Na ultima vez, quando fui baleado, imaginei que morreria, mas não senti que realmente morreria. Desta vez não apenas imaginei como também senti em minhas entranhas que estavam moles como gelatina. Meus ossos doíam e meu corpo queimava em chamas que vinham de dentro para fora.
Minha mente vagava para um unico lugar onde meu coração havia se perdido por completo, Izzy. Ao abrir os olhos ela foi a primeira coisa que vi, ela dormia encolida ao meu lado. Me sentia protetor, por isso não pude evitar observa-la dormindo. Passaram-se muitos minutos, eu ainda a olhava com o mesmo olhar do nosso primeiro encontro.
Meu coração palpitou e uma lagrima escorreu pelo meu rosto. Não estava mais solitario, agora existia um motivo para retornar para casa, eu tinha alguém para proteger com a minha vida se fosse necessário; eu tinha Izzy.
Afastei de sua testa uma mecha de cabelo que escorregou esconendo seu olho esquerdo. Talvez meu toque tivesse sido mais pesado do que eu gostaria, ela acordou piscando como um filhotinho de gato abrindo os olhos pela primeira vez.
Insisti que ficasse ao meu lado, pois ainda me sentia um pouco fraco e ela era o meu combustivel. A alinhei em meu braços encarando o teto da cama de dossel. Meu corpo doia, a dor começa do estomago e subia para a garganta, embora fosse similar a sensação de dormencia.
Virando o rosto par ao lado oposto ao de seu reto, evitando a densa vontade de beijar sua testa, a comoda ao lado da cama dispertou meu interesse. Com cuidado para não acorda-la remexi o corpo para o lado o suficiente para esticar o braço e abrir a primeira gaveta. O quarto estava uma bagunça, e que bagunça.
Tirei de baixo meu livro de dentro da gaveta a deixando aberta. Me endireitei puxado o corpo para cima e poder me sentar. Gemi de dor ao encostar a costas na cabeceira de madeira. Izzy dormia com a cabeça em meu colo. Eu a protegeria, eu cuidaria dela, eu seria seu escudo, eu seria seu companheiro e eu a amaria.
Dentro do livro eu havia escondido a carta que deixou no dia em que sumiu a mesma que eu lia e relia desde então. Abri o papel dobrado no meio. Acariciando seu cabelos, sentindo sua respiração conta minha cintura e meu coração batendo ansioso, reli.
"Para vossa alteza, Mitchell L.
Não sei ao certo porque achei que escrever é melhor do que dizer diretamente a você, talvez seja o medo de sua reação ou meus próprios temores. Mas preciso que saiba, além de ser a única pessoa que ouvira isso de mim, se você não fosse tão distante quanto uma estrela a qual se pode admirar o brilho, mas não tocar, a qual nem o prédio mais alto poderia alcançar, eu então o amaria.
O amor é criado por ambas as partes, não se dá do coração que se enjoa fácil, mas sim de nós. Por isso não digo "eu te amo" porque nosso amor não foi construído, no entanto eu afirmo, se você deixasse, se nós pudéssemos, e se você quisesse, poderíamos juntos construir o nosso amor. Então eu o amaria, você seria meu primeiro e único amor.
Mas receio que talvez não seja possível por muitos fatores este quais cada um de nós dois possuí, só que mesmo que eu esteja do outro lado deste mundo, do outro lado do seu mundo, eu poderia amá-lo.
Porque somos parecidos, quando olho para você meu coração não palpita, certo ele bate porque precisa, embora você esteja sempre em minha mente, você me entende?
Meu coração é incapaz de amar porque é um órgão irracional e órgãos são máquinas não possuem emoção ou racionalidade, já o meu cérebro sim ele comando o meu corpo e você estaria sempre em minha mente, em minhas memórias, em mim.
Mesmo que esse mundo venha a ruir, mesmo que eu acabe não dizendo um "eu te amo" ou você me dizendo "eu quero amá-la", mesmo que eu jamais toque uma estrela, de onde eu estiver e onde estiver eu lembrarei de você e guardarei o meu amor dentro de mim em minha caixa de Pandora, eu olharei para as estrelas e sorrirei porque elas me lembrarão você.
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Discovered - Destinados a se amar
RomanceMitchell Lazar um homem não muito querido por aqueles que o conhecem, poderia inusitadamente, ter seu duro e calculista coração sido roubado. Roubado por uma mulher que lhe fez companhia por tão poucos dias e, mesmo assim, não sai de seus pensamento...