Último Capítulo

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4 anos depois

POV. Anahí

Mesmo com o sol a brilhar e um calor de trinta graus este lugar sempre vai ser frio e cinzento para mim. Na verdade acho que não sou só para mim, ninguém gosta de verter que vir aqui "ver" quem ama porque as pessoas já não estão presentes.

Olhando para o lugar onde ele está, cheio de flores, eu simplesmente não sei o que sentir. O meu coração aperta mas eu de alguma forma sei que ele está bem, eles estão.

Ouço passos atrás de mim e não preciso de me virar para saber quem é.

Angelique: A sua filha me contou a história de como você queria ficar com o nome dela—diz quando para ao meu lado e eu ri sem tirar os olhos das duas fotografias ali presentes

Anahí: Desde de que o meu pai contou essa história ela não pensa em mais nada—sorri um pouco

Angelique: Ainda não estou habituada a ouvir você chamar o Roberto de pai—diz verdadeira

Anahí: Ao início eu também não estava mas agora já nem reparo—dou de ombros

Angelique: E o Alexandre?—suspiro antes de responder

Anahí: Não o vejo há muito tempo.. Ele quis ficar longe de mim então eu respeitei—ela concorda

Angelique: Você não o vê desde que ele foi para a clínica?—confirmo

Anahí: Eu pedi para ele não ir preso, talvez sendo egoísta mas acabou que a loucura dele aumentou ao ponto de internação—coloco o cabelo atrás da orelha—no início fiquei mal.. Ele era o homem que bem ou mal me tinha criado mas depois vi que ele merecia aquilo, talvez até mais, mas eu não conseguia desejar mal

Angelique: A Marichelo mantém contacto?—sorri de lado e dou de ombros

Anahí: Ela ligou no dia de aniversário da Miriam.. Não sei onde ela está agora. Ela queria desaparecer e conseguiu—digo já sem nenhuma mágoa na voz

Depois do Alexandre ter sido internado na clínica ela tinha decidido que ia se afastar de todos. No início fiquei magoada, estava quase a ser mãe e sendo ela a verdadeira ou não, queria a minha perto mas não demorei a ver que era o melhor. No fundo ela sempre ia achar que merecia estar igual o Alexandre, numa clínica psiquiátrica ou na prisão mas o Roberto não quis isso, eu sei que foi por mim, mesmo que ele negue, e sou eternamente grata por isso.

Angelique: Entendi—diz no final e acabamos o assunto.

Os próximos minutos são passados em silêncio enquanto ambas olhamos aquelas duas fotografias colocadas onde ninguém tão novo devia estar. Revivo o momento passado exatamente à quatro anos atrás e sinto os meus olhos se encherem de lágrimas mas suspiro não permitindo que elas desçam.

Anahí: Acho que nunca agradeci verdadeiramente por tudo o que voce fez..—olho para ela que faz o mesmo

Angelique: Na verdade você já fez isso muitas vezes.. Mesmo quando não tinha que fazer nenhuma—ela suspira—eu já fiz muito mal mas eu sei que você ia estar lá para mim se eu pedisse.. so fiz o mesmo—termina dando de ombros

Anahí: Você fez muito mais do que "o mesmo"—faço aspas com os dedos— você praticamente salvou a minha vida..

Angelique: Eu fiz o correto—da de ombros e volta a olhar em frente—ninguém vai trazer os dois de volta

Anahí: Eu sei..—o meu celular toca e sorri quando leio a mensagem que recebi

Angelique: Você no fundo devia agradecer à sua mãe por não ter doado o coração do seu irmão ao Poncho—olho confusa para ela—vocês nunca teriam ficado juntos.. Ele ia ser sempre a pessoa que levou o coração do seu irmão, tanto um como outro iam confundir as coisas... Assim como eu faço

Jogada do destino (Finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora