Exatamente dois dias se passaram desde que o antidoto fez efeito, a sra. Munteanu partiu para casa no dia anterior deixando-me aos cuidados de Izzy e Ilda. Ao despertar com o braço dormente soltei um suspiro seguido de uma risada baixa.
Izzy dormia ao meu lado com a cabeça em meu braço. Seu rosto proximo ao meu me deixou constrangido. Anos antes não podia ir tomar o café da manha sem antes ve-la no jardim. Hoje não conseguir levantar da cama sem saber que acordei ao seu lado.
Cuidadosamente puxei meu braço trocando-o por meu travesseiro. Tinha me esquecido de como era estar ansioso, da sensação das mãos formigando para pintar um tela.
Quando encontrava uma inspiração este que se mesclava aos meus sentimentos eu precisar pintar o quanto antes.
O sol não havia nascido ainda e boa parte dos empregados da casa deveriam estar dormindo. Era o melhor momento para subir para o terceiro andar. Vesti o robe sobrado encima da comoda saindo do quarto e encostando a porta com o minimo de barulho possivel.
Dias após Izzy ter sumido e eu ter chegado a Italia comecei uma tela que pintava pouco a pouco, de cidade em cidade, ás vezes dentro do navio. Não tinha conseguido a terminar, mas agora encontrara o que faltava; Izzy ao meu lado de novo.
O cenario era do momento em que nos beijamos, porém com o pessegueiro florido atrás de nós. Sentia-me melhor, forte e saudavel outra vez. Subindo os degraus no final do corredor escutei o som de meus passos ecoando.
Na minha infancia aquela escada era a parte mais agitada da casa porque o escritorio do meu pai ficava naquele andar.
Pisando mais uma vez no andar em que passei a maior parte da minha adolecencia — escapando do meu primo e me escondendo do meu pai — entrei no atelie de pintura.
Assim que liguei o interruptor de luz e a grande sala foi clareada revelando as diversas telas - pintadas e em branco -, os pinceis, as tintas e a vida que ela emanava me perdi por completo na concentração da tela, em particular, coberta por um pano branco.
Recordei de um ocorrido pouco depois de Izzy ter chegado a mansão isso há dois anos atrás. Ela insitiu que queria conhecer o atelie — e claro que eu não negaria mostrar a melhor parte de mim. Enquanto terminava uma tela ela sentou ao meu lado, talvez eu tenho passado tempo demais distraido com a tela e respondendo a tudo o que perguntava sobre as outras que não percebi o tempo passar.
Izzy adormeceu e, somente percebi, ao sentir que deitou a cabeça em meu ombro. Sobressaltado, sem saber como reagir, ri ao notar que não era uma tentativa de aproximação, mas uma mulher adormecida.
Sem mover um musculo parei de pintar para aproveitar a sua presença muito perto de mim.
A respiração em meu pescoço. Izzy era doce. O meu doce favorito.
— Alteza? Izzy?... Onde estão? — Escutei Ilda no corredor, a voz ficando cada vez mais proxima de nossa localização.
Fechei os olhos como se também estivesse dormindo no instante em que a porta foi aberta.
— Oh!
Abri um olho tendo a visão de seu embaraço, sinalizando com o indicador entre os labios sibilei que não fizesse barulho. Com os olhos arregalados ela deu alguns passos para trás encostando a porta.
Foi no dia em que senti que algo dentro de mim havia mudado em relação a ela, senão, tornado-se mais forte.
***
Despreguicei alogando as pernas e os braços. Deveria ser hora do almoço pelo barulho de panelas e vozes. Larguei o pincel escondendo a tela embaixo do pano branco. Seria o meu presente, o presente em relação a uma idealização que vinha nascendo em minha mente e criando convicção em meu coração.
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Discovered - Destinados a se amar
RomanceMitchell Lazar um homem não muito querido por aqueles que o conhecem, poderia inusitadamente, ter seu duro e calculista coração sido roubado. Roubado por uma mulher que lhe fez companhia por tão poucos dias e, mesmo assim, não sai de seus pensamento...