•capítulo 14•

7.5K 350 131
                                    

-Verdade ou desafio maninha? - ele pergunta.

-Verdade.

-Esse é meu momento, você é virgem? - ele pergunta.

-Mas que merda de pergunta é essa? -perguntei rindo tentando disfarçar meu nervosismo.

-Eu sempre quis saber mas nunca tive coragem de perguntar.

-Não... - sussurrei mas tenho certeza que ele ouviu pela cara de choque - Sou escorpiana.

-Você sabe muito bem que eu não quis dizer isso... - ele falou.

-Eu não tenho culpa se você não fez a pergunta certa. - falei rindo - Gira essa porra logo! - Garota Que Eu Não Conheço pra Henry.

-Verdade ou desafio? - ela pergunta, voz de desenho animado.

-Desafio. - Henry responde.

-Escolhe alguém dessa roda pra passar cinco minutos no banheiro com você. - ela diz. Henry passou os olhos por todos que estavam na roda mas parou no Gabriel - Não vale homem!

-A Liz! - ele respondeu, vi Stephanie revirar os olhos e bufar. Ri e me levantei logo depois do Henry, andamos até o banheiro e a garota nos trancou lá.

-Você viu a cara da Stephanie quando você falou meu nome? Certeza que ela pensou que você ia chamar ela... - falei depois de um tempo e rimos.

-Que pena, por que eu queria era você mesmo!

-E por que? - perguntei confusa.

-Por que a gente ainda não teve a chance de conversar.

-Conversar sobre o que? - eu sabia que ele queria falar sobre o beijo, mas continuei me fazendo de desentendida.

-Sobre o beijo, Liz! O meu Deus...

-Ah tá... E oque que tem o beijo?

-Puta que pariu, Liz, a gente se beijou! Você tem ideia de que nós somos melhores amigos e nos beijamos?

-Tá, tá! Mas foi como você disse, você agiu por impulso e aconteceu, ora essa. No calor do momento, acabou acontecendo...

-Certeza? Por que eu não quero que fique um clima estranho entre a gente.

-Bom, eu não sei você, mas eu to de boa com isso.

-Ok.

-Ok. - concordei.

Ficamos em silêncio por uns cinco segundos até que a porta e aberta revelando a Garota Que Eu Não Conheço.

Salvadora da Pátria!

Saímos e voltamos pra roda em silêncio. Continuamos jogando mas acabou não acontecendo nada demais. Depois fomos eu, Cecília e Victor pra pista.

Nem preciso dizer que nos bebemos muito (o jeito que eu sempre dou pt nos rolês é diferente). Eu estava meio sóbria, meio bêbada, entende? Eu ainda tinha consciência do que eu estava fazendo.

Decidi parar de beber álcool e comecei a tomar só energético. Fui até a pista e vi que Henry estava beijando a Stephanie, deve tá extremamente bêbado pra ter feito isso. Cecília e Victor estavam se agarrando com uns garotos aí, só me restava o Gabriel e a Sophia. Avistei eles sentados no sofá conversando, fui até eles e me sentei no meio dos dois.

-Iai pessoal! - falei.

-Iai! - eles responderam juntos.

-Tá bêbada ou eu não preciso me preocupar? - Gabriel perguntou e eu ri.

-Relaxa, eu tô sóbria o suficiente pra lembrar disso tudo amanhã. Como tá o bebê?

-Tá tudo bem, graças a Deus. Essa semana vamos descobrir o sexo. - Sophia respondeu.

-Gente, eu não consigo imaginar vocês dois sendo pais de uma menina. Acho que é um garotinho mesmo.

-Quem sabe... - ela respondeu rindo.

Logo depois o pessoal chegou e ficamos conversando por um bom tempo até resolvermos ir embora. Henry e Sophia iam dormir lá em casa, e Cecília ia dormir na casa do Victor. Tomei um banho e Henry logo depois. Eu deitei na cama e fiquei mexendo no telefone, nós mal nos falamos depois da nossa conversa no banheiro. Ele sai usando apenas uma bermuda fina preta, deita ao meu lado e fica me olhando. Bloqueio atela e me viro ficando de frente para o seu rosto, nós estamos a poucos centímetros de distância.

Sinto um arrepio percorrer o meu corpo quando ele se aproximou cada vez mais. Aproximo meu rosto também, eu sabia o que iria acontecer e, sendo bem sincera, eu não ligava. Eu só deixei rolar...

Nos aproximamos até nossos lábios se colarem. Foi um beijo doce e calmo, sua mão vai até a minha cintura e a minha vai até seu rosto. Paramos com dois selinhos e ele me puxa para deitar em seu peito. Ficou fazendo cafuné no meu cabelo até eu cair no sono e escutei ele sussurrar um "Boa noite!".

Acordo com a luz do sol ultrapassando a janela. Percebo que Henry agora está me abraçando por trás ainda dormindo. Me levanto devagar, tentando não acorda-lo. Deço as escadas e escuto minha mãe cantarolar enquanto cozinha algo.

-Bom dia! - falei.

-Bom dia, donzela! - ela respondeu, eu ri.

-Lá vem, conta, o que aconteceu?

-Nada, ué. - eu sabia que ela estava mentindo, cruzei meus braços e estreitei meus olhos esperando uma boa resposta - Ok, você me pegou. Eu fui buscar umas rupas sujas no seu quarto e vi você e o Henry dormindo abraçadinhos.

-Mãe, a gente sempre dormiu abraçados!

-Mas, sei lá, eu senti algo diferente. Uma energia muito positiva pairando sobre vocês, como se algo novo e bom tivesse acontecido, entende?

-Não, mas se me der licença, eu tô morrendo de fome. - falei rápido pegando o prato com pão feito na frigideira e saindo da cozinha indo pra sala de jantar. Sentei na mesa e comecei a comer, escutei passos vindos da escada, olho e vejo Henry com a cara amassada. Ele vem até mim e abraça meu pescoço por trás dando um beijo na minha bochecha.

-Bom dia. - ele fala com uma voz rouca.

-Bom dia, xuxu. - ele me solta e pega meu pão - Ei! Eu ia comer isso!

-Deu mole é vapo. - rimos - O que pretende fazer hoje?

-Comer, dormir, ver Netflix e dormir.

-Eu acho que a gente poderia fazer um churrasco lá em casa. Eu, você, o Gabriel e a Sophia e o Victor e Matheus o que acha?

-Ué, pode ser. - ficamos um tempo em silêncio - Você falou com os seus pais sobre a faculdade?

-Falei, e eles apoiaram a ideia de irmos pra faculdade no Canadá.

-Meus pais também, o Gabriel quer fazer direito e a Sophia quer marketing. Cecília quer fazer biologia e, se eu não me engano, o Matheus e o Victor querem fazer engenharia. E, por sorte, essa faculdade também oferece todos esses cursos.

-Eu acho que a gente poderia fazer essa mesmo. Ela não é tão cara, é muito boa, e tem os cursos que a gente quer fazer.

-Eu também acho, vamos esperar os pombinhos acordarem e aí a gente fala com eles.

Ficamos tomando café em silêncio até os pais do ano descerem. Conversamos sobre a faculdade e decidimos conversar ainda hoje com nossos pais e com o pessoal. A ideia de fazermos faculdades separadas não passava pela nossa cabeça, nós sempre estávamos juntos. Todos tínhamos condições o suficiente pra conseguir pagar essa faculdade.

Eu mandei mensagem no grupo "malucos de sampa" dizendo pra nos encontramos na casa do Henry pro churrasco ás 14h.

Compramos as coisas pro churrasco e fomos pra casa dele. Ascendemos a churrasqueira e logo o pessoal (Victor, Gabriel, Matheus, Cecília, Sophia) chegaram.

Enfim, passamos o dia comendo, bebendo, nadando e fazendo merda e tals. Acabamos dormindo lá mesmo.

Amizade ColoridaOnde histórias criam vida. Descubra agora