POV. Anahí
Um mês e meio se passou desde a primeira ecografia que fiz e as coisas finalmente começam a ficar bem. Eu e o Poncho decidimos que o mais lógico nesta situação era vivermos juntos, coisa que nós dois queremos não só pelo bebê, mas ainda não sabemos se vamos arranjar uma casa para nos ou viver com os pais de algum, provavelmente os dele pois a relação com os meus está cada vez pior. O meu pai quase não me fala e a minha mãe não toma o lado de nenhum, não que eu quisesse isso, mas era bom que ela falasse com ele. Embora esteja assim com eles a minha relação com Roberto, Julia e os meus avós, sim eu já chamo os dois de avós, está cada vez melhor. Julia tem sido incrível, ela diz que está a fazer o papel da Lorena com muito gosto e eu tenho que concordar que é sem dúvida a que mais me ajuda. Roberto fala do neto com uma alegria que faz com que eu me sinta mais feliz ainda. Com tudo isto é impossível não pensar se devo ou não chamar o Roberto de pai mas não quero fazer isso por impulso e depois magoá-lo, ele não merece.
A Ruth e o João são os típicos avós. Eles já disseram bastantes vezes que podemos ir para a casa deles mas eu e o Poncho ainda não decidimos nada,mesmo não tendo tanto tempo para isso. A minha mãe ao inicio disse que podia ficar lá a viver mas não demorou a mudar de opinião quando eu expliquei que como as coisas estavam era impossível. Já tínhamos comprado algumas coisas para o bebé mas não muitas, eu queria saber o sexo primeiro e todos concordaram. Hoje o Poncho tinha ido à uma consulta, era para ver como estava a funcionar o aparelho, então não me importei quando não pude ir para irem os pais, até porque tinha aulas.
Estava no meu quarto me arrumando para sair,hoje as minhas aulas começavam e terminavam mais tarde do que os outros dias. Parei em frente ao espelho e foi impossível não olhar a minha barriga. Não era muito aparente, principalmente para as outras pessoas, mas para mim era. Acariciei e sorri, parece que finalmente as coisas estavam a andar para a frente sem precisar dar dois passos para trás como tem sido. E eu sei que vai continuar assim.
POV. Alfonso
Roberto: Poncho vamos ter calma-pedia mas eu não ouvia nada
Alfonso: Calma? Como é que você quer que eu tenha calma quando me acabou de dizer que eu tenho pouco tempo de vida? -o meu pai me repreende enquanto a minha mãe chora, os dois do meu lado
Roberto: O que eu disse não significa que você tenha pouco tempo de vida-diz sério e eu solto uma risada mas sem nenhum humor
Alfonso: Como não? Se os medicamentos não funcionam, o aparelho não funciona, o meu coração menos ainda..onde é que está a minha possibilidade de viver? Se você me diz o transplante ainda me dá mais razão-sei que estou a descontar nele a raiva que sinto mas mesmo sabendo que ele não merece é inevitável
Ruth: Poncho por favor-pede a chorar
Alfonso: 1 mês.. Você acha mesmo que em um único mês vai acontecer o que não aconteceu nestes anos todos?-sinto os meus olhos arderem e um nó na garganta pelo choro que tento conter
Roberto: Você não pode perder a esperança-me levanto da cadeira
Alfonso: Durante este tempo todo não ajudou nada-os meus pais me agarram nos pulsos mas eu me solto-preciso de um tempo sozinho-viro costas e ouço Roberto a impedir a minha mãe de me seguir
Quando saiu do hospital e sinto o vento na minha cara é impossível segurar as lágrimas. No fundo eu sabia que este momento ia chegar mas ainda tinha a esperança de que tudo ia ficar bem, de que ía construir uma vida com a Any e o nosso filho sem me preocupar se o meu coração vai parar porque perdeu a força. Peguei no celular e liguei para Ucker necessitando de falar com alguém e marcamos de nos encontrar na sua casa. Christian estava nas aulas e ia almoçar com os pais de Maite então nem liguei para não incomodar.
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Jogada do destino (Finalizada)
FanfictionAnahí Portilla uma menina doce mas extremamente decidida vê sua "vida perfeita" cair no dia do acidente do irmão. As discussões pioram e tudo fica sem sentido. Mas me diga alguém em morte cerebral está ou não morto? Alfonso Herrera um garoto de uma...