Dias depois…
POV. Alfonso
Amanhã vou embora do hospital. Finalmente, não aguento mais esta aqui. Já fiquei muito mais tempo do que agora mas não tinha uma namorada linda para aproveitar fora do hospital.
Estava no quarto com os meninos, as meninas tinham saído para conversar. Não percebo muito bem mas como a Any estava um pouco triste, não sei porquê, achei bom, pode ser que assim ela fique melhor.
Christian:Vou buscar um café já volto— concordo e ele saí
Christopher:Poncho —eu olho —o que a Any tinha hoje?
Alfonso:Você também reparou?—ele confirma e eu solto um suspiro—eu não sei.. Eu reparei que ela estava triste mas quando perguntei ela garantiu que estava bem. Eu sei que não estava mas como a Mai sugeriu que as três fossem conversar pensei que fosse bom.
Christopher:Talvez seja...pode ser que ela fale com elas.
Alfonso:Eu preferia que ela falasse comigo mas se ficar bem ao falar com elas já está bom—ele concorda com a cabeça
POV. Christian
Estava a voltar para o quarto do Poncho quando ouço uma conversa entre o médico e a enfermeira dele. Ia seguir em frente mas ouvi o nome da Anahí e preferi ficar a ouvir.
Roberto:Você entende agora porque eu não queria mais que ela estivesse aqui? Faz lembrar muitas coisas..
Rita:Realmente aquela menina e a sua mulher são muito parecidas mas você tem que superar..
Roberto: Eu sei Rita, já passou mas quando a vi pela primeira vez vi a Luana e só precisava que ela fosse embora quando a vi no quarto do Poncho. Mas já foi..
Rita:Roberto a Luana está morta.. Eu sei que dói aceitar isso e ver alguém muito parecido com ela não ajuda mas você tem que aceitar..
Roberto:Eu sei disso.. Não há problema eu e essa menina quase não nos vemos e eu sei que a Anahí não é a Luana—outra enfermeira chama e eles vão para outro quarto.
Vou para o quarto do Poncho e assim que entro chamo por ele
Christian:Poncho—ele me olha—Você se lembra de dizer que achava estranha a forma como o seu médico olhava para a Any?
Alfonso:Lembro claro.. Porque isso agora?
Christian: Vou explicar..
Conto a conversa que ouvi e que sinceramente parece ter lógica tendo em conta os olhares.
POV. Anahí
Dois meses! Dois meses sem ele, sem ouvir a voz, a risada, sem ouvir resmungar que não pode dirigir, sem os ciúmes e as brincadeiras. Dizem que o tempo melhora mas sinceramente não acredito nisso. Nestes meses sem ele eu simplesmente ignoro a falta que ele me faz, quando estou distraída ajuda mas na verdade a saudade nunca desaparece.
Dulce:Não vou perguntar de novo o que você tem?
Estávamos as três sentadas na cafeteria do hospital e já era pelo menos a quarta vez que hoje alguém me perguntava o mesmo.
Maite:Any—eu olho —Você pode mostrar tristeza pela morte do seu irmão — arregalo os olhos e ela continua—Eu sei que hoje faz dois meses da morte dele..
Anahí:Como você se lembra?
Maite:Eu fui a única que conheceu você nesse dia se lembra?—concordo— porque que você não disse nada?
Anahí:Sei lá.. É estranho falar disso com o Poncho tendo em conta toda a situação..
Dulce:Ele te ama Any.. Eu tenho a certeza que você pode falar com ele sobre tudo
Anahí:Falar faz lembrar tudo o que se passou e dói mais. Eu queria ir ao local onde ele está mas da outra vez fui sozinha e quase não tive forças para sair de lá..
Maite:Eu vou com você..
Anahí:Mas e o Poncho? Eu disse que ía ficar aqui..
Dulce:Eu explico tudo ele vai entender.. Podem ir
POV. Alfonso
Christopher: Caramba que história— comenta depois de ouvir tudo o que Christian contou.
A porta abre e Dul entra mas sozinha o que eu estranho
Alfonso:Oi Dul.. A Mai e a Any?
Dulce:Elas saíram..
Alfonso:Saíram? Onde é que elas foram? A Any hoje estava estranha e agora saí sem dizer nada? O que se passa?— pergunto preocupado
Dulce: Poncho—ela suspira—hoje faz dois meses do acidente do irmão dela
Alfonso:O que?—pergunto chocado— como é que eu não me lembrei? Porque que ela não disse nada?
Dulce:Ela não ia dizer nada mas a Mai lembrou porque é a única que a conheceu nesse dia..
Alfonso:Onde é que elas foram?
Dulce:A Any disse que queria ir ao local onde está o irmão mas não sozinha então a Mai foi com ela
Alfonso:Merda! Eu devia estar com ela..
Dulce:Quando ela voltar você vai estar e dar apoio..
POV. Anahí
Chegamos ao cemitério e Maite para o carro em frente. Respiro fundo quando sinto as mãos tremer e Maite agarra nas duas e olha para mim.
Maite:Você quer que eu vá? —nego com a cabeça
Anahí:Se eu demorar muito ok? Preciso só de um tempo sozinha—ela concorda e eu a abraço—obrigada
Maite:É para isso que servem as amigas—ela sorri e eu saio do carro.
Quando me aproximo do local onde sei que ela está sinto o corpo tremer. Só fui lá duas vezes, a primeira no dia do enterro e a segunda no dia em que o Poncho foi internado. Precisei de ir para não me sentir tão culpada por desejar que o coração dele fosse para o Poncho mas depois lembrei que o meu irmão sempre amou ajudar as pessoas, neste caso não seria diferente. Quando chego onde ele está senti no chão e respiro fundo ao olhar para a foto.
Anahí:Olá criança—uso o apelido que o irritava e as lágrimas começam a cair—Eu sei que estou a ser uma péssima irmã ao vir aqui poucas vezes e ainda por cima não trazer flores mas dói muito falar e não ouvir a sua voz, sinto muitas saudades mas esse sentimento é algo com o qual aprendi a viver.. Tenho novidades, estou a namorar—ri entre as lágrimas —Eu sei que se você visse como o Poncho me trata ia morrer de ciúmes mas ia deixar de lado porque eu ia estar feliz e também porque nunca ninguém ía ocupar o seu lugar.. —respiro fundo—eu juro que vou seguir com a minha vida como estou a fazer mas você sempre vai fazer parte dela e eu nunca, nunca, vou esquecer você. Eu te amo muito mano..—deito no local onde ele está e choro, não de dor mas de saudade de tudo o que éramos.
Sinto umas mãos nos meus ombros e sei que é a Mai quando ela me abraça e sussurra que ele ia estar orgulhoso por eu seguir em frente. Eu realmente espero que sim.
POV. Alfonso
Maite tinha ligado para a Dul a dizer que estava a chegar e todos tinham saído do quarto para quando a Any viesse eu pudesse estar sozinho com ela.
Quando a porta abriu eu só vi os olhos dela vermelhos e estendo a mão. Ela veio até mim e quando agarrou a minha mão e coloquei-a na cama e ele desabou a chorar agarrada a mim
Anahí:Ainda dói—sussurrou abraçada a mim é eu apertei os braços ao redor dela—eu queria tanto que ele estivesse aqui..
Alfonso:Eu sei amor.. Mas vai ficar tudo bem
Anahí:Vai porque tenho você—ela se afasta e me olha—eu parei de sobreviver e passei a viver quando comecei a amar você. Obrigada—ela volta a chorar e eu deito na cama abraçado a ela
Alfonso:Eu sempre vou estar aqui princesa—sussurro com os lábios no cabelo dela—eu te amo—ela me aperta mais forte e focos assim até que eu sinto a respiração pesada e sei que ela dormiu.
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Jogada do destino (Finalizada)
FanfictionAnahí Portilla uma menina doce mas extremamente decidida vê sua "vida perfeita" cair no dia do acidente do irmão. As discussões pioram e tudo fica sem sentido. Mas me diga alguém em morte cerebral está ou não morto? Alfonso Herrera um garoto de uma...