Olha a Cobra!

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Notas: Veio aí.


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No meio da madrugada, sem conseguir pregar os olhos por tamanha ansiedade, Rafaella passa algumas horas conversando sozinha com os retratos em seu quarto. O choro de horas atrás é cessados, apesar de ainda estar comovida e depressiva com toda a situação.

O nascer do sol é presenciado por ela, que se encontra no horário do mesmo sentada sobre a grama. O mesmo fenômeno também é presenciado por Bianca, mas lá de dentro da casa, sentada no estofado enquanto sente sua cabeça pulsar em dor. Pyong a acompanha, sentado do outro lado do sofá, em total silêncio, apenas esperando o horário do Raio-x.

Os raios solares dão à casa um ar de vida, deixando as pessoas que o apreciam com uma energia mais cordial. Com o sentimento de atração, Bianca se põe a sair da casa com o seu rosto inchado, numa mistura de sono com choro. A luz lhe afeta profundamente aos olhos, tendo dificuldade para enxergar à sua frente. Ela eleva o rosto, admirando o céu azul, totalmente limpinho. Um sorriso automaticamente surge em seus lábios... sorriso este que é admirado por Rafaella, lá do alto da grama. A mais nova não nota a presença da outra, tanto pelo ângulo como por sua fixação ao céu.

Em passos lentos ela se deita ali na grama mesmo, deixando sua mente desconectada de toda a energia negativa que a ronda naquela casa e se conectando diretamente com os astros, sentindo seu corpo relaxar e se inundar no ar leve que todo o cenário azulado lhe concede.

Ainda estática, apenas conciliando a imagem de Bianca ao ambiente natural... Encaixa perfeitamente.

A vontade de ir até mais perto da carioca ronda o corpo de Rafaella, principalmente por ter passado a noite inteira longe, mas algo lhe faz sentir que tudo poderá mudar... Até o simples ato de chegar até lá a deixa com uma certa insegurança, dada ao ver os ânimos de Bianca após a conversa.

Os olhos negros deixavam claro toda a decepção.

Com a intenção de espantar todos esses males, os pensamentos ruins, a mineira começa a cantarolar baixinho uma de suas músicas favoritas. Ela puxa seus joelhos, os abraçando enquanto intercala seus olhares entre o céu iluminado e a Bianca deitada na grama.

Pyong, após fazer o seu Raio-x, chama Bianca para ir fazer o seu, assim como chama Rafaella também. Enquanto o homem vira para chamar a líder, Bianca faz o mesmo, surpresa por saber que não estava ali sozinha, de certa forma. Rafaella passa por ela com um sorriso fraco, mas Bianca não esboça nenhuma reação, apenas agradece a Pyong.

Após o Raio-x, Rafaella decide sobre a sua festa, dizendo que gostaria de ter uma festa junina. A produção acha o tema bastante interessante, logo concorda e então começam a programar tudo.

Uma festa com muitas comidas festivas seria tudo para aquele ambiente mórbido.

Ela sai do confessionário muito animada, dando de cara com o pessoal que está na sala conversando justamente sobre isso.

— E aí, Rafa. Sua festa vai ser sobre o quê? — Gizelly questiona assim que a vê entrar na sala.

— Eu sugeri uma festa junina. Cês não sabem o quanto eu estou necessitada desse tipo de comida. — Ela se junta ao pessoal no sofá, sentando ao lado de Manoela, já que a mesma senta no colo de Mariana para dar espaço.

— Nossa, verdade. A melhor culinária é a dessa época, sem mais. — Manoela pega as mãos de Mariana e as coloca em volta de sua cintura.

— Pediu pamonha? — Mariana diz com água na boca, apertando Manoela contra si por pura ansiedade.

A Diaba e a MissionáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora