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Izzy

Oh, eu estava radiante com o baile. Embora, um pouco sonolenta, me sentia nas nuvens. Nunca fui a um baile na vida, e nunca sonhei em ir acompanhada por um príncipe porque era um sonho grande demais.

Pois bem, eu fui ao baile e também fui acompanhada por um príncipe. Pelo meu príncipe. Não dono de um reino, mas a quem pertencia o meu amor.

E tudo o que tinha e poderia dar era meu amor, o meu único e maior tesouro. Eu entregava a Mitchell, todos os dias, o meu amor. Sem perceber ele era o meu tesouro.

De canto de olho deixei um sorriso escapar. Ele dormia com a cabeça deita em meu ombro. Ele confiava em mim tanto que na minha presença era um garotinho indefeso e vulnerável.

O envolvi com meus braços foi quando percebi sua respiração estranha e a testa suada. Um arrepio na espinha me alertou a tocar seu rosto.

Ele estava quente! Mais quente do que água morna!

— Andras! Andras tem algo de errado com ele. Pare o carro!

Andras freou com força e nossos corpos bateram contra o banco com o impacto da parada repentina.

— O que aconteceu?

Mitchell respirava com dificuldade.

— Andras! — Eu chorava desesperada. — Mitchell, Mitchell acorde.

Por mais que o balançasse ele nem ao menos emitia um som de incômodo.

— Estamos quase chegando em casa. Não tem como voltar e procurar ajuda. Precisaremos seguir. — Andras pisou no acelerador. — Um médico.

— Eu conheço uma.

— Tenho a impressão de conhecê-la também.

— Se estiver falando da Kirsty Munteanu, então conhecemos mesmo.

— Pois é ela. Tem certeza?

— Sim, ela vai nos ajudar.

— Não viu se deram alguma coisa pra ele?

— Como o que por exemplo?

Segurei seu rosto contra o meu peito. Meu coração batendo forte como ondas chicoteado na tempestade em meus ouvidos. Ele era tudo o que tinha no mundo, no passado, presente e futuro.

Eu não poderia perde-lo. Não antes de dizer o quanto o amava. Minhas lágrimas caíam em seus cabelos encharcados de suor.

— Suspeito de uma coisa... Mas não posso afirmar.

— Diga!

— Acho que ele foi envenenado.

Envenenado! Se Mitchell não dependesse de mim eu teria desmaiado.

— As pessoas fazem mesmo esse tipo de coisa?!

Li livros e vi filmes. Contudo, não imaginei que fosse presenciar tamanha crueldade. Nem mesmo um rato merecia ser envenenado, ser devorado era mais intrigo do que ser maldosamente envenenado.

Discovered - Destinados a se amarOnde histórias criam vida. Descubra agora