IZZY
Não era um sonho, pois sonhos eram muito curtos, não uma ilusão nem imaginação ou efeito de algum medicamento. Era real, e realidade era muito mais do que o presente: era cor, vida, perfumes, aromas, toques, sensações, clima...
Era o que eu via diante de meus olhos depois de anos encontrando quatro paredes brancas e uma porta de ferro branca.
Mitchell me guiava para o jardim do castelo este que se localizava no meio da construção. O castelo era no formato de um C, existia a parte frontal e dela se estendia uma parte lateral esquerda que levava a parte traseira. O corredor que levava a cozinha se localizava na lateral esquerda e o qual nós estávamos.
Me lembrava de como me perdi algumas vezes antes de encontrar a porta francesa de madeira e vidro. O corredor possuía janelas de madeira branca altas o suficiente para quase atingirem o teto.
– Voilà! – exclamou ao abrir as portas.
Eu fiquei parada, sem reação, o que meus olhos viam era belo demais para que eu pudesse me aproximar. Quem sabe não acabasse destruindo tudo com minha presença. As flores haviam crescido mais do que o dobro e a fonte funcionava. Paco bebia a água que caía do jarro de concreto que derramava aguá dentro da parte externa da fonte.
A diversidade de cores era como uma pintura viva de Claude Monet. Meus olhos se encheram de lagrimas como meu peito inflou de alegria. Era colorido, vivido, lindo. Um dia não passava de um lugar pior que um campo morto.
Agora haviam pássaros farfalhando em seus ninhos se preparando para dormir, borboletas, libélulas rasantes, grilos , um sapo em algum lugar e Paco tentando pegar uma das borboletas.
Estava de noite, uma noite clareada pela lua cheia, mas tão escura quanto qualquer outra. Porém, Mitchell colocou luminárias asiáticas espalhadas em vários lugares, a quantidade suficiente para que fosse claro e... E romântico como a cena de um filme.
Ele me analisava atentamente, sua respiração alta o suficiente para que eu a ouvisse. Seus lábios queriam formar um sorriso, mas estava se contento, esperando minha reação.
Micthell era como uma criança que ansiava que o trabalho de suas mãos fossem reconhecido. Ele queria fazer uma pintura e saber o que achavam, se não gostasse, ele simplesmente fazia outra.
Mitchell em seu interior era uma criança desejando aprovação e que gostava de agrada a todos, somente não sabia disso ainda.
– Lindo, simplesmente, lindo. – falei percebendo com carinho o modo em que sorriu satisfeito.
Tudo o que sempre quis foi agradar, entretanto seu pai nunca se deu conta.
– Veja. – Apontou com o indicador a arvore pequena, embora mais alta que eu, talvez na sua altura.
Suas flores rosadas eram um colírio para os olhos. O pessegueiro que plantei ainda era muito jovem, mas, pelo que ouvi, anos se passaram desde que partir. Assim Micthell havia acompanhado seu crescimento como um pai acompanha o do filho e o que falei em minha carta de declaração se realizou.
– Você disse na carta que todas as vezes em que visse uma flor de pêssego ou encontrasse uma, que eu me lembrasse de você. Quanto mais ela crescia mais eu me lembrava de você, sua presença, eu a encontrava, todas as vezes que me aproximava do pessegueiro então pedi que fizessem um banco de concreto embaixo dele.
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Discovered - Destinados a se amar
RomanceMitchell Lazar um homem não muito querido por aqueles que o conhecem, poderia inusitadamente, ter seu duro e calculista coração sido roubado. Roubado por uma mulher que lhe fez companhia por tão poucos dias e, mesmo assim, não sai de seus pensamento...