Capítulo 29

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POV. Alfonso

Abro os olhos com um pouco de dificuldade e reconheço o lugar que estou, o hospital. Olho para o lado pensando que vou encontrar a minha mãe como sempre mas fico surpreso ao encontrar a Any com a cabeça deitada na minha cama com as nossas mãos unidas.

Alfonso:Any—chamo mas a minha voz sai um sussurro pela garganta seca. Ela olha para mim e vejo que os olhos estão vermelhos, provavelmente de chorar

Anahí:Poncho.. Você tá bem? Eu vou chamar o médico..—ela se levanta mas eu agarro a mão dela

Alfonso:Não é preciso eu estou bem..

Anahí:Mas não é melhor chamar?—nego e ela volta a sentar na cadeira—Você quer água?

Alfonso:Quero—ela pega uma garrafa ao lado da cama e eu bebo já sentindo que posso falar melhor—obrigado

Anahí:Porque que você não me contou?— suspiro—Poncho eu pensei que nós não escondíamos as coisas um do outro..

Alfonso:Eu não queria que você ficasse preocupada..

Anahí:Fiquei mais ao ter que vir para o hospital sem saber o porquê nem o que tinha acontecido—concordo com a cabeça—Você tá bem para explicar melhor? A única que contou foi a sua mãe e mesmo assim não foi muito

Alfonso:O que é que ela contou?

Anahí:Contou que o seu coração piorou e que você vai ter que ser operado para colocar uma espécie de uma "pilha" para funcionar melhor.. É isso?—confirmo—o que é que isso muda?

Alfonso:Essa pilha como você disse ajuda o coração a trabalhar melhor pelo menos durante um tempo. Geralmente é evitado, principalmente em pessoas novas porque quando a pilha deixa de funcionar não se sabe se os medicamentos podem voltar a fazer efeito..

Anahí:Mas então porquê que eles vão pôr? E se a pilha deixa de funcionar antes de ter um coração para fazer um transplante?

Alfonso:Os medicamentos já não estavam a fazer muito, foi isso que saiu nos últimos exames e que eu não contei.. Mesmo que a pilha deixe de funcionar não significa que o coração não aguenta, pelo menos algum tempo com os medicamentos mas não se sabe

Anahí:A operação tem riscos?

Alfonso:Não.. É uma operação simples

Anahí:Mas é ao coração como não tem riscos?

Alfonso:Como eu disse é simples e eu confio nos médicos que vão cuidar de mim..

Anahí:Quando é?

Alfonso:Amanhã às dez da manhã

Anahí:Tá bom—ela fica com os olhos cheios de água

Alfonso:Any por favor eu não quero ver você assim..

Anahí:Desculpa—limpa as lágrimas—eu vou tentar me controlar

Alfonso:Não foi isso que eu quis dizer.. Eu quero que você diga quando está triste, feliz ou chateada com alguma coisa para eu apoiar você em tudo. O que eu quis dizer é que não tem razão para ficar assim, tá tudo bem, eu estou bem, isto é só algo que mais cedo ou mais tarde eu ia precisar fazer..

Anahí:Eu tenho medo—morde o lábio inferior e aquilo acabou comigo

Alfonso:Vem cá meu amor—abri os braços e ela sentou na cama e deitou no meu peito—não pode acontecer nada comigo porque nós ainda temos muito para viver, juntos

Anahí:Você premente que não me esconde mais nada? Por favor Poncho eu quero estar com você em tudo

Alfonso:Eu prometo..

Anahí:Eu te amo

Alfonso:Eu te amo mais—beijei-a e ela me abraçou forte escondendo o rosto no meu pescoço como sempre faz quando não está bem mas desta vez só a deixei estar e retribui ao abraço.

POV. Anahí

Passo o dia no hospital com o Poncho e chego a casa quase na hora do jantar. Assim que entro a minha mãe vem até mim com cara preocupada.

Marichelo:Anahí onde é que você estava? As aulas acabaram as duas da tarde são quase oito da noite você podia ter avisado..

Anahí:Desculpa mãe—digo sem ânimo

Marichelo:O que aconteceu filha?—não controlo as lágrimas e ela se aproxima— Any o que aconteceu?

Anahí:Podemos falar?—pergunto precisando desabafar

Marichelo:Claro vamos lá para cima..

Vamos para o meu quarto e eu conto como conheci o Poncho, de ser ele a pessoa que iria receber o coração do Enzo e tudo sobre a doença dele até ao que aconteceu hoje. Não tinha contado à minha mãe sobre a história do coração do meu ser para ele com medo dela não gostar mas ao contrário de tudo o que pensei que fosse fazer a reação dela é me abraçar enquanto eu, pela primeira vez, choro nos braços dela.

Marichelo:Ele não disse que estava tudo bem?—confirmo—então ele vai filha

Anahí:Eu queria ser forte por ele mas eu tenho medo.. Um aperto no peito—deito com a cabeça nas pernas dela

Marichelo:É normal termos medo de perder quem amamos mas é uma operação simples.. Ele não ia mentir sobre isso pois não?

Anahí:Não..

Marichelo:Então.. Você vai ver que vai ficar tudo bem..

Anahí:Amanhã eu vou faltar à faculdade para ir para o hospital com ele mas depois eu peço os apontamentos ta bom?

Marichelo:Tudo bem—ela sorri e passa as mãos no meu cabelo

Anahí:Obrigada mãe—abraço-a novamente

Marichelo:Você não tem que me agradecer, sou sua mãe e embora estes anos não tenha sido boa agora estou a tentar ser..

Anahí:E está a conseguir—sorrimos e ela beija a minha testa

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Vou publicar hoje uma nova história é vondy mas quem gostar desse casal pode ir ler..
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Jogada do destino (Finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora