me distrair então aceito 

Quando caminhamos eu procuro saber porque aquela senhora me trás tanta segurança sendo que a unica coisa que sei dela é o nome e quem tem um filho.. Bem lindo. Quando entrei naquele quarto quase à um mês atrás esperava ver alguém fraco devido à doença ou algo assim mas quando entrei não era nada disso,bem pelo contrário, era forte e muito bonito, tanto que acho que até hoje não recuperei do choque. 

Entramos no quarto e eu fico um pouco atrás, está lá uma garota ruiva muito bonita que assim que nos vê corre para Ruth. 

Ruth: Meu deus menina—ela ri—Dulce vai me fazer cair.. 

Enquanto elas se abraçam sinto o olhar de Alfonso em mim mas não o olho sigo de cabeça baixa

Dulce: Estava com saudades tia.. Você é? —ela aponta para mim

Ruth: Aii que estupidez a minha—bate com a mão na própria testa—Dulce está é Anahí.. Anahí está é Dulce minha sobrinha

Dulce: Prazer—ela sorri simpática 

Anahí: Prazer —sorri— Ruth se quiser ficar com sua família eu já vou

Dulce: Não entendi—diz confusa e me olha— você veio ver a Ruth ou o Poncho? 

Ruth: Ela veio comigo. Eu sabia que tinha alguém aqui só vim avisar que já cá estava e íamos falar um pouco mas você está aqui e tinha que falar com sua mãe também… Anahí você se importa de esperar um pouco com o meu filho enquanto eu vou lá fora? —eu ia dizer que ia embora mas antes sou interrompida

Alfonso: Tudo bem mãe, podem ir.. Tudo bem para você? —me olha e eu confirmo com a cabeça 

Ruth: Perfeito nós já voltamos—Sorriu e saiu. 

POV. Alfonso

Quando a vi entrar no quarto pensei que estava a ter uma alucinação, então obviamente que quando vi a oportunidade de ficar com ela sozinho aproveitei. Quero saber mais dela, não sei porque só sei que algo nela me intriga e preciso de saber mais dela. Obviamente que me senti atraído por ela afinal ela é linda mas é mais do que isso tenho a necessidade de conhecer esta menina e vou! 

Alfonso: Podes sentar aqui—apontei a cadeira ao lado da minha cama onde estava sentado —elas podem demorar um pouco 

Anahí: Sem problema —Dá de ombros e se senta— Sua mãe quer falar comigo e como sou curiosa eu espero —acabo rindo com a sua justificação. 

Alfonso: Tudo bem fique à vontade.. Como você está? —falava da última vez que a vi e ela entendeu 

Anahí: Superando. Eu é que devia perguntar isso quem está numa cama de hospital é você.. 

Alfonso: Já estou habituado.. É assim desde que tenho 11 anos mas não vamos falar disso agora 

Anahí:Falamos de que então? 

Alfonso: Qualquer coisa—dou de ombros—por exemplo o que faz aqui? Você está doente? —pergunto agora preocupado 

Anahí: Não.. Eu vim fazer uns exames para ver se posso doar sangue. 

Alfonso: Você doa sangue? —estranho tendo em conta que nunca a vi aqui e conheço quase toda a gente desses setores. 

Anahí: Vou começar agora

Alfonso: Você faz bem..É raro alguém com 19 anos doar sangue

Anahí: Como você sabe a minha idade? 

Alfonso: A Maite me contou—sorrio da cara dela

Anahí: Ahh claro.. Esqueci que são amigos

Alfonso: É nós somos… Mas me fala sobre você 

Anahí: Não há muito a dizer—dá de ombros— Tenho 19 anos, estudo design de interiores e o meu tempo livre passo a ler e ouvir música.. Não sou muito de sair. E você? —ela pergunta com um sorriso nos lábios e acho que é o primeiro sincero desde que entrou 

Alfonso: Eu tenho 20 anos.. Estou a ganhar nisso—pisco o olho e ela ri, o que me deixa feliz—fico muito tempo aqui no hospital e em casa. Comecei a estudar arquitetura mas parei pelo menos por um tempo por não dar para ir às aulas.. Acho que é só isso

Anahí: E você passa muito tempo aqui? 

Alfonso: depende de como estou e se tenho algumas crise

Anahí: Entendi.. 

Alfonso: Eu não ia perguntar mas.. Como você está depois de tudo? 

Anahí: Sobrevivendo—da de ombros cabisbaixa. 

Alfonso: Esta mal—ela me olha confusa—você tem que viver e não sobreviver. Duvido que o seu irmão ia querer isso—ela fica espantada mas eu continuo—Eu não o conheci mas vejo o quanto você o amava e não tenho dúvidas que ele também então vive, não sobrevivas—finalizo e ela está com os olhos cheios de lágrimas e vejo que realmente fez diferença o que eu disse. 

Anahí: Obrigada— sussurra e deixa uma lágrima cair mas limpa rapidamente 

Alfonso: Ainda é recente mas o tempo ajuda sempre.. 

Anahí: Você já perdeu alguém? 

Alfonso: Estou muito tempo no hospital acabo por conhecer pessoas que nem sempre têm sorte—ela assente—mas agora quero que ver você sorrir.. Vamos falar de outras coisas. 

Ficamos um tempo a conversar sobre diversos assuntos e ela ri algumas vezes assim como eu mas no final ela solta uma gargalhada de algo que eu disse e eu sorrio bobo com esse som, é perfeito. É tão raro eu falar com alguém sem ser o meu grupo de amigos com esta facilidade que não vejo o tempo passar e a minha mãe entra

Ruth: Oii.. Desculpem a demora mas a minha irmã demorou um pouco a vir.. 

Anahí: Sem problema Dona Ruth. 

Ruth: Sem o Dona ok? —Anahí assente—vem comigo lá fora 

Anahí:Ok —sorri e me olha— tchau Poncho—ela usa o apelido que eu lhe disse e sorrio

Alfonso: Tchau Any—faço o mesmo e ela ri— podes vir mais vezes ok? —digo realmente querendo isso

Anahí:Vou pensar —diz brincando mas eu não vou deixar passar 

Alfonso: Não penses muito porque eu vou estar esperando —vejo que ela fica vermelha e sorrio ainda mais—espero mesmo que voltes

Anahí: Eu volto—garante—Tchau—diz e sai seguida pela minha mãe

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Olaa queria pedir que votem mas principalmente que comentem o que estão achando ok?
Se der para divulgar a história tambem ajuda muito.

Amanha eu volto com mais um capítulo. ❤️

Jogada do destino (Finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora